Levados.....levados, sim...!

 

“Levados...levados, sim...(1)

Marques Pinto
Vogal da Direcção


Numa roda de amigos confraternizando naquele período da “ultima anedota” que normalmente se segue após o cafezito e todos se inteirarem da saúde e disposição dos outros amigos que não estão presentes, um de nós perguntou em tom jocoso – embora o assunto de fundo nada tenha de divertido – se após esta ultima reunião sobre os novos ataques e alvos que o senil patrão vindo do outro lado do oceano trazia no bolso para serem incluídos na ordem a dar ao grupo reunido em Madrid - sem reservas nem discussão – se o nome e sigla da NATO ou OTAN em tradução Portuguesa se iria manter pois se o primitivo nome tinha origem no Oceano Atlântico e confinado á sua zona a norte do Equador, agora tudo aponta para que seja alterada e “actualizada” a sua designação.


Claro que na realidade há muito que a “Jolly flag” da organização se passeia por águas mais quentes e muito longe do Atlântico Norte, por vezes até nos antípodas e com bastante frequência nos últimos meses.


Assim a conversa acabou por criar uma certa polémica quanto aos reais fins e interesses em jogo e principalmente ao elevado custo e prejuízos que em Portugal já estamos a sentir e que sabemos não serem transitórios, mas infelizmente com tendência para se agravarem com uma politica de avestruz que este governo parece querer seguir na esteira e obediência dos interesses estrangeiros.


Contudo e porque não quero deixar de vos expor as diversas sugestões que surgiram na nossa reunião, aqui ficam e veremos se realmente no futuro teremos infelizmente acertado nos propósitos que esta pseudo-organização pretende levar a cabo arrastando os pobres países dependentes

TAIP = Tratado do Atlântico, Indico e Pacifico

TAGTM = Tratado Americano de gestão Terrestre e Marítima

TIGU =Tratado Internacional para a Gestão Universal


(1)A minha geração recorda-se com certeza deste estribilho do “Hino da Mocidade Portuguesa”. que a Ditadura impunha nas escolas e liceus




 

Longe da Guerra mas não longe da Fome

Longe da Guerra mas não longe da Fome

 

 Marques Pinto

Vogal da Direcção

 

 

Parece que todos nós mesmo sem ser leitores frequentes dos “media” escritos ou espectadores atentos das “noticias” mais ou menos explicitas do que se vai passando pela mundo e na europa – sobretudo porque embora num cantinho á beira-mar e bem afastado da turbulência a leste - estamos inseridos neste continente vamos sendo “obrigados” a constatar aquilo que os políticos europeus e infelizmente também os nacionais pretendem escamotear ou apelidar de acontecimentos furtuitos ou episódicos e que a normalidade está para regressar em breve.

 

Claro que me refiro á evidente subida de preços de muitos produtos essenciais, sobretudo na gama de alimentos básicos a toda a população e de todas as classes sociais e sabemos que em Portugal perto de 15% da sua população está numa faixa normalmente e internacionalmente reconhecida como “ nível de pobreza” .

 

Um aumento generalizado de perto de 13% nos produtos alimentares mais essenciais, atingindo alguns produtos básicos como o pão cerca de 20% de aumento em menos de 3 meses, os resultados de subalimentação vão ser rapidamente visíveis no número crescente de pessoas a recorrerem já a organizações de caridade e não incluindo as que por desemprego e outras causas já recorriam a essas organizações.

 

Penso que quem quiser pensar um pouco no momento que vivemos,  terá de tomar uma posição firme e decidida, por todos os meios ao seu alcance pessoal e colectivo de apelar aos poderes constituídos e sobretudo ao mais alto magistrado – o Presidente da Republica - que apele e interceda  internacionalmente nas devidas estâncias pelo rápido restabelecimento da Paz e normalização de vida na Europa.

 

 

Apelo à manifestação pela PAZ

 

A concentração da ACR, na manifestação em Lisboa, é em frente ao edifício do Diário de Noticias.


Desfile pela PAZ

Desfile "PAZ SIM! Guerra e corrida aos armamentos NÃO!"

Em Lisboa a ACR concentra-se ao pé do edifício do "Diário de Noticias"






 

O PESO DA GUERRA

 O PESO DA GUERRA

Manuel Begonha
Presidente da Assembleia Geral


Parece ser com grande facilidade que  material de guerra dos mais diversos tipos, chega à Ucrânia, supostamente por via terrestre.
Seria normal que no torna viagem, os mesmos meios que o transportaram, regressassem carregados com cereais e fertilizantes que tanta falta parecem estar a fazer. 
Mas, uma tonelada de armamento que é letal, ocupa um volume muito menor do que o mesmo peso daqueles produtos. Tal significa que o respectivo transporte só é rentável por via marítima. 
Caprichosamente, a morte pode chegar por meios que estão negados à manutenção da vida. 
É é assim que a guerra se torna mais pesada e mais vantajosa para alguns, uma vez que é medida pelo peso dos mortos que provoca. 
Paradoxalmente, é também mais fácil de transportar do que a Paz que tem o peso da sobrevivência da humanidade. 
Agora que estivemos a falar de valores, pesos e medidas, ocorre perguntar quanto pesa a vida de um Homem.

