Vacinas para o COVID 19 - O que valem e para quem se destinam

 

Vacinas para o COVID 19  - O que valem e para quem se destinam

 

 Marques Pinto
Vogal da Direcção

 

Embora este assunto esteja a ter muita e variada polémica, não só sobre o que vale, real protecção contra as mutações em curso, desconhecimento sobre efeitos a curto, médio e longo prazo, etc, etc, não é sobre tais matérias que pretendo chamar a atenção pois desde já reconheço a minha total impreparação e falta de conhecimentos nessas áreas.

  Na realidade o que me levou a escrever sobre este assunto foram duas notícias saídas na imprensa internacional, uma delas até no Los Angeles Times.

  O meu primeiro “espanto” surgiu quando li que a Pfizer saiu a publico indignada por alguém com responsabilidades governamentais na Bélgica ter difundido os preços negociados na União Europeia com os diversos laboratórios produtores das referidas vacinas.

Na realidade sendo esta vacina (ou serão diferentes produtos?) tão esperada e necessária segundo a OMS, seja depois adquirida entre os diversos laboratórios Europeus e Americanos com diferenças de preços na origem desde menos de 2 euros no Laboratório Oxford até perto dos 15 euros no Laboratorio Pfizer.

  Claro que o que mais me chocou foi o total desconhecimento a que o grande publico foi votado aquando das negociações, mas...pensando bem se calhar foi de propósito e no bem de todos para que não ficássemos inibidos de pedirmos no nosso centro de saúde uma -ou duas – injecções que afinal tanto estava a custar ao nosso tão pobre e debilitado SNS.

  A outra noticia que me alertou para o que afinal também cá se poderá vir a passar, embora a nossa escala e numero de milionários ainda esteja aquém dos Norte-Americanos, foi a quase escandalosa procura juntos das muitas e variadas entidades privadas fornecedoras de cuidados de saúde nos EUA para que sejam essas famílias privilegiadas e tão necessárias ao “estado social” sejam das primeiras a usufruir da dita protecção tão anunciada pela miraculosa vacina descoberta, testada e posta á disposição do grande publico em menos de seis meses.

  Claro que segundo o referido jornal os potenciais e interessados privilegiados não querem comprar a vacina ....mas sim oferecer doações que chegam aos 25.000 USD ás entidades e clinicas privadas que lhes facultem a vacinação aos seus familiares.

  Será que agora os nossos Hospitais privados não estarão interessados na ”franca e aberta colaboração” com o nosso SNS e não virão oferecer os seus préstimos para mais rapidamente se administrarem as vacinas á nossa população “mais necessitada” ?



Mensagem de Boas Festas

 Mensagem de Boas Festas

Baptista Alves

Presidente da Direcção


Estamos a chegar ao fim do ano 2020, ano difícil, de muitos maus agoiros, de resultados dramáticos para milhares de famílias que viram o seu sustento posto em causa, com muita gente infectada com o Covid- 19 e muita gente perdendo a vida em consequência e - o que se nos afigura preocupante - com o esboroar da vida social e o ressurgimento de ideologias de cariz fascista. Como soi dizer-se, um ano para esquecer, mas na verdade um ano também que nos proporcionou oportunidades de tempo de reflexão que o frenesim dos tempos modernos nos não dispensava. E é destas reflexões que vale a
pena falar:

 

  • imaginar o que teria sido se não tivéssemos o SNS, mesmo com as debilidades que os ataques à sua existência pelas políticas de direita nele provocaram;
  • avaliar as consequências ao nível do emprego e dos salários, na ausência de direitos sindicais;
  • ao nível da habitação, se este direito fundamental não estivesse constitucionalmente garantido;
  • ao nível da sobrevivência das famílias, sem o direito às reformas, às pensões de sobrevivência, ao subsídio de desemprego, etc.em suma, imaginar o que teria sido sem estas e muitas outras Conquistas da Revolução de Abril e o que poderia ter sido se todas tivessem logrado sobreviver às investidas contra-revolucionárias, são exercícios de reflexão indispensáveis para enfrentarmos o futuro com confiança.

No ano 2021, que se avizinha, comemoraremos o Centenário do Nascimento do General Vasco Gonçalces, referência primeira da nossa ACR. As restrições impostas pela pandemia que estamos a viver foram obstáculos, difíceis de ultrapassar, ao nosso trabalho colectivo, na preparação das comemorações, mas não nos demoveram da vontade firme de as concretizar, com a dignidade adequada.
Assim, como já apresentámos publicamente, temos um Programa, ambicioso mas exequível, para cuja concretização contamos com o apoio de todos os associados, pela forma que cada um entender poder colaborar.
É este o desafio que vos deixo para o Novo Ano que aí vem, com o desejo sincero de umas Boas Festas e um 2021 com muito, muito mais ABRIL.



VÊM AÍ OS RUSSOS - DO MITO Á REALIDADE

 

