Texto Periódico IX - "Ajudas da UE  - Quem parte e reparte... sempre fica com a melhor parte"

Talvez por que ainda há pouco tempo tivesse lido sobre o histórico Plano Marshall que afinal não foi  unico, mas sim diversos planozinhos, desenhados consoante os países ou grupo de países a que se destinavam. 

Assim houve um plano de rapida execução para "ajudar" os Gregos e os Turcos. Na Grécia para rapidamente liquidar a "guerra civil" que poderia permitir ao partido que liderara a resistência contra os nazis e ajudara  as forças Ingleses á sua entrada na Grécia durante a guerra, mas....poderia agora ganhar as eleições...e era filo-comunista, o que os USA de Truman não poderiam tolerar.

A Turquia pela sua posição estratégica no Extremo da Europa e grande parte do território no Próximo Oriente, iria também ser "ajudada" com certa urgência.

Para a zona central da Europa o plano Marshall incluiria cereais, maquinaria industrial, veículos, etc. tudo evidentemente de origem Americana, alem de prever a compra de quotas e posições em empresas europeias que considerassem de interesse, até porque os valores no mercado estavam apetecíveis.

Na Europa de então só a voz de De Gaulle se levantou e chamou a atenção para o perigo que traria o domínio de uma Europa empobrecida, apesar de o seu amigo Jean Monet, arquitecto deste plano pelo lado Europeu, estivesse envolvido desde o inicio com o grupo americano que já havia previsto 17 biliões de Dólares para ajuda á França, Itália e Austria ao longo de 4 anos.

Felizmente a verba destinada a Portugal não foi grande e foi integralmente paga 

Quando ouço ou leio que há apoios e ajudas baseadas em actos de entre-ajuda e filantropia, penso sempre como se venderam há menos de uma década  a electricidade, seguros, transporte aéreo, terrenos e edifícios que pertenciam ás Forças Armadas, zonas portuárias, estaleiros, etc etc. 

 Claro que para alguns a austeridade e sacrifícios  nunca chegará, mas para quantos outros milhões os sacrifícios e a fome já chegaram há semanas?

Recordo sempre uma frase que ouvi a um amigo há pouco tempo:

"Quando todo o mundo chora, sempre aparece alguém que vende lenços"

Marques Pinto
Vogal da Direcção

Texto periódico VIII - Uma data que alguns veneram e para outros traz más recordações

Uma data que alguns veneram e para outros traz más recordações
Marques Pinto
(vogal da Direcção)

Passámos há pouco tempo a data de “25 de Abril” e por tal motivo lembrei-me de ir ler um pouco mais sobre esta data, que desde o “nosso” de 1974, a grande maioria do Povo Português bem conhece o seu significado, mesmo aqueles que por actos e palavras continuam saudosos do regime que caiu em 24 de Abril. 
Foram ainda este ano “brindados” os saudosistas do 24, com uma evocação na Assembleia da Republica e uma concentração no 1º de Maio que mais os irritou e não deixaram de durante dias aproveitarem os espaços de alguns jornais e audiências de televisão para criticarem o Governo e o Presidente que tal acto permitiram...
Mas se o “nosso” 25 Abril” é por “cá” conhecido, também na Africa Lusófona é ainda lembrado  - mesmo nas novas gerações – como a data que levou a bom termo as suas lutas de libertação do colonialismo, embora nem para todos tenha sido o início da paz nos seus novos Países.
Mas se por exemplo na Itália a mesma data também significa libertação pois foi em 25 de Abril de 1945 que o exército nazi, na pratica foi expulso do território Italiano e a pseudo republica de Salo que os apoiantes do fascismo de Mussolini haviam implantado, caiu de podre pois só com o apoio e suporte armado dos Nazis se havia aguentado.

Mas hoje venho também referir a data de 25 de Abril de 1920, que muitos de nós desconhecem mas foi nessa data que a Nação Palestiniana sofreu um dos maiores golpes traiçoeiros por parte dos países vencedores da 1ªGrande Guerra.
Foi nessa data que em Italia, mais precisamente em San Remo, essa bela cidade da Riviera Italiana, o Conselho Supremo Aliado constituído pelos vitoriosos da Grande Guerra ditaram os mandatos sobre os territórios da Siria, Iraque ( na época conhecido por Mesopotamia) e Palestina.
Claro que o Governo Inglês pela célebre declaração Balfour, já em Novembro de 1917 , pela grande pressão do Movimento Sionista havia estabelecido que era preciso arranjar uma pátria para o povo Judeu, mas tornava-se necessário fazer um reconhecimento de caracter mais internacional e daí 3 anos depois, se praticar um confisco de caracter mais internacional das terras Palestinianas, embora para amenizar a situação fosse incluída nessa declaração “que nada pudesse ser feito nesses territórios Palestinianos que pusesse em causa quais quer direitos civis e religiosos das comunidades  Palestinianas”.

