O MUSEU SALAZAR




O fascismo em Portugal, existiu. Foi vencido, mas não morreu. 
Por isso, se torna imperioso não esmorecer a luta: "Fascismo nunca mais". 
Às novas gerações impõe-se-nos transmitir, sem rodeios, a história tenebrosa das perseguições, prisões, torturas e mortes da PIDE, da Guerra colonial e de todas as formas de opressão e privação da liberdade de expressão do pensamento que a ditadura fascista utilizou para, em nome do povo que não auscultava nem ouvia, oprimir, o seu e outros povos, em favor duma cáfila de exploradores, acolitados num aparelho de Estado fortemente repressivo, corrupto e servil.
Impõe-se-nos também, em respeito pela Constituição da República Portuguesa de 1976, conquista da nossa Revolução de Abril, impedir todas as formas de disseminação da ideologia fascista, venham elas donde vierem.
É neste quadro, claro, límpido e amadurecido, mas não distraído nem desarmado, que a Assembleia da República deverá afastar de vez a persistente ameaça de criação de um "santuário fascista", qualquer que seja o local ou a capa com que venha travestida.

Pode assinar a «Petição de repúdio e exigência de que se trave e abandone a anunciada criação do «Museu Salazar», com esse ou outro nome, em Santa Comba Dão» no endereço 


VENEZUELA




A administração americana não pára de se afirmar como igual a si mesma e não pára de arrastar atrás de si tudo quanto há de mais execrável neste nosso planeta. 
A recente tentativa de "excomungar" a Venezuela, ou seja, de impedir os seus legítimos representantes de ocuparem o assento, que lhes é de direito, na 74 Assembleia da ONU, acompanhados pelos "mais que respeitáveis" poderes actuais no Brasil e na Colômbia, é, em si mesmo, a prova provada da falta de carácter dos seus actores que, em desespero de causa, não hesitam em envergonhar o seus próprios povos perante a comunidade internacional.
Não fora o imenso sofrimento que provocam ao povo Venezuelano com as suas acções de guerra económica ilegítima e criminosa à luz da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional e este tipo de manobras, arquitectadas pela CIA, nada mais mereceriam do que o desprezo e ostracismo da comunidade internacional a que já ganharam jus,
A VEZUELA VENCERÁ!