VÊM AÍ OS RUSSOS - DO MITO Á REALIDADE
 
Manuel Begonha
Presidente da Assembleia Geral 
 
 
Neste momento em que tanto se tem discutido acerca do golpe do 25 de Novembro de 1975 que foi para alguns uma gesta heróica para livrar Portugal de uma ditadura comunista , com o apoio da então URSS, entendo ser relevante, para desmontar esta falácia, dar-vos a conhecer um texto extraído do comunicado oficial russo, que publiquei na 2 edição do meu livro , 5 Divisão - MFA - Revolução e Cultura.
"De 23 a 30 de Março de 1975, visitou a URSS uma Delegação Governamental da República Portuguesa, presidida pelo Ministro do Trabalho, Major José da Costa Martins.
Integraram a Delegação, o Major António Carlos Fernandes Gomes, da Presidência da República, o Capitão-Tenente Manuel Begonha, o Capitão Vítor Manuel Pinto Ferreira e o Tenente Vítor Manuel da Silva Godinho, representantes do MFA, o Dr José Barros Moura, da Secretaria de Estado do Trabalho, o Eng. Vítor Faria e Silva, da Secretaria de Estado do Emprego e o Dr. João Inácio Cidade de Alpiarça, do Ministério da Educação e Cultura.
Na ausência do nosso Embaixador em Moscovo, Dr. Mário Neves que regressado à capital soviética, esteve presente no final dos trabalhos, acompanhou a Delegação o Ministro Conselheiro, Dr. Pedro Madeira de Andrade, nas visitas à Moscovo e Leninegrado.
O Major Costa Martins e a parte não militar da Delegação, efectuaram reuniões no Comité de Estado do Conselho de Ministros da URSS para o Trabalho e Salários.
Posteriormente, a Delegação contactou com o Comité de Estado para a Educação Técnico-Profissional.
Num programa de visitas carregado, quer no aspecto político - militar quer cultural, podemos destacar para os militares da Delegação a deslocação à Academia Militar e ao Museu de Frounze, à Base Naval de Sebastopol e ao Ministério da Defesa da URSS onde teve lugar um encontro com o primeiro vice-ministro e o General Sergei Sokolov, chefe do Departamento de Relações Internacionais.
O Ministro Costa Martins foi recebido pelo Presidente do Conselho de Ministros da URSS A. Kossyguine, com o qual durante cerca de três horas, trocou impressões acerca de diversos problemas da situação portuguesa ".
Das reuniões havidas e das conclusões tiradas por nós, membros da Delegação, ficou bem claro que a URSS não estava interessada em ter qualquer tipo de intervenção ou interferência em Portugal, por não pretender desencadear um conflito com a NATO.
E assim foi.

TEMPOS DE LUTA

TEMPOS DE LUTA


Manuel Begonha
Presidente da Assembleia Geral 

A partir do início de Novembro de 1975, na Comissão Dinamizadora Central (CODICE) que coordenava as Campanhas de dinamização cultural, as notícias que chegavam eram alarmantes para a revolução.
Desde as ligações espurias de parte da Igreja Católica no Norte do país, às intromissões que tínhamos de embaixadas e serviços secretos ocidentais sob as mais criativas formas, às acções criminosas e conjugadas do ELP, MDLP e rede bombista, às ligações militares com o grupo Maria da Fonte, as reuniões do embaixador Frank Carlucci com os mais altos responsáveis civis e militares contra - revolucionários, à alteração das estruturas de comando das Forças Armadas e muito mais que faz parte de outra narrativa.
Era claro que se preparava o que viria a ser o golpe do 25 de Novembro.
No que nos dizia respeito, éramos o único órgão em actividade da 5ª Divisão do EMGFA que já havia sido coerciva e brutalmente encerrada em Agosto. Isto devia-se a termos uma campanha ainda a decorrer na zona de Castro Daire.
Entretanto multiplicavam-se as acções conducentes a estrangular a CODICE  , quer no que se refere à retirada de meios humanos quer materiais.
Já sob uma nova chefia de direita na Região Militar Norte, foi suspensa a Campanha Maio Nordeste que actuava no Distrito de Bragança.
Progressivamente, o desalento ia-se apodera do de alguns elementos civis e militares que poderia levar ao conformismo.
Mandei então colocar nas paredes do local onde trabalhávamos, o seguinte cartaz :
"O DIFÍCIL É CONTINUAR A LUTAR QUANDO O DESISTIR É FÁCIL".
A data que vivemos e o momento perturbado que atravessamos levaram-me a recordar este apelo.
Hoje o tempo também é de cansaço e o desistir pode tornar-se fácil.
Mas acima de tudo, o tempo é de luta.
Estão conceitos fundamentais em causa.
Não é tempo de desistir, nem de abdicar dos princípios que nos norteiam.
Porque por vezes, não se pode renunciar sem traição.
Não se pode enveredar por uma espera passiva, numa indolente ausência de principios e convicções.
Não se pode desistir da dignidade como o ladrão ou o corrupto.
Nem desistir da vida como o suicida.
Nestas ocasiões, dizia Vítor Hugo que "a suprema angústia é a desaparição da certeza".

Afirmar a PALESTINA como Estado é um dever de todas as Democracias

Afirmar a PALESTINA como Estado é um dever de todas as Democracias

 Marques Pinto
Vogal da Direcção

Há poucos dias realizou-se uma reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas onde o 3º “Comittee” que trata dos Direitos Humanos e assuntos relacionados levou à votação geral mais uma vez a questão de autodeterminação da Palestina.
Claro que os Estados Unidos e Israel e mais três - Ilhas Marshall, Micronésia e Nauru – votaram contra.
Curiosamente o Canadá, desta vez, juntou-se à maioria de 165 países que votaram a favor e apenas 10 pequenos países se abstiveram por motivos que todos entendemos por clara e permanente subserviência aos seus “protectores” – Austrália, Camarões, Nova -Guiné, Palau, Guatemala, Honduras, Quiribati, Ruanda, Togo e arquipélago de Tonga.
Mais uma vez verificamos que os Estados Unidos e Israel desprezam toda e qualquer resolução das Nações Unidas sempre que não seja na defesa dos seus interesses, mesmo que contra tudo e todos.
É agora assim e tem sido nos últimos quase 30 anos que todas as administrações estado-unidenses, quer Democratas quer Republicanas têm manifestado o seu total desprezo e desrespeito pelas decisões emanadas das Assembleias Gerais das Nações Unidas quando as mesmas não vão no
sentido dos seus interesses ou de Israel - o que vai quase no mesmo sentido – pois sabemos bem quem possui a grande maioria do capital e sistema financeiro que governa e conduz a politica americana bem como ao fortíssimo “lobby” que controla o enorme e poderoso complexo industrial
que domina o fabrico e venda de todo o tipo de armamento naval, aéreo e terrestre e desde há uns anos o inúmero e fabuloso sistema de satélites de toda a ordem e missões bem como a condução de misseis e “drones” com as mais variadas missões, desde os assassinatos selectivos até á colocação de “misteriosos minicontentores” em países devidamente selecionados.
Não deveremos esquecer que o direito da Palestina à sua completa independência é um problema que todos os povos livres devem encarar como importante e permanentemente associado á noção de liberdade e respeito que deveremos exigir a qualquer país que tenha assento na Assembleia das Nações Unidas