Atentemos hoje como as Nações Unidas respeitam e impõem tais direitos e autorizam a expropriação por parte de Israel de uma grande maioria do território Palestiniano sob a força das armas e com o esbulho de terras historicamente Palestinas.

Claro que nem para todos, infelizmente, a nossa tão estimada data de 25 Abril traz boas recordações.

Texto Periódico VII - UMA HITÓRIA DE RESISTÊNCIA ENTRE TANTAS, TANTAS…



UMA HISTÓRIA DE RESISTÊNCIA ENTRE TANTAS, TANTAS…

Manuel Carvalho

Meu pai, republicano e anti clerical, como era comum naquele tempo, devido a uma igreja desajustada no tempo, obscurantista, sentada à mesa do ditador, nunca se opôs aos caminhos que eu poderia vir a trilhar. Dizia ele que descobrisse por mim próprio.
Minha mãe, muito crente, acarinhava que eu e minha “matilha” (como dizia o MEC) frequentássemos a igreja de Santa Maria, nos Jerónimos, quando os meus pais residiam na freguesia do mesmo nome – Santa Maria de Belém. O Pároco, desempoeirado, também nos acarinhava sempre, até com um bom lanche aos sábados e passagem de filmes para crianças, nos claustros, e não se importava nada que nós fizéssemos de cicerones no Mosteiro onde ganhávamos umas moeditas. Por essas e por outras, não aqueceu o lugar, no seio de uma igreja fechada.

Mais tarde, com a reforma antecipada do meu pai, por doença incompatível com a sua função na Carris, fomos residir para a aldeia e eu entretanto deixei de frequentar a igreja – já começava a pensar por mim próprio – de tal maneira que vim a sentir o mau relacionamento instalado entre mim e o Padre de Religião e Moral, na Escola Industrial, sem me aperceber porquê.

Já no último ano do ensino secundário, viemos a ter um novo Professor, Engenheiro, com o qual passávamos 10 tempos lectivos semanais nas aulas principais daquele ano: Desenho de Máquinas, Tecnologia e Orçamentos e Contas de Obras. Os tempos lectivos eram suficientemente sobrantes, para o excelente desempenho do Engenheiro e então havia tempo para lhe colocarmos muitas questões, com sejam sobre a Guerra Colonial – preocupação maior que nos atormentava – sobre as relações também preocupantes e em crescendo entre Israel e os Países Árabes ou sobre a luta do IRA, ou ainda sobre a postura da Igreja, face a todos esses acontecimentos, questões estas que normalmente acabavam em reflexões filosóficas sobre a humanidade, acrescentando mais uma disciplina a ministrar pelo Engenheiro.

Mas um dia à saída da sala de aula encontrámos dois tipos estranhos, junto à porta e o lúcido Engenheiro no ano seguinte teve que mudar de Escola.

No ano seguinte, eu a frequentar a Escola de Máquinas da Marinha, em Vila Franca de Xira, venho a encontrar o Engenheiro, onde ele era agora professor na Escola Industrial da mesma Vila.
Encontrei-o num café, de dois pequenos pisos, próximo da Câmara, café convidativo a conversas de “pé de orelha” sem ouvidos duvidosos, por perto. Ele ficou muito admirado ao ver-me ali uniformizado de marinheiro e questionou-me porque não me tinha candidatado ao Instituto Industrial, porque achava que tinha condições para tal. Respondi-lhe que por razões económicas dos meus pais, tinha optado pela Marinha a fim de poder prosseguir estudos, mas que o Instituto Industrial não estava fora das minhas aspirações.

Lá tivemos um bom bato papo, onde não faltaram os comentários sobre os tais tipos estranhos que iam ouvir o que se passava nas suas aulas na EI de TN. Depois, de mais um encontro ou outro, deixei-o de o ver a frequentar o dito café. Admirado, questionei o proprietário (pessoa de confiança para aqueles tempos de obscurantismo) se sabia do Professor, tendo-me respondido que tinha sido preso pela PIDE.

