Vasco Gonçalves de regresso ao Museu do Trabalho Michel Giacometti

 

Vasco Gonçalves de regresso
ao Museu do Trabalho Michel Giacometti

O filme que o próprio realizador – Paulo Guerra – não hesitou em qualificar como «poderoso», pela força que encerra no espaço de 26 minutos,
conjugando uma entrevista inédita a Vasco Gonçalves e a actuação da Brigada Vítor Jara num grande espectáculo comemorativo do Centenário que a
Associação Conquistas da Revolução desde Abril de 2021 chamou a si e projectou, foi base para um rico debate entre as duas dezenas de participantes
na sessão que teve lugar no Museu do Trabalho Michel Giacometti, em Setúbal, no passada sexta-feira, 25 de Novembro.
Na apresentação da iniciativa, a Dra. Lucinda Fernandes, Técnica-Superior do Museu, congratulou-se com a retoma do ciclo que a Câmara Municipal sadina e
a ACR de há anos assumiram mas que a pandemia temporalmente interrompeu, lembrando as evocações de Vasco Gonçalves, Rosa Coutinho e
Ramiro Correia, Militares de Abril. Por isso, enfatizou a permanência já ao longo do Abril deste ano da Exposição do Centenário.
O Coronel Baptista Alves, Presidente da Associação, enquadrou inicialmente o debate, e foi acompanhado por outros dois membros dos Corpo Sociais, os
Comandante Henrique Mendonça e Capitão-de-Mar-e-Guerra Manuel Marques Pinto. Os aspectos marcantes da personalidade do Primeiro-Ministro do Povo e
dos Trabalhadores e do seu papel na defesa dos Valores de Abril, a sua permanente busca da unidade democrática entre os militares do MFA e o
reconhecimento determinante do papel dos trabalhadores e das massas populares organizadas na construção e defesa das Conquistas da Revolução, a
luta dos povos colonizados pela sua independência e soberania convergente com a do povo português contra a ditadura de Salazar e Caetano, a análise da
actual situação política e económica nacional e mundial, a denúncia da prossecução imperialista sob a égide dos EEUU e da NATO e da qual os
sucessivos governos não se descartam, desrespeitando a Constituição da República Portuguesa, o avanço do fascismo e do nazismo à escala dos vários
continentes perpassaram o conjunto de intervenções.
A data histórica do 25 de Novembro como data do início da contra-revolução que tão bem fez concertarem-se, entre outros, Mário Soares e Carlucci, não
deixou de ter resposta: esgotaram-se no Museu os dez exemplares à venda da obra muito recentemente editada pela ACR, «O Novembro que Abril não
merecia», do Professor Catedrático Jubilado António Avelãs Nunes.
Uma certeza: «Em 2023 voltaremos!»