Imigração – Problema real ou Solução económica


 

 Marques Pinto
Vogal da Direcção

 

 

Tendo lido há dias um artigo que mencionava um dos primeiros despachos oficiais do recém eleito presidente dos EUA, o Sr Biden e que parece ter tido grande repercussão lá no País por tratar de legislação que poderá (?) ou poderia - se passasse no Congresso – autorizar a permanência oficialmente reconhecida de até cerca de 11 milhões de emigrantes actualmente vivendo uma semi-clandestinidade.

Mas mesmo que tal legislação não venha a ser totalmente aprovada – o que será mais provável – vai cair bem no eleitorado latino, ao qual Biden deve a cima de tudo a sua vitória.


Aproveitando a presença dum meu familiar com longa permanência quer no Canadá quer nos EUA, tentei perceber como era possível existir um tão elevado numero de clandestinos num país onde – pelo menos nos últimos 4 anos tinha havido uma perseguição e legislação tendente a impedir a entrada de imigrantes com construção de uns milhares de kilometros de muro-barreira na fronteira Mexicana e o reforço de quase 3 vezes o numero de guardas-fronteiras (1) etc, etc..


Tive então a percepção do que é a realidade ou pelo menos têm sido, nos últimos anos dos diversos governos presidenciais quer republicanos quer democratas, as regras de contenção/manutenção duma política de tolerância versus aproveitamento dos emigrantes que na sua quase totalidade provêm do México mas largas centenas de milhares são de outros países da América Latina.


Fiquei a saber que estes imigrantes (na sua maioria em estado de clandestinidade tolerada) são desde longa data – muitas dezenas de anos - os trabalhadores das grandes propriedades agrícolas, principalmente do sul dos EUA.

Tomei conhecimento que um número elevado deles, prestaram serviço militar nos seus países de origem em unidades militares onde tiveram militares americanos como instrutores e através dum “programa-contrato” especial puderam emigrar para a América do Norte e se cumprirem um determinado numero de anos em serviço de empresas de mercenários (2), ou missões militares em unidades regulares, desde que dominem a língua inglesa, e a falem quando estão no estrangeiro, com bom comportamento, poderão obter um visto de residência legal.

Grande parte dos serviços de limpeza, quer em empresas, quer domésticos são executados por mulheres em situação de residência semi-legalizada por prorrogações sucessivas de estadia e que por esse motivo sujeitam-se a horários e pagamentos - não registados evidentemente - estando sempre sujeitas á discriminação de quem lhes paga, pois qualquer participação pode levar á expulsão dos EUA sem mais poder regressar.


Quando lemos e tomamos conhecimento da presença de algumas centenas de milhares cá em Portugal, vemos que felizmente a situação de muitos tem sido de integração, nomeadamente dos Brasileiros e alguns oriundos de Ex-colónias, que com a sua proverbial boa disposição e fácil domínio da língua Portuguesa se tornam em bons vendedores e com um simpático atendimento quando atrás dum balcão. 


Claro que já os imigrantes de outras origens africanas, com elevada percentagem de semianalfabetos e muitos com desconhecimento da língua, só em trabalhos mais rudes e pesados vão encontrando algum trabalho, muitas vezes temporário ou apenas de ocasião, e em grande parte sendo vitimas de uma fácil exploração pelos seus patrões ocasionais.

Na construção civil é por demais conhecido o velho truque de mandar ficar em casa os assalariados em situação menos legal sempre que há uma suspeita – ou aviso – que os fiscais vão aparecer.

Nos últimos anos vamos vendo até alguns milhares de orientais, na maioria nepaleses que se encontram a trabalhar nas grandes empresas agrícolas do nosso Alentejo,  vivendo em condições de habitabilidade quase miseráveis, e vindos de tão longe, sem nesta situação de confinamento poderem ter sequer a hipótese de regresso legal.

Analisando com um certo criticismo talvez compreendamos o que é a “escravatura” moderna, com grilhetas mais poderosas e pesadas que as antigas correntes de ferro e a que os governos fecham os olhos, não por ignorância, mas por razões de economias paralelas, compadrio ou ganância.

 

Notas

  1. Designei genericamente por guardas-fronteira o conjunto de forças policiais, forças para-militares e agentes de controlo de fronteiras que desde viaturas todo o terreno, lanchas rápidas, helicópteros, drones, pequenos aviões, etc constituem consoante os estados fronteiriços as forças com missão de controlar as fronteiras, principalmente no Sul dos EUA.