OBRIGADO, ENGENHEIRO! PORQUE COM A TUA LUTA DE RESISTÊNCIA, E DE ESCLARECIMENTO, COMO A DE MUITOS OUTROS, AJUDASTE A ENCONTRAR AS CHAVES QUE SERVIRAM NOS FERROLHOS DAS “PORTAS QUE ABRIL ABRIU”…

75º Aniversário da Vitória sobre o nazi-fascismo





Pela liberdade, a paz e a verdade.
Não ao fascismo e à guerra

   Várias organizações portuguesas, entre as quais o Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC), a União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-IN), o Movimento Democrático de Mulheres (MDM), a Juventude Comunista Portuguesa (JCP), a Associação Conquistas da Revolução (ACR) e a Ecolojovem, subscreveram um texto evocativo do 75º Aniversário da vitória sobre o nazi-fascismo, intitulado “Pela liberdade, a paz, e a verdade. Não ao fascismo e à guerra”
    O número de subscritores aumenta, comemorando precisamente a rendição incondicional da Alemanha nazi a 9 de Maio de 1945, e não deixa de recordar “o “horror atómico” lançado pelos EUA sobre Hiroxima e Nagasáqui e a capitulação do Japão, pondo um fim definitivo “à maior tragédia humana que a História conheceu”.
   O papel da União Soviética e do Exército Vermelho merece justo destaque, e também os que no nosso país “tudo deram, incluindo a própria vida, para resistir contra a longa noite fascista e fazer florir a liberdade e a paz em Abril de 1974”.

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O Ponto alto das comemorações terá lugar no dia 9 de Maio
O seu programa pode ser visto em
https://associacaogagarin.pt/index.php/noticias/162-programa-de-iniciativas-no-dia-9-de-maio 

A DESIGUALDADE MATA


Uma breve reflexão acerca do pós pandemia

A DESIGUALDADE MATA

Em países como os EUA e o Brasil que optaram por dar prioridade à economia em detrimento da vida humana, nesta pandemia do COVID-19, tem-se verificado que a maioria das mortes tem incidido nos mais pobres, os mais desiguais.
Compreedem-se as razões.
São mal alimentados, possuindo menor capacidade de resistência ao vírus.
Para sobreviver, precisam de trabalhar todos os dias, utilizando para tal transportes públicos sobre lotados.
O seu confinamento é muitas vezes efectuado em habitações pequenas, por vezes degradadas e com elevada promiscuidade.
O acesso à água, para lavagem frequente das mãos é limitado.
Pouca capacidade financeira para adquirir equipamento de protecção.
Os velhos são amontoados em lares com condições deficientes e escasso apoio médico.
Esta sociedade, faz por esquecer que para os pobres, tudo o que não for dado, é caro.
Mas a estes seres humanos explorados que bateram tantas vezes no muro da injustiça, não lhes foi dada a oportunidade de se levantarem, mas sim de perderem mais do que a dignidade que é a última coisa que se pode tirar a um homem.
Perderam a vida.
Não tiveram para onde fugir.
São os efeitos colaterais.
Em dois países ricos, é este o resultado do neoliberalismo.
É neste mundo desigual que queremos viver no futuro?
Manuel Begonha 
Presidente da Mesa da AG

