Texto periódico XVII - NÃO TRANSFORMAR UM MITO EM FICÇÃO INTELIGENTE

NÃO TRANSFORMAR UM MITO EM FICÇÃO INTELIGENTE

Manuel Begonha

Presidente da Assembleia  Geral



Em termos da execução da política externa, não haverá grandes diferenças entre o candidato democrata e o republicano, pois ambos são títeres da poderosa máquina militar industrial, da banca e da finança internacional.
Basta recordar no passado próximo, a presidência belicista de Barack Obama e da sua secretária de estado Hillary Clinton, para desfazer o preconceito de uma suposta menor agressividade no comportamento dos democratas no poder discricionário de projecção de força militar.
Num país como os EUA , a figura do Presidente não pode deixar de ter um valor simbólico altamente relevante.
Contudo, D. Trump, é uma personagem atípica que pretende ser notícia todos os dias, para alimentar o seu super ego e credibilizar as suas promessas eleitorais de uma forma enviesada, sob a bandeira do "América Primeiro”.
E assim aparece, a defender o muro na fronteira com o México, força a renegociação Do Acordo do Comércio Livre Norte Americano, impõe a saída da O. M. S., nega as alterações climáticas, institui políticas intolerantes contra as minorias, provoca a desregulação financeira, recusa a não proliferação de armas nucleares, fortalece os bilionários , escarnece da ciência.
Por outro lado, banaliza a ameaça e promove a mentira.
Apoia o poderoso lobi judeu no seu confronto com a Palestina que se prepara , à revelia das convenções internacionais, para anexar os colonatos instalados na Cisjordânia.
Internamente, vem-se dedicando a instituir a arbitrariedade, a autocracia e a excepcionalidade.
Resta-nos esperar que um homem rico e insensato tornado super poderoso que actua nas margens da lei, nestes jogos de dúbias cumplicidades não venha a ser considerado virtuoso, ou pior ainda , que se deixe transformar este mito em ficção inteligente.
Mas acima de tudo, o que importa assegurar é que as armas existentes nos EUA, sobretudo as nucleares, permaneçam em mãos responsáveis e sirvam para limitar a violência e garantir a Paz e não para o seu contrário.

Texto periódico XVI - O perigo de ter um compadre Americano

O perigo de ter um compadre Americano

 

Marques Pinto
Vogal da direcção


Desde miúdo me recordo de ouvir como proverbio a seguinte frase “quando as comadres se zangam...é que se descobrem as verdades “.

A recente publicação do livro do Bolton veio trazer a publico alguns factos e “mexericos” passados no interior da Casa Branca e narra pelo meio de episódios anedóticos demonstrativos da ignorância e falta de conhecimentos, que pensamos nós europeus, seriam básicos para exercer aquela alta função, num país que pretende ditar leis e comportamentos ao mundo.

Este livro traz a lume muitos outros factos que revelam e dão a conhecer actos e ordens que fariam corar ou talvez mesmo obrigar um juiz a ordenar inquéritos.

 

Contudo e subordinando-me ao titulo quero para já referir o facto de Trump ter pedido ao seu amigo e protegido Boris para o deixar meter a mão na conta que o Governo da  Venezuela tinha no Banco de Inglaterra e fazer um pequeno saque de uns largos Milhares de Milhões de Dolares para “agraciar”  o grande democrata Juan Gaidó que parecia necessitar de uns “apoios materiais” para comprar umas figuras ou figurões mais relutantes aqui pela União Europeia e pelo continente Sul -Americano.

 

Claro que aproveitou a boa vontade do Banco de Inglaterra e como o vizinho do Sul não estava disposto a financiar a construção do muro com o México parece que para esse fim o Trump sacou mais uns 600 milhões para ajudar na dita obra de beneficência pois pretendia evitar que os americanos emigrassem clandestinamente para o México e fossem levar problemas de emigração clandestina para lá...ou talvez eu tenha compreendido mal toda a situação.

 

Segundo as investigações feitas por jornalistas americanos parece que alguns dos 24 mil milhões de dólares  - 24 Biliões como os americanos costumam escrever – também serviram para as festas e despesas luxuosa nos hotéis da Colombia onde os pobres mercenários e seus patrões se hospedavam aquando da tentativa de golpe a partir da Colombia.

 

Para terminar deixo um conselho em tom de gozo:

Se te metes em aventuras desonestas, assaltos e roubos...escolhe bem os compadres com que te dás .

Texto Periódico XV - EM DEFESA DE ANA JANEIRO

 

EM DEFESA DE ANA JANEIRO

Manuel Carvalho
Vogal da Direcção

Nunca viajou de avião, tão pouco de comboio, mesmo quando ia à vila por altura da feira de Março fazia o percurso de sete quilómetros descalça porque os sapatos velhos, descambados, não davam muito jeito ao andar e no regresso, vaidosa, com os sapatos novos ainda não moldados, dolorosos, também fazia parte do caminho descalça até porque os novos sapatos havia que poupá-los, para outros dias, mais felizes.