Falecimento do comandante Vasco da Costa Santos






Falecimento do comandante Vasco da Costa Santos

Texto escrito em 10 de Setembro de 2019, por Manuel Begonha, presidente da Mesa da Assembleia Geral da nossa Associação
Faleceu no passado dia 2 de Setembro, o comandante Vasco da Costa Santos, homem de uma excepcional dimensão humana, ética, política e revolucionária.
Foi um dos últimos que conhecemos de uma geração que bastante antes do 25 de Abril muito sacrificou da sua vida pessoal e familiar pela conquista de um Portugal socialista, livre e democrático.
Com o seu forte carisma, era um líder natural de grande coragem física e moral que constituiu sempre uma referência para o combate para nós, os mais novos, a precisar de conhecimentos e experiência.
Por vezes, é necessário recorrer ao passado o qual para nós arrasta uma memória de um característico conhecimento pessoal, quando envolvidos num combate comum.
É assim que nos é possível registar tantos traços que marcaram o seu carácter. Passou pela solidão, prestígios e agruras do Comando. Foi digno do passar de cada dia.
Desde o dia 15 de Setembro de 1939 em que foi alistado no Corpo de Alunos da Escola Naval, teve uma carreira naval variada, embarcando em vários navios como Oficial de Guarnição ou como Comandante, como a título de exemplo apresentamos. Em 1952, foi nomeado Comandante do draga minas “São Miguel”, no qual navegou 2 anos nas costas portuguesa e espanhola. Em 1957, fez duas comissões a bordo do navio hidrográfico “Almirante Almeida Carvalho” integrando a Missão Hidrográfica dos Açores e Cabo Verde. Em 1961, é colocado no Faial, como capitão do porto da Horta.
Foi um homem determinado, capaz de andar a direito num mundo cheio de falsidades, ainda que com um temperamento emotivo que o levava para a luta política por vezes de uma forma exacerbada. Mas quem nunca se excedeu em determinadas circunstâncias nunca poderá ser grande.
E ele foi grande porque arriscou tudo pelos seus ideais.
Elevou a sua voz como um canto forte, com total verdade, pureza de entrega e como uma absoluta carga de convicção.
E é assim que inevitavelmente participa na malograda tentativa revolucionária de 12 de Março de 1959, conhecida pela “Revolta da Sé”.
É detido em Maio de 1959 em instalações da Marinha, tendo permanecido preso 1 ano e 3 meses. Foi julgado em Junho de 1960 e libertado.
Por ter pedido autorização para se apresentar, nas listas da oposição às eleições de 1961, após várias vicissitudes, foi passado compulsivamente à situação de reforma, por pressão da PIDE e por aplicação de decreto assinado por Salazar.
E chegou finalmente o 25 de Abril.
Reintegrado na situação de activo, foi promovido a CMG (Capitão de Mar e Guerra) com a antiguidade a 1-3-
-1973, sendo nomeado pelo Conselho da Revolução para integrar a Direcção da “Casa das Pescas”.
Por nomeação do CEMA (Chefe do Estado Maior da Armada) assumiu em Junho de 1975 o comando do “Comando Naval do Continente”.
Permaneceu um adversário difícil e implacável para quem maldosamente o atacava, cortando-lhe a provocação, a insolência ou a ignorância, mas também um amigo e professor para os que se aproximavam dele para aprender, porque possuía vastos conhecimentos do materialismo dialéctico e histórico e um conhecimento profundo do marxismo e do leninismo.
E incomodou.
Portanto, na sequência do golpe de 25 de Novembro de 1975, foi preso, primeiro em Santarém e depois nos fortes de Oeiras e de Caxias, até Março de 1976, tendo passado à situação de reforma em 8 de Dezembro de 1990.
E assim continuou até ao fim, cavalheiresco e sensível, leal nas palavras e no pensamento, apreciador do convívio e atento aos amigos e à vida; dotado de uma fina inteligência analítica, tendo conhecido bem a natureza humana, confiando convictamente nos que pensavam como ele.
Desta forma, encontramo-nos na circunstância trágica de vermos desaparecer mais um herói, que ficará, como vem acontecendo a tantos outros revolucionários que tanto lutaram pela pátria, e que esta não reconheceu nem honrou.
Compete-nos, portanto, a nós não o deixar esquecer.

É preciso prestigiar e dignificar os professores


É preciso prestigiar e dignificar os professores


Texto de Manuel Begonha, presidente da mesa da Assembleia Geral da nossa Associação

O que distingue as sociedades e os países é o seu grau de conhecimento humanístico, técnico e científico, bem como a cultura que é um conceito que contém alguma complexidade.
Assim, a sua falta pode tornar os cidadãos vulneráveis à subversão das ideias, veículadas pelas forças destruidoras do mercado, dos meios de comunicação de massas e da promoção publicitária.
Por outro lado poderemos considerar o ignorante como o que não sabe o que pode ou deve saber; o que se recusa a informar-se e não gosta de aprender; o que fica impedido de se libertar dos instintos e motivações primárias e ter acesso à reflexão criativa.
Numa sociedade, onde cada vez mais se verifica uma falta de valores éticos e morais que estão na base de condutas que levam a todo o tipo de crimes desde a corrupção, à violência doméstica para apenas distinguir os que estão na ordem do dia, para além da transmissão de conhecimento, também aos professores deveria competir, incutir na nossa juventude uma cultura cívica.
Tal seria preparar os jovens para entender a manipulação da informação recorrente na comunicação social, e que exerçam o seu direito de voto conscientes em quem e porque votam, serem actuantes em questões vitais para a nossa sociedade, como a ambiental e a defesa da paz.
É óbvio que esta função deverá ser da responsabilidade da família, mas infelizmente nos dias de hoje esta não está muitas vezes em condições de a desempenhar, não esquecendo que onde existe pobreza, pode não haver lugar para a cultura.
Já fora do âmbito da escola, a ausência de um SMO (Serviço Militar Obrigatório), adequado à presente situação, integrando uma significativa componente de acção cívica, constituiria um relevante instrumento de coesão nacional e de aprendizagem de cidadania.
Com professores com qualidade, competência e dedicação, deveria ser possível criar no país, uma cultura de cidadania integral e uma forte opinião pública crítica e respeitada, suficientemente inibidora para constituir um poderoso meio de censura social.
Julgo que os professores se forem valorizados, prestigiados e dignificados, poderão assumir esta tarefa, porque acredito que serão o sector da nossa sociedade que tem o futuro do país na mão.


Lisboa, Agosto de 2019