Texto Periódico VI - A rapariga do 1 de Janeiro


A rapariga do 1 de Janeiro
Valdemar Santos

   Façamos uma retoma (este texto tem anos, em abono da verdade, hoje com acertos), que do 15 a 19 de Abril a humanidade progressista comemorou o 59º aniversário da derrota dos mercenários cubanos que, a soldo dos Estados Unidos, desembarcaram na Playa Girón ou Baía dos Porcos na primeira tentativa de derrubar o Governo e assassinar Fidel de Castro. Bastou que na véspera Cuba tivesse declarado o carácter socialista da sua opção política para que 1.297 exilados em Miami, antes comprometidos com a ditadura de Fulgêncio Batista mas já há muitos meses treinados para o efeito, cumprissem as ordens de Kennedy. Em menos de 72 horas foram aniquilados pelas forças governamentais cubanas, e desde então intensificou-se a mais prolongada e diversificada tentativa imperialista (incluindo o vergonhoso bloqueio) de derrotar um povo que lutou pela sua soberania e, uma vez esta conquistada, a defende com orgulho inquebrável. E festejando o 46º Aniversário da Revolução do 25 de Abril, vinquemos a propósito que os portugueses não esquecem que ela se deveu antes de tudo à luta anti-fascista travada em Portugal, à luta dos povos das ex-colónias e de todo o Mundo pela sua libertação e independência e à existência de uma correlação de forças a nível mundial que permitiu que no mais ocidental dos países da Europa capitalista caísse um regime ditatorial que a NATO - a OTAN de Salazar - não se coibiu de acolher entre os seus fundadores, razão pela qual nos associamos ainda com mais força às Comemorações do 61º aniversário da Revolução Cubana, neste ano de 2020.
   A sabotagem, o terrorismo e a agressão contra a Ilha de José Marti financiados pelos Estados Unidos da América conheceram um outro profundo golpe quando, em 1998, cinco patriotas oriundos de Cuba se infiltraram na rede contra-revolucionária de Miami e recolheram irrecusáveis provas de planos que atentavam contra o regime de Fidel de Castro e vidas humanas. Ao entregá-las ao FBI, este instrumento ao serviço do grande capital e do imperialismo prendeu-os - ou seja: prendeu os inocentes - e deixou à solta os criminosos, plenamente identificados.
   Todos participámos em acções múltiplas de solidariedade pela sua libertação que foi totalmente, mas quase um a um, alcançada enfim em 2014.
   Por estarmos no mês que prossegue Abril, contamos que uma jovem jornalista (Ana?) de uma rádio local setubalense, num primeiro semestre da década de 90, e antes das nove da manhã, confrontou-nos via telefónica: “Estamos em ligação directa a Havana e até ouvimos muita agitação, os opositores estão na rua a saudar a queda do regime de Fidel de Castro. Que tem a dizer?”
   - “A confirmar-se, mantemos a nossa solidariedade com a Revolução, com o povo que luta e com Fidel, que foi o que deles recebemos durante o fascismo. Cuba vencerá!”.
   Foi logo perceptível um riso descomprometido de desculpa, e de que maneira não deixou de a pedir!: - “Hoje é o dia 1 de Abril!!”
   Para os radiouvintes também não havia directo, ao contrário do que nos insinuara, mas foi peremptória: - “Eu sou igualmente pelo 1 de Janeiro, descanse!”
   É que os 61 anos acima citados começaram no primeiro dia de 1959! Quem não acredita que a Ana vai dizer-nos (vamos desfiá-la para um directo a sério, desta vez): “Eu sou igualmente pelo 1º de Janeiro Gonçalvista, o do Centenário!?”


  

Comemoração do 99º aniversário do Gen. Vasco Gonçalves




Comemoramos hoje 99 anos do nascimento do  General Vasco Gonçalves, referência primeira da nossa ACR. No nosso programa de acções para o ano 2020, constava com destaque especial a colocação de uma placa toponímica na Rua Vasco Gonçalves, no Lumiar, iniciativa que contou com o apoio e empenho do Sr. Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, a quem manifestamos aqui os nossos agradecimentos e o nosso respeito.
A situação excepcional que o país está a viver não permitiu concretizar aquela acção, o que naturalmente nos penaliza a todos, mas não queremos deixar passar a oportunidade para assinalarmos esta data memorável, por todos os meios que a situação de confinamento nos permite utilizar.
Tão breve quanto possível procuraremos concretizar esta acção, em data que oportunamente divulgaremos, com todo o nosso empenho, tanto mais quanto se aproximam as comemorações do Centenário do Nascimento do General Vasco Gonçalves, comemorações  que a nossa ACR está a preparar para o ano 2021 e cujas linhas programáticas foram já divulgadas.
Lembrar Vasco Gonçalves, "O companheiro Vasco", na data do seu nascimento, é um imperativo revolucionário a que não nos eximimos e é sobretudo uma homenagem ao Homem, ao Primeiro Ministro de quatro dos seis Governos Provisórios durante o período  revolucionário iniciado em 25 de Abril de 1974, a que devemos o maior salto civilizacional da nossa história.

Saudação ao 1º de Maio

SAUDAÇÃO

Comemoramos o 46º Aniversário do 1º de Maio em Liberdade.

Comemoramos, numa adversidade mundial inusitada, numa altura em que os exploradores dos Povos e dos trabalhadores, os promotores da guerra e do combate à independência, soberania, autodeterminação e progresso social de países de todo o Mundo mostram, mais uma vez, a sua verdadeira face.
Comemoramos, também, com a nossa luta contra os governos submetidos aos ditâmes do imperialismo que não perdem mais uma oportunidade para explorarem os povos.
Mas do nosso lado, no reforço da unidade democrática, os Valores de Abril dão-nos ainda mais força.
É com ela, a um ano de comemorarmos o Centenário do nascimento do General Vasco Gonçalves, que partilhamos o 1º de Maio de 2020.
Saudamos calorosamente a CGTP-IN e os seus 50 anos na vanguarda da luta dos trabalhadores do nosso Portugal e por seu intermédio todos os trabalhadores.
A Luta Continua!
VIVA O 1º de MAIO!!!
Saudações
A Direcção