Vacinas para o COVID 19 - O que valem e para quem se destinam

 

Vacinas para o COVID 19  - O que valem e para quem se destinam

 

 Marques Pinto
Vogal da Direcção

 

Embora este assunto esteja a ter muita e variada polémica, não só sobre o que vale, real protecção contra as mutações em curso, desconhecimento sobre efeitos a curto, médio e longo prazo, etc, etc, não é sobre tais matérias que pretendo chamar a atenção pois desde já reconheço a minha total impreparação e falta de conhecimentos nessas áreas.

  Na realidade o que me levou a escrever sobre este assunto foram duas notícias saídas na imprensa internacional, uma delas até no Los Angeles Times.

  O meu primeiro “espanto” surgiu quando li que a Pfizer saiu a publico indignada por alguém com responsabilidades governamentais na Bélgica ter difundido os preços negociados na União Europeia com os diversos laboratórios produtores das referidas vacinas.

Na realidade sendo esta vacina (ou serão diferentes produtos?) tão esperada e necessária segundo a OMS, seja depois adquirida entre os diversos laboratórios Europeus e Americanos com diferenças de preços na origem desde menos de 2 euros no Laboratório Oxford até perto dos 15 euros no Laboratorio Pfizer.

  Claro que o que mais me chocou foi o total desconhecimento a que o grande publico foi votado aquando das negociações, mas...pensando bem se calhar foi de propósito e no bem de todos para que não ficássemos inibidos de pedirmos no nosso centro de saúde uma -ou duas – injecções que afinal tanto estava a custar ao nosso tão pobre e debilitado SNS.

  A outra noticia que me alertou para o que afinal também cá se poderá vir a passar, embora a nossa escala e numero de milionários ainda esteja aquém dos Norte-Americanos, foi a quase escandalosa procura juntos das muitas e variadas entidades privadas fornecedoras de cuidados de saúde nos EUA para que sejam essas famílias privilegiadas e tão necessárias ao “estado social” sejam das primeiras a usufruir da dita protecção tão anunciada pela miraculosa vacina descoberta, testada e posta á disposição do grande publico em menos de seis meses.

  Claro que segundo o referido jornal os potenciais e interessados privilegiados não querem comprar a vacina ....mas sim oferecer doações que chegam aos 25.000 USD ás entidades e clinicas privadas que lhes facultem a vacinação aos seus familiares.

  Será que agora os nossos Hospitais privados não estarão interessados na ”franca e aberta colaboração” com o nosso SNS e não virão oferecer os seus préstimos para mais rapidamente se administrarem as vacinas á nossa população “mais necessitada” ?



Mensagem de Boas Festas

 Mensagem de Boas Festas

Baptista Alves

Presidente da Direcção


Estamos a chegar ao fim do ano 2020, ano difícil, de muitos maus agoiros, de resultados dramáticos para milhares de famílias que viram o seu sustento posto em causa, com muita gente infectada com o Covid- 19 e muita gente perdendo a vida em consequência e - o que se nos afigura preocupante - com o esboroar da vida social e o ressurgimento de ideologias de cariz fascista. Como soi dizer-se, um ano para esquecer, mas na verdade um ano também que nos proporcionou oportunidades de tempo de reflexão que o frenesim dos tempos modernos nos não dispensava. E é destas reflexões que vale a
pena falar:

 

  • imaginar o que teria sido se não tivéssemos o SNS, mesmo com as debilidades que os ataques à sua existência pelas políticas de direita nele provocaram;
  • avaliar as consequências ao nível do emprego e dos salários, na ausência de direitos sindicais;
  • ao nível da habitação, se este direito fundamental não estivesse constitucionalmente garantido;
  • ao nível da sobrevivência das famílias, sem o direito às reformas, às pensões de sobrevivência, ao subsídio de desemprego, etc.em suma, imaginar o que teria sido sem estas e muitas outras Conquistas da Revolução de Abril e o que poderia ter sido se todas tivessem logrado sobreviver às investidas contra-revolucionárias, são exercícios de reflexão indispensáveis para enfrentarmos o futuro com confiança.

No ano 2021, que se avizinha, comemoraremos o Centenário do Nascimento do General Vasco Gonçalces, referência primeira da nossa ACR. As restrições impostas pela pandemia que estamos a viver foram obstáculos, difíceis de ultrapassar, ao nosso trabalho colectivo, na preparação das comemorações, mas não nos demoveram da vontade firme de as concretizar, com a dignidade adequada.
Assim, como já apresentámos publicamente, temos um Programa, ambicioso mas exequível, para cuja concretização contamos com o apoio de todos os associados, pela forma que cada um entender poder colaborar.
É este o desafio que vos deixo para o Novo Ano que aí vem, com o desejo sincero de umas Boas Festas e um 2021 com muito, muito mais ABRIL.



VÊM AÍ OS RUSSOS - DO MITO Á REALIDADE

 

VÊM AÍ OS RUSSOS - DO MITO Á REALIDADE
 
Manuel Begonha
Presidente da Assembleia Geral 
 
 
Neste momento em que tanto se tem discutido acerca do golpe do 25 de Novembro de 1975 que foi para alguns uma gesta heróica para livrar Portugal de uma ditadura comunista , com o apoio da então URSS, entendo ser relevante, para desmontar esta falácia, dar-vos a conhecer um texto extraído do comunicado oficial russo, que publiquei na 2 edição do meu livro , 5 Divisão - MFA - Revolução e Cultura.
"De 23 a 30 de Março de 1975, visitou a URSS uma Delegação Governamental da República Portuguesa, presidida pelo Ministro do Trabalho, Major José da Costa Martins.
Integraram a Delegação, o Major António Carlos Fernandes Gomes, da Presidência da República, o Capitão-Tenente Manuel Begonha, o Capitão Vítor Manuel Pinto Ferreira e o Tenente Vítor Manuel da Silva Godinho, representantes do MFA, o Dr José Barros Moura, da Secretaria de Estado do Trabalho, o Eng. Vítor Faria e Silva, da Secretaria de Estado do Emprego e o Dr. João Inácio Cidade de Alpiarça, do Ministério da Educação e Cultura.
Na ausência do nosso Embaixador em Moscovo, Dr. Mário Neves que regressado à capital soviética, esteve presente no final dos trabalhos, acompanhou a Delegação o Ministro Conselheiro, Dr. Pedro Madeira de Andrade, nas visitas à Moscovo e Leninegrado.
O Major Costa Martins e a parte não militar da Delegação, efectuaram reuniões no Comité de Estado do Conselho de Ministros da URSS para o Trabalho e Salários.
Posteriormente, a Delegação contactou com o Comité de Estado para a Educação Técnico-Profissional.
Num programa de visitas carregado, quer no aspecto político - militar quer cultural, podemos destacar para os militares da Delegação a deslocação à Academia Militar e ao Museu de Frounze, à Base Naval de Sebastopol e ao Ministério da Defesa da URSS onde teve lugar um encontro com o primeiro vice-ministro e o General Sergei Sokolov, chefe do Departamento de Relações Internacionais.
O Ministro Costa Martins foi recebido pelo Presidente do Conselho de Ministros da URSS A. Kossyguine, com o qual durante cerca de três horas, trocou impressões acerca de diversos problemas da situação portuguesa ".
Das reuniões havidas e das conclusões tiradas por nós, membros da Delegação, ficou bem claro que a URSS não estava interessada em ter qualquer tipo de intervenção ou interferência em Portugal, por não pretender desencadear um conflito com a NATO.
E assim foi.