ASSEMBLEIA GERAL DIA 03 DE DEZEMBRO DE 2020

 Conforme os estatutos da nossa associação a Assembleia Geral vai realizar-se na sede no dia 03 de Dezembro de 2020 com inicio às 17:30.


Clicando AQUI pode ver a Convocatória e a respectiva Ordem de Trabalhos

FALECEU O CAPITÃO DE ABRIL LUÍS MACEDO

 

FALECEU O CAPITÃO DE ABRIL LUÍS MACEDO

 

Foi com enorme consternação que recebemos a notícia do falecimento do Capitão de Abril, coronel de engenharia Luís Ernesto Albuquerque Ferreira de Macedo.

Foi aluno distinto no Colégio Militar tendo posteriormente seguido a carreira das armas, no exército, como oficial de engenharia.

Foi um dos grandes impulsionadores do Movimento das Forças Armadas desempenhando papel de destaque, na madrugada do 25 de Abril, na condução das operações, a partir do quartel da Pontinha.

Nos governos de Vasco Gonçalves pertenceu ao seu gabinete onde desempenhou diversas tarefas e pós 11 de Março de 1975, em acumulação, pertenceu ao Conselho da Revolução.

Enquanto Conselheiro da Revolução pertenceu ao SDCI (Serviço Director e Coordenador da Informação).

 

Pós 25 de Novembro de1975 foi um dos muitos oficiais perseguidos e prejudicados na sua carreira.

 

Pertencia à Comissão de Honra do centenário do nascimento de Vasco Gonçalves

 

A morte encontrou-o no passado dia 14 de Novembro em Moçambique.

A IGREJA CATÓLICA E A LUTA ANTI-FASCISTA

 A IGREJA CATÓLICA E A LUTA ANTI-FASCISTA


Manuel Begonha
Presidente da Assembleia Geral


Nas campanhas de dinamização cultural levadas a cabo no norte do país, pela 5ª Divisão do EMGFA, nos anos de 1974 /1975, constatei que alguma Igreja Católica através dos respectivos padres tinha uma atitude fortemente hostil à presença dos militares por os considerarem comunistas, transmitindo aos seus paroquianos que se precavessem contra aqueles que lhes pretendiam roubar as imagens e crucifixos em ouro, as terras , fechar - lhes as igrejas , retirar-lhes os filhos das escolas e outras considerações deste teor.
Na verdade , muitos destes padres já sob a batuta do Cónego Melo e de outros conspiradores contra-revolucionários, não tinham pejo em proferir a partir dos correspondentes púlpitos violentas homilias anti-socialistas.
Por vezes, quando as intervenções dos militares os incomodavam, não hesitavam em tocar a rebate os sinos das suas igrejas.
Admito que em certos casos, tivessem medo que algo de mal lhes acontecesse , devido à sua educação nos seminários, eivada de preconceitos e de se diabolizar o comunismo.
É claro que estes factos, não passaram despercebidos ao embaixador norte-americano Frank Carlucci que a anteceder o golpe de 25 de Novembro por lá andou visitando vários responsáveis da Igreja Católica.
O General Vasco Gonçalves também se preocupou com o tema a "religião sem política" tendo no discurso que proferiu nas Comemorações da Implantação da República, no Porto, em 5-10-1974, ter feito as seguintes considerações :
"O nosso povo é um povo cristão, é um povo católico.
Nós , não queremos lutas anticlericais , embora por vezes assistamos a actos a que não devíamos assistir.
Há um campo para a religião e há um campo para a política.
Nós, não desejamos que estes dois campos sejam misturados. Nós não queremos, nem permitiremos, que alguém tente por este ou outro motivo dividir o nosso povo. Dividir o povo é comprometer o seu futuro."
Mas convém recordar que muitos católicos, alguns deles comunistas, tiveram uma acção relevante na luta anti - fascista.
Em muitos aspectos o seu pensamento não estaria longe daquele que hoje vemos reflectido no Papa Francisco.
Há cerca deste assunto o núcleo do Porto da Associação Conquistas da Revolução (ACR), coordenado por Jorge Sarabando promoveu no passado mês de Fevereiro, um colóquio intitulado "Encontro com Frei Bento Domingues."
Da intervenção de Jorge Sarabando, transcrevo algumas passagens :
"Dizia um certo lavrador de Trás-os-Montes, estava a Revolução de Abril no seu auge, estas sábias palavras : " é a memória que nos constrói". Lembremos, então, neste tempo em que a barbárie tende a vencer a civilização, outro tempo, de bloqueio, de opressão, de violência impune, a que os portugueses pareciam condenados ".
E mais adiante :
" Foi , nesse tempo, há cinquenta anos, que nasceu a Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos...
E lá reconhecemos, entre os fundadores,..
vários religiosos, como o Pastor Dimas de Almeida, Frei Bernardo Domingues, os padres Abílio Tavares Cardoso, Jardim Gonçalves, Pereira Neto , Felicidade Alves, Frei Bento Domingues, que aqui está hoje presente.
Sabemos que o regime procurava na Igreja Católica um pilar de sustentação e um factor de credibilidade. Raras eram, no clero, as vozes insubmissas que se revelavam. Justo é lembrar o Padre Abel Varzim , o Padre Alves Correia, e neste momento e nesta cidade, o Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, que teve de se exilar. Justo é lembrar o nome do Padre José da Felicidade Alves, removido da Paróquia de Belém pelo Cardeal Patriarca, em Nota Oficiosa publicada na imprensa.
A participação de Frei Bento e de sacerdotes católicos na comissão teve um inapagável significado: naquele universo calafetado e opresso, que era então a pátria portuguesa, foi uma janela que se abriu e nenhum poder mais pode fechar. "