TEMPOS SOMBRIOS - UM MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO

 

TEMPOS SOMBRIOS - UM MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO

Manuel Begonha
Presidente da Assembleia Geral

 

Estamos a atravessar um período cujo futuro é incerto, devido aos acontecimentos que se precipitam na Rússia, China, nos BRICS e em Taiwan.
1. RUSSIA

Por razões políticas, económicas e estratégicas, que veremos adiante, é prioritário para os EUA, travar o desenvolvimento da Rússia, pelo que logo após o fim da guerra fria, tem vindo a ser planeada a respectiva concretização. Após o que vem sucedendo na Ucrânia, não é de excluir, que um desespero irracional poderá conduzi-los a novas provocações, que tanto poderão ocorrer na Polónia, na Finlândia, ou na Noruega, sempre através da NATO, e que no limite poderia levar a uma confrontação com recurso à arma atómica.
Mas antes de hipoteticamente se atingir esta solução extrema, poderemos antecipar o que se vai seguir, lendo a opinião de vários autores norte-americanos de diferentes quadrantes políticos de Henry Kissinger a Noam Chomsky, Michael Hudson, Mathew Ehret, John Foster, John Mearsheimer, Glenn Greenwald e muitos outros.
Mas será muito relevante consultar os estudos e a doutrina da RAND CORPORATING, enviados para o Pentágono, onde está liminarmente descrita a estratégia delineada a prazo para tentar enfraquecer e neutralizar a Rússia. (1).
Na impossibilidade de reproduzir este documento devido à correspondente dimensão que se desenvolve num Prefácio, num Sumário, e nove Capítulos com Recomendações e Conclusões, ao longo de 279 páginas, 
pela sua importância, transcrevo os títulos de alguns capítulos.
Nota: A tradução do inglês foi de minha autoria.

Capítulo três

Medidas económicas
1. Impedir as exportações de petróleo
2. Reduzir as exportações de gás natural e impedir a expansão de gasodutos
3. Impor sanções
4. Aumentar a fuga de cérebros russos

Capítulo quatro

Medidas geopolíticas
1. Providenciar ajuda letal à Ucrânia
2. Aumentar o apoio aos rebeldes sírios
3. Promover a mudança de regime na Bielorrússia
4. Explorar tensões no Sul do Cáucaso 
5. Reduzir a influência russa na Ásia Central 
6. Contestar a presença russa na Moldávia 

Capítulo cinco 

Medidas ideológicas e de informação 

Situação actual da legitimidade do regime russo
Ambiente interno russo 
Acções políticas para diminuir o apoio interno ao regime russo 

Capítulo oito

Medidas multimédia e terrestres 

1. Aumentar as forças terrestres dos EUA e da NATO na Europa 
2. Aumentar os exercícios da NATO na Europa 
3. Retirar do tratado INF ( Forças Nucleares de Alcance Intermédio). 
4. Investir em novas capacidades para manipular a Percepção de Risco pela Rússia 

2. CHINA 

O grande medo dos EUA é que a China, com algumas ajudas tecnológicas da Rússia, atinja no prazo de cinco anos a sua paridade económica, científica e militar, não ainda na capacidade de projecção de força mas na de defesa e retaliação, de acordo com a respectiva estratégia continental. 
Para tanto Biden, lançou o " Marco Económico Indo-Pacifico" (MEIP), para isolar a China e lançar para a sua esfera de influência, outros países da Região Ásia Pacífico, como o Japão, a Austrália e a Índia, uma das mais poderosas economias do mundo. 
A estratégia Indo-Pacifico, foca-se na segurança, defesa e cooperação militar e pretende retirar o protagonismo aos problemas económicos da ASEAN ( Associação de Nações do Sudeste Asiático), politizando e militarizando as disputas. 
Desta forma, entra em conflito com a filosofia desta que aponta à cooperação. 
Os responsáveis chineses entendem que o MEIP, não poderá deter a ascensão continua da China, uma vez que os EUA deram uma ajuda limitada à ASEAN, enquanto que aquela conseguiu um apoio tangível ao respectivo processo de integração e centralidade, através da cooperação prática. 

3. BRICS 

Por outro lado os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), procuram expandir - se na América Latina com a aproximação à Argentina e México, coordenando um processo de contornar o dólar, como moeda de troca internacional e de reserva de valor. 
Outro dos objectivos é conter o expansionismo da NATO. 

4. TAIWAN 

Constitui o calcanhar de Aquiles da política externa chinesa, república onde os EUA se esforçam por criar uma situação semelhante ao da Ucrânia e levar a uma crise cuja ultima consequência seja o desenvolvimento de uma guerra com a China. (2) 
Twain para além da sua importância política e geoestrategica, não é industrial nem economicame despicienda. Grande parte do seu comércio externo é feito com a China. 
Mas por exemplo, é o único produtor mundial de semi-condutores da ultima geração. 
A TSNC é a primeira fábrica a produzir chips de sete e cinco nanometros, posteriormente aplicados no micro processador Apple A 14, e que tomou a dianteira na comercialização da tecnologia da litografia Extreme Ultra - Violet (EUV), em grandes volumes. 

Para finalizar, façamos votos para que os EUA não iniciem uma guerra com a China, para resolver as consequências da última que provocou. 
Porque como disse o Secretário de Estado John Foster Dulles, " Os EUA não têm amigos, têm interesses." 

(1) RAND - Extending Rússia- Competing from Advantageous Ground - RR 3O63 de 2019 
(2) RAND - Implications of a Coersive Quarantine of Taiwan by the People Republic of China - RRA 1279-1de 2022