O PAÍS DO FAZ DE CONTA | Manuel Begonha sócio da ACR

 

O PAÍS DO FAZ DE CONTA

Manuel Begonha
sócio da ACR

 

No meu tempo na Marinha, existia uma tradição muito significativa que era a revista do Comandante ao seu navio.
Toda a guarnição estava fardada com o uniforme número 1 e o Comandante usava umas luvas brancas. Acompanhado pelos chefes dos serviços, percorria todos os compartimentos do navio e passava as luvas frequentemente em locais como as casas das máquinas. 
Estas deveriam estar limpas no final da visita. 
Isto é, conhecia todos os espaços do navio, os postos de trabalho da guarnição e as condições dos respectivos alojamentos. Inteirava-se dos problemas existentes e do estado geral das instalações. 
Para além deste evento, o Comandante reunia semanalmente com os oficiais chefes de serviço e mandava executar exercícios para treino do pessoal, desde combate a incêndios e alagamentos, luta anti - submarina, fogo de artilharia e manobras para recuperação de homens caídos ao mar, bem como muitas outras actividades. 
Ficava assim, a conhecer plenamente todos os meios sob a sua jurisdição, reunindo portanto as condições para exercer eficazmente a arte e a técnica da liderança. 
Este exemplo naval, vem a propósito de constatar que os nossos governantes, de um modo geral, não possuem nem conhecimentos, nem capacidade de liderar, pois não foram preparados para o fazer, ficando inaptos para antecipar acidentes de percurso. 
São escolhidos para os lugares por jogos partidários, sem outra formação senão a que é proveniente de graus académicos, estando ainda permanentemente expostos e convivendo com a corrupção. 
Governam sempre atrás do prejuízo, porque não se dão ao trabalho de conhecer em profundidade os sectores que chefiam, não os visitam e após a ocorrência de um desastre, tantas vezes previsível, fazem duas coisas : despedem o responsável e vão a correr, inspeccionar o local afectado. 
Tivemos recentemente, um caso paradigmático que foi a fuga de cinco prisioneiros da prisão de Vale dos Judeus. 
A respectiva Ministra, nunca tinha visitado a prisão, ignorando além disso, obviamente, as condições em que se vive nos estabelecimentos prisionais portugueses. 
E assim, enquanto nos nossos detentores do poder político, de cima a baixo, reinar a incompetência, o desleixo e a irresponsabilidade, Portugal será cada vez mais o País " do faz de conta".

Saudação da ACR ao Congresso Mundial contra o Fascismo, o Neofascismo e Expressões Similares

 

Saudação da Associação Conquistas da Revolução
ao
Grande Congresso Mundial contra o Fascismo, o Neofascismo e Expressões Similares
Caracas 10 e 11 de Setembro de 2024

 
Amigos e Companheiros,
 
Em nome da Associação Conquistas da Revolução  saudamos o Congresso e estamos certos que o debate e as conclusões serão uma ajuda à continuação do combate de todos nós e à  luta  por uma Venezuela livre da ingerência imperialista.
Permitam-me começar por sinalizar de onde vimos. A  Associação Conquistas da Revolução, sediada em Portugal, Lisboa, tem por patrono o General Vasco Gonçalves, Primeiro Ministro dos II ao V Governos Provisórios no período revolucionário (1974 - 1975) sequente ao derrube do fascismo pelo Movimento das Forças Armadas em 25 de Abril de 1974.
Nas palavras que o Comandante Hugo Chávez endereçou ao General Vasco Gonçalves "O glorioso 13 de Abril é filho do não menos glorioso 25 de Abril. Nestas duas datas históricas os verdadeiros soldados das nossas duas pátrias converteram-se junto ao povo nos seus libertadores", para concluir assim "A pátria de Bolívar é e será sempre a sua casa. Receba um forte abraço impregnado de fervor revolucionário. Fraternalmente, com um profundo sentimento de solidariedade revolucionária".
 
Sentimo-nos em casa e aqui trazemos a solidariedade de milhares de democratas que em Portugal estão contra a ingerência nos assuntos internos da Pátria de Simon Bolívar e repudiam a mais recente sequência de acontecimentos visando a subversão da democracia constitucional em vigor na Venezuela. Aqui como em Portugal, atente-se ao que ali se passou no chamado "Verão quente de 1975", quando a legalidade democrática é um obstáculo à tomada do poder pelas forças contra revolucionárias, instala-se a conspiração e a subversão alavancada pelos interesses do imperialismo americano e da sua subserviente e pro ativa União Europeia.
Vivemos tempos conturbados em que o confronto com as novas expressões do fascismo e a guerra que se vem propagando, da Europa à Palestina, impõem aos democratas e anti fascistas a coordenação de esforços e a unidade de ação para derrotar as pretensões do seu inimigo principal, o imperialismo americano.
Viva a República Bolivariana da Venezuela
Viva o Congresso

(Jorge Manuel Caldeira Aires)
Presidente da Associação Conquistas da Revolução
Lisboa, 3 de Setembro de 2024
 

O Cerco de Morte | Marques Pinto - sócio da ACR

 

O Cerco de Morte
Marques Pinto - sócio da ACR

 

 

Tendo seguido nos últimos dias a informação – a que temos acesso – sobre as operações militares em curso na Ucrânia e Rússia e pelo que é apontado nessas pouco explicitas noticias, apesar duma fraca cultura militar da minha parte, particularmente em estratégia, sou levado a crer que os “cabecinhas pensadoras” da NATO também devem ter sido mal interpretados pelas chefias militares Ucranianas.

 

Se a operação sobre Kursk estaria em estudo há algum tempo e parecia que seria lançada em conjunto com o aparecimento dos F-16 nos céus do conflito, algo estará em “desalinho”.

Segundo li a invasão e passagem de fronteira pelas brigadas Ucranianas deveria ser feita em vésperas de chuvas e inicio de outono, o que facilitaria a invasão com pouca reacção local e dificultaria a movimentação das tropas Russas que viessem em socorro da região.

 

Por outro lado, daria tempo para os interlocutores das negociações de tréguas conseguirem paralisar operações militares intensas e assim haveria tropas de ambos lados em ambos os territórios em disputa o que em caso de suspensão de acções militares criava um “melhor” ambiente para aceitar negociações entre as populações civis cujos filhos e familiares são sempre a maior perda em qualquer conflito.

 

Penso que terá havido precipitação dum lado e insuficiente colheita de informação militar do outro, ou acreditaram demasiado nos “intermediários” das negociações.

 

Contudo se Kursk foi na 2ª Guerra Mundial um lugar de perda de muitas vidas do Exército Russo e o inicio dum tremendo desastre militar e sacrifício de centenas de milhares de jovens para a Alemanha Nazi, penso que os pobres jovens ucranianos agora ali cercados com poucas capacidades de regresso pagarão um pesado tributo pelos erros de quem continua respaldado em bons gabinetes nos EUA e Europa dando ordens e sem correr qualquer risco de vida, fome ou de emprego.

 

Espero que a comunidade internacional apresse as negociações de paz e deixe de pensar apenas em ganhar fortunas com o fabrico e vendas dos “artifícios de morte”