Intervenção de Baptista Alves na reunião do Conselho da Presidência do CPPC

 Intervenção proferida por Baptista Alves, Presidente da Mesa da Assembleia da Paz e nosso Presidente da Direcção
na reunião do Conselho da Presidência do CPPC
realizada em 22 de Outubro de 2020


A complexa situação internacional que desde há tempos se vem
agravando, impõe uma profunda reflexão da nossa parte, militantes
da Paz, no sentido de auscultar-lhe as tendências, avaliar os efeitos
e intuir os perigos para a sobrevivência da Humanidade, por um
lado, e, por outro, aferir os resultados da nossa acção cívica e de
todos quantos se revêem e trabalham nesta causa.
É portanto, de certa forma, um balanço da nossa actividade o que
nos propomos fazer hoje e para isso contamos com o apoio da
Direcção, com um objectivo muito preciso de recolha de
ensinamentos outros e outros pontos de vista que porventura mais
avisados estejam.
É este o desafio que quero deixar explícito, na presunção da vossa
adesão e do vosso inestimável contributo.
Assistimos hoje a uma gigantesca campanha do imperialismo norte-
americano, com ressonância numa comunicação social subjugada
pelos “senhores do dinheiro” dos dois lados do Atlântico, a meu ver,
visando preparar a opinião pública para uma II edição da Guerra
Fria, visando dois objectivos principais:
-Apaziguar as apreensões quanto ao futuro do gigantesco aparelho
militar, face ao desmoronamento do almejado Mundo unipolar todo-
poderoso e sem adversário, com que sonharam após o
desmoronamento da União Soviética e, em simultâneo, satisfazer a
gula desmedida da poderosíssima indústria do armamento
americana;
- Travar a ascensão meteórica das potências económicas
emergentes, única forma de garantir a sua supremacia universal.
Este será provavelmente o cenário mais ambicionado, Guerra Fria,
por mais tranquilo e mais fácil de acomodar na opinião pública
ocidental. Mas, mandam as terríveis experiências do século passado
não ignorar que outros cenários estão pré-figurados, nos Estados-
Maiores das grandes potências militares, sendo o mais tenebroso o
conflito nuclear à escala planetária.
Mas a realidade deste século XXI, ainda com todas as incertezas
que um vertiginoso progresso introduziu nas nossas vidas á escala
global, afasta, a meu ver, estes estereótipos.

Creio ser hoje uma evidência que o declínio do império tem mais a
ver com a factura militar do que com qualquer outra razão e não há
conhecimento histórico de antídoto que o cure. O surgimento/
ressurgimento de outras potências com influência crescente, nos
campos económico e também militar, fazendo antever a criação de
vários polos de poder à escala planetária, com os seus interesses
próprios, fará gorar qualquer estratégia de Guerra Fria que
obviamente colidirá com esses interesses, a troco de nada.
As razões ideológicas, religiosas ou mesmo de combate ao
terrorismo, continuarão a ser convincentes para um Mundo tão
causticado pelos efeitos nefastos das ingerências, ocupações
militares e guerras de agressão e pilhagem feitas em seu nome?
Efeitos que são cada vez mais difíceis de esconder nestes tempos
da comunicação global?
O recurso à pressão diplomática sobre os “aliados”, ou mesmo
chantagem diplomática, a que temos assistido, parece indiciarem o
contrário.
Uma outra questão que se coloca agora, é saber-se: o que esperar
deste Mundo multipolar? À partida, parece poder esperar-se que a
probabilidade de ignição de conflitos de interesses aumente, mas,
por outro lado, é de crer que a dominante da resolução pacífica se
reforce perante a evidência de o uso da força já não garantir
vencedores antecipados.
É aqui que reside um imenso campo de acção para as forças da
Paz: reduzir drasticamente os riscos para a Humanidade
resultantes da existência das armas de destruição maciça, lutar
pela dissolução dos blocos político-militares, lutar pelo
desarmamento geral e controlado e impor a solução pacífica dos
conflitos internacionais, nos exactos termos plasmados na CRP,
nascida da Revolução de Abril. É isto que temos feito no CPPC e é
isto que se impõe continuarmos a fazer.
Esta situação de pandemia, que estamos a viver, revelou de forma
bem explícita que o modelo desenvolvimentista que o sistema
dominante impôs ao Mundo, medido em taxas de crescimento
económico, descurou de forma inqualificável, frentes importantes
de combate às ameaças à vida na Terra, a começar pela defesa da
saúde pública, passando pelo combate às alterações climáticas- que
são uma constante mas se agravam, tanto mais quanto a
exploração selvagem dos recursos naturais do planeta, ofende os
seus equilíbrios naturais- para já não falar no agravamento abismal
das desigualdades sociais com condenação á fome duma grande
parte da humanidade.
Este é o Mundo que temos, e que temos que mudar, lutando pela
criação duma consciência cívica universal pela inversão do rumo
suicida que nos tem sido imposto.
A nossa qualidade de coordenadores do Movimento Mundial da Paz
para a Europa impõe-nos responsabilidades acrescidas nesta luta
sem tréguas para evitar que, mais uma vez, a Europa e o Mundo se
tornem num imenso campo de destroços.
Estamos em crer que este objectivo mais e mais se afirmará,
deixando para trás a visão consumista e predadora da natureza que
nos tem guiado e rumando a uma nova ordem internacional mais
equitativa e mais solidária.
Em uníssono com as forças do progresso e da Paz, que por todo o
Mundo se batem sem desfalecimento por uma sociedade mais justa
e mais fraterna, livre de todo o tipo de predadores e seus
servidores, livre da opressão e de todo o tipo de ingerências
externas, livres do golpismo militar interno, saudamos a estrondosa
vitória do povo boliviano e o restabelecimento da legalidade e
legitimidade democrática no país.