  2. Quem ler algumas obras e artigos publicados sobre as diversas empresas de segurança Americanas

verá que os “ordenados” pagos a estes ex-militares sul-americanos é cerca de 1/8 ou 1/10 do que pagam a um ex-militar americano com experiencia, mas o objectivo de conseguir um certificado de residência legal é convincente.

E porquê este Almirante ??

 E porquê este Almirante ??


Marques Pinto

Vogal da Direcção



 

Penso que todos – principalmente no meio militar -  recebemos a notícia da nomeação do Sr Almirante Gouveia e Melo, com uma certa surpresa e perplexidade para ir substituir um demissionário na função de coordenar  um projecto/missão que desde o início foi mal definido e que está a correr tão mal e com tantas deficiências.

Quero desde já deixar bem claro que não conheço pessoalmente o Sr Almirante Gouveia e Melo e do muito pouco que me foi dado conhecimento, da sua já longa carreira, em tudo e todas as missões e chefias manifestou ser um oficial de elevada capacidade e grande profissionalismo com um currículo militar absolutamente invejável.
Aliás na sua ultima colocação no Estado Maior General das Forças Armadas estava a desempenhar uma difícil missão na área de planeamento – em que este oficial era já reconhecido como um perito muito apto no meio militar - por todos considerada exemplar dadas as limitações e faltas existentes aos diversos níveis quer de pessoal quer sobretudo de meios ao dispor para acorrer á situação da pandemia que nos ataca.

Em troca de informações com quem já com ele privou e conhece do meio naval, fiquei até a saber que seria um Almirante que na Marinha seria muito bem aceite para daqui a pouco tempo render o actual Chefe do Estado Maior da Armada, pois todos os que com ele privaram lhe reconhecem qualidades e méritos para o desempenho do cargo.

Foi esta última informação acerca do militar em questão que me fez nascer uma dúvida.
Sabemos que tem sido uso e costume dos nossos políticos fazerem as escolhas e nomeações das altas chefias militares por critérios em que normalmente a competência não será prioritária, mas sim a certeza de uma garantia de subserviência  e aceitação das politicas determinadas pelo governo, quantas vezes contrárias aos programas e necessidades de operacionalidade que se pretendem manter nos meios e forças militares.
Tivemos recentemente um episódio que pelo seu ridículo e inesperado desfecho ocupou durante uns dias os meios de informação...mas que o governo havia sancionado e pago, á revelia da Marinha equipando a GNR com navios “comprados” no estrangeiro e formando “marinheiros á pressa” em Espanha e Itália.

Enfim com um Almirante de prestigio e brilhante carreira a tomar conta dos vacinandos deste pobre país, lá se poderá nomear outro mais moldável aos superiores interesses do....”governante” em exercício.

Esperemos para ver....


As Redes Sociais uma nova guerra

  AS REDES SOCIAIS UMA NOVA GUERRA

 Manuel Begonha
Presidente da Assembleia Geral

 
Quando um partido de extrema direita de fachada fascista se diz anti-sistema, pouco tem para oferecer ao país.
O seu objectivo é a destruição
Destruição da Constituição da República e do Estado Social.
Ou seja , criar uma sociedade de risco, de incerteza e de imprevisibilidade.
Para simular e empolar uma capacidade de influenciar que não possui, utiliza intensamente todos os recursos das redes sociais.
Através de mentiras (fake news), meias verdades e boatos, exploram e exacerbam sentimentos de frustração, de segregação e de raiva na população.
Os objectivos a atingir são :
_ Declarar lícitas as mentiras para ocultar a inoportuna verdade.
- Transformar a política num jogo maniqueísta, tendo de um lado a direita virtuosa , respeitadora e responsável e do outro a esquerda viciosa, intolerante e gastadora.
- Conduzir o país a um violento estado de classes, protegendo o capital e menorizando o trabalho (redução das remunerações e dos apoios sociais).
- Controlar a comunicação social.
Aberta a guerra das redes sociais, torna-se necessário organizar uma rede de contra - informação credível, eficaz e rápida que desmistifique estes argumentos e alerte o nosso povo para que se possa travar esta onda de permanente desinformação.
É claro que estão a contar com a incultura e ingenuidade dos portugueses.
Julgo no entanto que se enganam.
Contudo, deveríamos gastar menos recursos e tempo a combater os embustes fascizantes e pensar mais em criar políticas destinadas a eliminar as razões da sua existência.