De camioneta só andou uma vez, a minha tia Ana Janeiro para ir visitar o seu homem, meu tio Olímpio Gonçalves, o sardinheiro, ao hospital de São José. Foi na camioneta da carreira e o meu pai foi esperá-la à Garagem dos Claras, ali junto da Almirante Reis.

Esteve em nossa casa dois dias, teria eu prá aí oito anos. Num desses dias fomos no eléctrico da Carris passear ao fim da tarde a Algés. Deambulámos. No lusco-fusco do aproximar da noite, passámos junto ao rio grande de Pedro Barroso, com a linha férrea de permeio, tal como nos campos da Golegã com o rio pequeno que corre estreito junto da linha do outro comboio fumarento, quando ela a olhar para o horizonte de águas calmas e de fraca rebentação exclama de espanto incontido: “EIA, TANTO ARROZ!” Arrozais dos seus horizontes e da procura do sustento do dia-a-dia nos campos alagados de águas paradas, nas terras da “Fanga,” de Redol, quer na plantação, na monda ou na ceifa com as sanguessugas sequiosas alapadas às pernas magras e secas a fazerem concorrência ao patrão agrário ou ao grande seareiro de terras a perderem-se de vista no horizonte da planície. À noite, depois de ter ateado a fogueira no lar térreo da chaminé para cozer as couves com feijão com um pedaço de toucinho já amarelo, ela para dar algum alívio às suas pernas doridas, sofridas, juntava-se ao seu homem a aquecerem-se no borralho com um pequeno tronco de figueira teimoso de queima difícil a soltar esguichos, do centro dos seus topos, com alguns silvos, de fumarolas brancas, da seiva leitosa ainda viçosa da árvore, acres ao cheiro, silvos esses, únicos ouvidos na silêncio da noite da cozinha silenciosa de chão de terra batida.

Pelo exposto e dadas as circunstâncias atenuantes, peço aos senhores jurados ambientalistas, que ilibem a Ana Janeiro de qualquer crime ambiental, mesmo considerando a queima daquele pedaço de tronco de figueira, julgado seco, que expelia do seu interior fumarolas brancas, acres ao cheiro.

A Paz que pretendemos e merecemos


A Paz que pretendemos e merecemos

 

Marques Pinto

Vogal da Direcção

 

 

Para muitos dos leitores que assistam aos nossos noticiários televisivos ou tentem compreender pela leitura da nossa imprensa, o que se vai passando nos últimos meses nos EUA, deve ser difícil de destrinçar o programa proposto pelo partido Republicano, conhecido abreviadamente por GOP - good old party – actualmente no poder com Donald Trump sentado na Sala Oval do programa do Partido Democrata.

Realmente quando assistimos há poucos meses ao discurso do candidato Bernie Sanders, com preocupações de caracter social pacifista e agora ouvimos Joe Biden que segundo alguns comentadores, mesmo que ganhe as eleições, será apenas uma figura para esquecer pois deverá ser substituído rapidamente pela/o vice-presidente, dado o seu estado de saúde mental,  penso que nada de novo se avizinha na perspectiva de pacificação e redução das tensões militares entre os grandes blocos.

 

No meu ponto de vista como Europeu e sobretudo como defensor da busca tão rápida quanto possível de uma situação de paz e equilíbrio politico-económico no mundo, creio que o desanuviamento da tensão militar está a passos largos caminhando no sentido oposto, e com ambos os partidos norte-americanos a caminharem juntos e em uníssono no mesmo sentido belicista e afirmando ao mundo que se o bloco oriental não ceder ás suas exigências de cedência do controlo territorial, marítimo e aéreo nas suas próprias zonas costeiras e espaço marítimo, os Estados Unidos assim os obrigarão como Polícia Marítimo e Aéreo do Globo terrestre.

Claro que desde há muito vimos a instalação de fortes dispositivos militares por toda a “nossa” Europa em volta do território Russo, alguns até a poucas dezenas de quilómetros da fronteira como é patente na Polónia.

 

Gostaria de saber qual a resposta do direito de reciprocidade caso a China ou a Rússia alugassem um espaço para instalação militar no Canadá ou no México.

Claro que hoje cada vez menos as instalações fixas e bem referenciadas se tornam importantes numa confrontação militar – que desejo ardentemente nunca presenciar – pois a capacidade instalada nos modernos submarinos nucleares cujo paradeiro e localização parece cada vez mais improvável saber - como foi o caso do tal submarino desconhecido que durante meses andou pelo mar Báltico – supera em muito qualquer arsenal nuclear dos anos 80.

 

Penso que seria mais ajuizado e profícuo que neste momento de pandemia os governantes europeus, pelo menos aqueles que não estão ainda á volta da grande manjedoura das notas verdes - cuja rotativa não para enquanto houver papel e tinta verde – e que alimentará e atrairá cada vez mais bajuladores, se dispusessem a negar apoio aos belicistas e chamar á razão todos aqueles que ameaçam a paz e a segurança de todos nós e a não seguir o caminho que um qualquer despenteado mental inglês tomou,  enviando mais forças navais e aéreas para o Mar da China aumentando e engrossando as provocações de parte a parte.