Um Mundo melhor, um Mundo de Paz, é possível!

O FUTURO DOS PORTUGUESES: A DEMOCRACIA


O FUTURO DOS PORTUGUESES: A DEMOCRACIA


Manuel Begonha

Presidente da Assembleia Geral

Agora que se iniciam as comemorações do primeiro centenário do nascimento do General Vasco Gonçalves, que tão vilipendiado foi e acusado de querer conduzir Portugal a uma ditadura, por alguma comunicação social que se fosse imparcial e honesta , veria a elevação patriótica e a coragem deste homem.

Sempre o vi como alguém independente, humanista e impoluto.

É como um revolucionário que nas Comemorações da Implantação da República no Porto  , em 5 de Outubro de 1974, proferiu as seguintes palavras :

   "Será o povo português quem livremente escolherá o seu futuro político. As Forças Armadas pretendem apenas lançar os fundamentos da voz do povo. Será o povo português que conscientemente, pelo seu voto, decidirá o seu futuro em eleições para a Assembleia Constituinte.

E essas eleições, podeis estar certos, serão eleições livres.

O Movimento das Forças Armadas só fixa um objectivo : lançar os fundamentos para que o Povo português possa escolher livremente as instituições por que se quer reger.

Depois recolherá aos quartéis para defender as conquistas democráticas.

Nós caminhamos para a ordem, para a ordem democrática, construída no respeito mútuo e na hierarquia da competência. "

COVID – 19 - Que fazer ?? - reflectindo

 

COVID – 19  - Que fazer ??   Precaver e seguir as recomendações enquanto houver risco?,  Ou encomendar as Pseudo-Vacinas que vão aparecendo ?

 

Marques Pinto
Vogal da Direcção

 

 

Tenho que informar que estou já acima dos 75 anos e pertenço aquele grupo etário que um dos nossos ilustres representantes na Assembleia da Republica classificou como cidadão descartável, pois alem de receber uma reforma, poderei ainda ocasionar despesas ao SNS, alem de outros malefícios ao País, pois ocupo uma residencia dentro da cidade de Lisboa – por acaso já totalmente paga – e alem disso até não voto no partido do tal deputado.

 

Acompanho com uma certa regularidade as notícias e vou buscando nalguns sites informações e sobretudo dados estatísticos que me permitam fazer os meus próprios juízos sobre a pandemia e os seus efeitos de vária ordem nos diversos países.

 

Verifiquei por exemplo que durante os meses mais quentes no nosso Portugal todos dias as já conhecidas figuras dos diversos serviços públicos e estatais nunca tiveram a gentileza de chamar a atenção dos idosos para beberem bastante água e evitarem saídas e esforços nas horas e locais onde as altas temperaturas mais se notavam, coisa que em anos anteriores era comum e um recomendável bom senso pois todos sabemos que quanto mais velhos menos sede vamos sentindo mas a desidratação acentua-se na mesma e pode ter desfechos nefastos sem qualquer aviso prévio.

 

Mas o que me leva a fazer esta pequena chamada de atenção prende-se mais com a despudorada

propaganda às diversas pseudo-vacinas que vão surgindo e que mereciam um constante e elucidativo aviso pelas entidades oficiais que tudo não passa de um tipo de “banha-da-cobra” revista e actualizada para os incautos cidadãos.

 

Sei de quem já contactou amigos e conhecidos para lhe arranjarem a qualquer preço a vacina chinesa ou a que já aparece em sites da Itália e Bélgica segundo me informaram.

 

Ao longo de muitos anos nenhuma vacina se conseguiu criar e dar como recomendável – repito recomendável e não completamente comprovada - sem pelo menos 3 a 5 anos de testes e realizados em vários milhares de pessoas constituindo até grupos considerados diferenciados em vários aspectos.

 

Meus caros leitores e não me refiro apenas aos da minha geração que mais cuidados e atenção deverão ter, continuem a respeitar as elementares regras de higiene e protecção pessoal e evitem sempre que puderem os transportes nas horas de ponta e peçam aos jovens da família que não tenham comportamentos de risco e se lembrem que os pais e avós podem ser vítimas da sua atitude despreocupada e assim talvez toda esta epidemia volte a números perfeitamente aceitáveis até á sua erradicação que segundo alguns especialistas poderá ainda demorar mais de 24 meses.

 

A minha avó sempre me dizia : “cuidados e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém”

 


Conferência de Imprensa realizada em 15 de Outubro de 2020 na Casa do Alentejo

 

Tivemos ontem um momento alto da vida da nossa ACR

 


 

Anunciámos publicamente, em Conferência de Imprensa, a nossa determinação em comemorar o Centenário do Nascimento do General Vasco Gonçalves, com
apresentação das linhas programáticas e da lista de personalidades que já manifestaram aceitar o convite que lhes endereçámos.

 

Documentos e fotografias pode ver clicando AQUI 

 

 

 

 

O COVID-19 E A CRISE DO CAPITALISMO

 

                O COVID-19 E A CRISE DO CAPITALISMO

 Manuel Begonha
Presidente da Assembleia Geral

 
Devido ao Covid-19 que se tornou global, desencadeou-se mais uma crise típica do capitalismo.
O que se vai passando pelo mundo da finança, não é normalmente tratado na nossa comunicação social que se esmera em nos oferecer produtos de propaganda e material manipulado.
Por onde andam os objectivos estratégicos do capitalismo, a geografia das influências e os circuitos do dinheiro são assuntos irrelevantes.
Ainda menos , a busca desenfreada de matérias primas e a luta pela hegemonia armamentista que constituem uma ameaça permanente à paz.
Com o pretexto das consequências da pandemia, Portugal está-se a tornar num campo de batalha, devido às divergências que se estão verificar e que têm um enorme potencial desestabilizador.
Pode atirar pobres contra pobres, velhos contra novos, estudantes contra trabalhadores, homens contra mulheres.
Porque haverá os que têm subsídios e outros não ; os que têm emprego e outros não ; os que têm acesso à saúde e outros não ; os que podem estudar e outros não ; os que têm casas dignas e outros não.
E no entanto , poderão ser todos trabalhadores empobrecidos.
Não é aceitável que nos pretendam humilhar, transformando o nosso povo numa mera bolsa de desempregados para construir um mercado, onde os empresários iriam contratar trabalhadores a baixo custo e em condições de trabalho degradantes, para assim fazerem triunfar os seus desígnios de enriquecimento.
Ocorre-me uma citação de John Donne :
"Aflige-me a morte de qualquer ser humano porque sou parte da Humanidade. E por isso nunca perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti."
Há que pôr um fim a tamanho conjunto de injustiças.
É necessário construir os alicerces de uma mudança.
Não queremos que os sinos dobrem sobre a dignidade do povo português.

O “28 de Setembro” ou o Golpe reacionário da Maioria Silenciosa de Spínola

 

O “28 de Setembro” ou o Golpe reacionário da Maioria Silenciosa de Spínola

 

Marques Pinto
Vogal da Direcção

 

Passam hoje 46 anos sobre a data que todos os que viveram o 25 de Abril de 1974 recordam como o primeiro sobressalto sério para a recém-nascida democracia com apenas 5 meses de idade.

Na realidade, para quem tinha maior conhecimento e alguma experiencia politica, sabia que a Revolução nascida do golpe de estado militar, tinha criado logo no dia 26 de Abril, quer internamente quer no exterior algumas frentes de resistência, de características diversas consoante as áreas politicas e financeiras que se sentiram mais ameaçadas pela queda do regime ditatorial fascista ou simplesmente por convicções pessoais de caracter e da formação fascizante que um regime de 48 anos necessariamente havia criado, alimentado e imposto tanto na Metrópole como nas Colónias Portuguesas.

Não podemos nem devemos minimizar o papel e atitude do General Spínola, que desde as vésperas do golpe – antes da madrugada libertadora - havia preparado e encenado com a colaboração de elementos civis (1) a  sua teatral aparição no Quartel do Carmo para “receber” o “poder” de quem já estava preso mas aguardava a já  prometida “visita de rendição” do tão considerado chefe militar que menos de 10 meses antes havia abandonado a Guiné por considerar uma guerra perdida.

Na realidade a “contrarrevolução ainda bem disfarçada” instalou-se em Belém em 28 de Abril de 1974.

Não cabe aqui enumerar as diversas tentativas e manobras políticas e de muitos militares de altas patentes que das maneiras mais diversas e encapotadas iam tentando minar e destruir a jovem revolução. Basta ler os jornais da época – manif preparada para o 10 de Junho, “oferta” de aumentos salariais por algumas grandes empresas - e sobretudo os “artigos de opinião” nos pequenos e inúmeros pasquins que floresceram nessa época apoiados por fundos das mais diversas origens.

Claro que quando em Agosto surge um 2º Governo Provisório que pela primeira vez ao fim de 4 meses de revolução merece o crédito do MFA e da população progressista, a contestação dos contra-revolucionários surge com mais violência quer em termos de panfletos quer em termos de acções violentas como os ataques a locais de encontro de progressistas e mesmo a sedes partidárias e ataques individuais violentos e até agressões com arma branca.

Curiosamente o PR Spínola não critica nem condena formalmente tais actos de puro banditismo e quando interrogado chegou a dizer que a população tem o direito a manifestar-se pois “estamos agora em democracia” como se a violência fosse um tipo de manifestação a tolerar.

Claro que este tipo de permissividade não é mais que um incentivo aos contrarrevolucionários que depois de uma reunião em Lisboa com o próprio Presidente,  fazem o seu primeiro grande ensaio em Moçambique  - 8 de Setembro 74 - onde se tivessem saído vitoriosos permitiriam ao PR Spinola parar todas as conversações com vista ao fim da guerra nas colónias.

Embora com uma grande perda de vidas humanas, a tentativa de golpe de Moçambique em que Spinola acreditava, falhou e com isso em Angola a incipiente organização contrarrevolucionária foi também rapidamente travada e o Alm. Rosa Coutinho convidou os 4  principais organizadores para o seu gabinete onde lhes comunicou pessoalmente que conhecia todos os seus planos, bem como do “complot” arranjado entre Mobutu e Spinola no celebre encontro “secreto” em que Spinola dava carta branca para que as “tropas da FNLA apoiadas pelo exercito Zairense” pudessem invadir o norte de Angola e que as forças militares Portuguesas sob o seu comando não permitiriam qualquer acto provocatório e violento ás populações civis, vindo donde viesse.