Centenário do nascimento de Mário Sacramento

No passado dia 4 de Julho de 2020, realizou-se, no Museu Marítimo de Ílhavo uma sessão evocativa  do centenário do nascimento de Mário Sacramento.
Entre os vários oradores o nosso vogal da direcção Jorge Sarabando, proferiu uma intervenção que pode ser lida clicando aqui

Texto periódico XIV ->A Palestina – Estado Independente ou mero terreno de “coutada” para Israel


A Palestina – Estado Independente ou mero terreno de “coutada” para Israel

 

Marques Pinto
Vogal da Direcção



Israel tem tido nos últimos anos um dos governos mais agressivos em relação aos estados seus vizinhos e duma maneira afrontosa quanto ao estado independente da Palestina que foi forçada a  “abrigar” no seu seio, aquando da criação de Israel.

 

Embora possa parecer exagero para alguns que agora leem este apontamento, desde a sua criação que os Israelitas copiaram e aperfeiçoaram os métodos de terrorismo de grupo e depois de estado, primeiro com inúmeros ataques sangrentos e de alta violência contra o governo e forças Inglesas que ainda tinham a Palestina sob o seu domínio com a capa de potencia administrante, levado até ao extremo do assassinato do Alto representante Inglês para a Palestina, conquistando assim uma apressada saída da Inglaterra muito debilitada por uma Guerra.

 

Em seguida os Israelitas  -ex judeus vindos de várias proveniências - provocaram por via armada e violenta a fuga de muitas famílias palestinianas dos principais centros urbanos que lhes interessava ocupar e concentrar as famílias judias.

Em pouco tempo assimilaram e melhoraram as técnicas e procedimentos que para com eles tinham tido os nazis antes e durante a guerra.

Curiosamente os seus serviços de informações, policiais e para-policiais organizaram-se e adoptaram os mesmos procedimentos - talvez até com mais requinte e capacidade em meios – com que as forças nazis tinham actuado desde meados dos anos 30 e haviam usado na horrível perseguição aos judeus na Alemanha e depois nos territórios anexados e ocupados.

Não podemos escamotear o facto de que em muitos dos que escaparam á perseguição, mas viram desaparecer muitos membros das suas famílias, o desejo de vingança era compreensível, contudo não foram os palestinianos que os perseguiram, mas sim quem hoje domina política e financeiramente grande parte da Europa em que vivemos.

 

Mas quando estes actos persecutórios passam a ser quase doutrina de estado e superiormente sancionados e em muitos casos até incentivados ou mesmo ordenados pelas mais altas instâncias governativas, contra populações indefesas que nada tiveram a ver com as atitudes dos nazis, começa a ser muito preocupante.

Mais preocupante ainda quando já se passaram três quartos de século e vemos que a violência empregue pelas ditas forças da ordem israelitas contra elementos civis Palestinianos, desarmados, muitos deles mulheres, de todas as idades e até adolescentes, que vão ao ponto extremo de tornar esses civis em incapacitados físicos quando não mesmo mortos.

 

Contudo Israel como emanação estatal do grande poder sionista goza de total protecção não só dos Estados Unidos da América onde o seu poder financeiro e portanto político nomeia, elege e paga quem bem defende os seus interesses em todas as áreas, mas também nos grandes areópagos da politica europeia para não dizer a nível mundial e assim sempre terá o apoio para executar a sua politica expansionista através do “apropriamento ilegal” de terrenos dum outro estado -Palestina - que de “hospedeiro” á força passou a ser uma colónia fornecedora de terrenos e trabalho barato ao seu “hospedado”.

 

Claro que possivelmente vamos ver a anexação de imenso território palestino com a total complacência duma União Europeia – que de união começa a ter cada vez menos - mas que é também terreno de caça dos grandes interesses financeiros mundiais que há muito são dirigidos pelas famílias judias -pelo menos desde o seculo XVII – primeiro a partir da nossa península Ibérica e depois a partir da Holanda – país que deveria erigir um grande monumento que perpetuasse a ignorância e estupidez dos reis católicos de Espanha e dum seu lacaio que deu pelo nome na historia de D. Manuel I que para casar com a filha dos reis vizinhos ajudou a arruinar Portugal em menos de duas dezenas de anos.

 

Sim refiro-me á Holanda que á custa da expulsão do grande capital administrado pelos Judeus deixou de ser um pântano, para com dois  portos de mar dominar o comercio na Europa e possuir a maior frota mercante da época e hoje tenta sempre desconsiderar os “tais” países do Sul da Europa, que a ajudaram a tornar-se um país com o dinheiro e conhecimentos que os judeus expulsos da Península para lá levaram.