Apesar de tudo, na Guiné que era considerado o território onde a guerrilha em Abril já dominava uma grande parte do terreno, o General Fabião nomeado em Maio de 74 e o seu gabinete constituído por militares progressistas e da sua confiança já se tinha iniciado  um “entendimento não oficializado” respeitado pelos dois lados e as actividades bélicas haviam cessado por completo.

Em Portugal em que as organizações e associações partidárias de carácter abertamente fascista ou filo-fascista tinham começado a proliferar, com o 2º Governo Provisório algumas delas são encerradas e outras convidadas a não se constituírem oficialmente, mas os apoios nacionais e estrangeiros de toda a ordem e origens – até mesmo de organizações e serviços de Governos estrangeiros -  choviam e tal facto era um incentivo para muitos grupos continuarem, pois só assim  justificavam as elevadas verbas recebidas em Dolares, Francos, Pesetas, Marcos, etc . e...que nem “recibos” se exigiam.

Assim e com o alto patrocínio de Spínola e dos diversos grupos económicos, empresas e bancos nacionais e organizações estrangeiras com quem mantinha ligações directas ou através de membros civis e militares da sua “organização”, muitos deles seus servidores fieis desde a Guiné, chegou-se á tão esperada e anunciada Manifestação da Maioria Silenciosa cujo patrocínio era mesmo anunciado publicamente como sendo o grande apoio que Spinola esperava para iniciar o desmantelamento do MFA e ainda ir a tempo de uma nova reunião com Mobutu para acertarem “melhor” o problema de Angola, pois Moçambique seria mais fácil com o celebre Acordo “Alcora” ainda em “banho Maria”.

Pois bem se a teatral assobiadela e gritaria encenada na Praça de touros do Campo Pequeno havia criado uma espectativa na burguesia e alta sociedade lá presente, a desilusão da “derrota sofrida” na noite e manhã de 28 de Setembro foi a maior vergonha para Spínola.

 Ver a maciça presença popular nas ruas e estradas colaborando e ajudando as forças militares na deteção e captura de armas que muitos carros civis estavam a tentar trazer para a tal manifestação a realizar frente a Belém na Praça do Império e cujo vergonhoso falhanço foi o que levou á sua renúncia á presidência entregando o cargo ao General Costa Gomes

Contudo já no seu grupo se preparava a formação, obtenção de fundos e organização de outro tipo de actividade contrarrevolucionária que levaria ao golpe frustrado de 11 de Março e tantos assassínios e actos de destruição bombista que mesmo depois do golpe de 25 de Novembro de 75 se prolongaram durante dois anos

(nota 1) – Soube-se mais tarde que dois elementos civis estiveram toda a manhã e na tarde de 25 de Abril, no Grémio Literário onde por via telefónica iam mantendo Marcelo Caetano “irredutível” na sua entrega e rendição a Salgueiro Maia, esperando pela já prometida chegada em trajo de gala do General Spínola...e assim garantindo que o ex-trabalhador “avençado” por largos anos do Sr Champalimaud ficasse com os louros de surgir como 1º figura da Revolução dos Capitães, com um pequeno passeio de sua casa ao Quartel do Carmo.

Actividades Núcleo do Porto - Apresentação do Caderno de Abril nº 2 "Constituição da República - celebração e defesa"

 No Espaço portuense Atmosfera M, realizou-se, em 25 de Setembro, a apresentação do Caderno de Abril nº2, que tem como tema "Constituição da República - celebração e defesa".
 
 
 
Editada pelo Núcleo do Porto da ACR, a publicação reúne textos da autoria dos advogados António Macedo Varela e João Fernandes Ferreira, da professora universitária Sandra Tavares e dos juízes conselheiros jubilados Eduardo Maia Costa e João Pires da Rosa. Foi apresentador Pedro Baranita. magistrado do Ministério Público. O debate foi moderado por Jorge Sarabando, coordenador do Núcleo do Porto.
 
 
Como foi salientado, apesar de desfigurada por sucessivas revisões, impõe-se a luta por  uma "Constituição viva, fiel ao seu projecto transformador", sobretudo agora que há forças emergentes que "não a reconhecem e até a hostilizam nos seus pilares fundamentais, em nome de projectos ultraliberais ou neofascistas".
 
Tempo de lutar pelo cumprimento da Constituição, teoria e prática, para que não seja o poder político democrático a ser subordinado ao poder económico, em oposição ao determinado no art.80º.
 
Tempo de não abdicar de um só dos direitos nela consignados, como o direito de manifestação e de reunião.
 
 
E foi isso que aconteceu na sessão: respeitando as normas sanitárias em vigor, foi ocupada o máximo da lotação permitida.

Quando se ameaça um Governo insulta-se o seu Povo

 Quando se ameaça um Governo insulta-se o seu Povo
 
 
Marques Pinto
Vogal da direcção

 
O que o alto representante do sr. Trump em Portugal disse há dias -transmitindo um recado encomendado pelo seu dono – e que muita imprensa escrita e televisiva retransmitiu, merece pela parte de quem neste momento está no poder e tem essa responsabilidade moral uma resposta de desagravo.
Qual a extensão e forma dessa resposta, penso que apenas terá como medida a coragem moral de quem a profere.
Fui e como eu muitos outros– talvez mesmo a maioria da minha geração – educados em casa e nas escolas a respeitar e fazer  respeitar a minha pátria e a minha bandeira e que todos os insultos e agravos feitos por países terceiros ou seus representantes oficiais ao meu País e aos Portugueses deveriam merecer acções e actos de desagravo de acordo com a gravidade das ameaças.
O nosso governo não deverá esperar que sejam partidos ditos nacionalistas que por palavras ou actos mostrem o seu repudio em relação ás ameaças proferidas por um qualquer mandatário dum governo do outro lado do Atlântico cuja preocupação é lançar  operações militares por todo o mundo criando os largos milhões de desalojados que fugindo de África e do Médio Oriente só vindos para a nossa Europa já ultrapassam os 8 Milhões.

Nos 45 anos do Plano Trabalho e Cultura e Serviço Cívico Estudantil

 

Nos 45 anos do Plano Trabalho e Cultura e Serviço Cívico Estudantil
 
 Valdemar Santos
Vogal da Direcção

 
Decorreu nesta quinta-feira, 24 de Setembro, a visita da Direcção da ACR à Exposição “45 anos – Plano de Trabalho e Cultura e Serviço Cívico Estudantil”, promovida pelo Museu do Trabalho Michel Giacometti, em Setúbal, com a presença do nosso Presidente, José Baptista Alves. No acto da inauguração a 4 de Julho, a Associação já tinha assinalado, in loco, a mensagem de parabéns: “ Com o espírito
juvenil dos soldados do MFA que nos tanques da Paz levaram há 45 anos os jovens do Serviço Cívico Estudantil junto do Povo e dos Trabalhadores”, agora ainda mais vincada com a referência ao General Vasco Gonçalves, “o Primeiro-Ministro do Povo e dos Trabalhadores”, ele próprio indissociável da figura e do papel de Michel Giacometti. A
Drª Lucinda Fernandes, com responsabilidades na programação do Museu, foi a anfitriã da visita, uma vez mais. 







O Nord-Stream 2 e o “caso Navalny”

 

O  Nord-Stream 2 e o “caso Navalny”

 

Marques Pinto
Vogal da Direcção

 

 

Antes que se interroguem sobre qual a ligação que poderá haver entre dois assuntos tão dispares talvez seja melhor explicar o que são as operações de “falsa bandeira”, cuja designação vem da expressão em língua inglesa de “false-flag”.

Chamam-se operações de falsa bandeira ás acções provocatórias a um determinado país, forçando o mesmo a tomar atitudes de corte de relações ou mesmo acções militares ou servir de pretexto para iniciar uma agressão militar, tendo tais actos iniciais realizados pelo provocador usando meios militares disfarçados ou criando falsas situações que se podem apresentar à opinião publica como sendo o provocador a própria vítima.

Há um caso muito conhecido -o incidente do Golfo de Tonquim – em que um navio de guerra dos EUA dentro das águas territoriais do Norte-Vietname diz ter sido atacado por uma vedeta de fiscalização Vietnamita e assim “para se defender” inicia o bombardeamento de costa e abre as hostilidades com o Norte-Vietname....com todas as consequências conhecidas.

 

Todos nós temos ultimamente seguido as controversas acções desenvolvidas pelos EUA junto da Alemanha e da Dinamarca (em cujo fundo das águas territoriais passa a conduta) para que tal conduta de fornecimento de gás natural à Alemanha a custos altamente vantajosos para ambos -Rússia e Alemanha – mas com grave prejuízo para os EUA que alem de assim “perder” um cliente de peso, teria mais uma poderosa arma de chantagem sobre a Alemanha e Europa central, fazendo chegar ou não os seus carregamentos de gás natural por via marítima consoante preços e condições que os governantes dos EUA quisessem em cada momento.

Previa-se que esta poderosa “arma” de chantagem fosse esgrimida, como foi, com todos os tipos de ameaças e pressões inclusive de mais sanções à Rússia por parte da Europa liderada pela Sra. Merkel, contudo tal não aconteceu.

Assim criou-se um novo “terrível e chocante” acto politico em que o presidente Putin teria encomendado não um simples assassinato mas a “morte lenta por envenenamento” do seu opositor politico Navalny .

Claro que após ter dado entrada num hospital Russo e por receio que aí fosse mal tratado movimentaram-se familiares e políticos e financeiros alemães  - dos tais que defendiam a compra de gás aos EUA  - e o Sr. Navalny foi trazido de avião com familiares para ser tratado em hospital Alemão.

Logo se “descobriu” que afinal segundo as declarações dos médicos alemães, não haviam sido detectados quaisquer sinais de envenenamento...mas então os serviços de informação militares Alemães  - com fortes e antigas ligações à NATO - disseram que a família tinha em sua posse uma garrafa de água com sinais de um antigo veneno fabricado na era soviética...e que o Sr. Navalny teria bebido dessa garrafa de água tão cuidadosamente guardada todas estas semanas.

O coro de tais políticos e financeiros logo apelou para que se parasse com a compra de gás à Rússia como sanção por ter envenenado o dito opositor politico.

Para desmascarar o “drama” tão bem criado e encenado...veio a publico a comunicação do hospital russo que tinha consigo ainda amostras clínicas de todos os fluidos retirados do Sr. Navalny na altura do seu primeiro e imediato internamento e poderia mostrar todas as analises feitas que comprovavam não haver qualquer indicio de veneno.

Para quem não tenha ideia do perfil do Sr. Navalny podemos informar que embora nascido na Rússia foi muito novo para os Estados Unidos onde se formou na Universidade de Yale e dada a sua procedência e origem foi sempre apoiado por varias instituições Americana e não só, e que após promoverem o seu regresso à Rússia têm colaborado na “recolha de fundos” para que a sua luta do  “seu” oposicionista a Putin possa continuar.