Apelo da Comissão promotora da manifestação popular do 25 de Abril


APELO


Comemoramos 46 anos da Revolução de Abril - o heroico levantamento militar do Movimento das Forças Armadas, logo seguido por um amplo levantamento popular, que pôs fim a 48 longos anos de obscurantismo e ditadura fascista.

Mais do que uma data, o 25 de Abril assinala o início de um processo revolucionário protagonizado pelo povo e pelos militares progressistas que realizou profundas transformações e conquistas democráticas no nosso país – conquistaram-se liberdades e garantias, direitos políticos, económicos, sociais e culturais, afirmaram-se a soberania e a independência nacionais, que foram consagrados na Constituição da República Portuguesa.
Fazemos esta evocação num momento de enorme crise, de combate global com um inimigo invisível e traiçoeiro. Nesta luta, os portugueses têm tido, de uma maneira geral, um comportamento solidário e unido que, estamos convictos, é resultado direto, acima de tudo, das transformações que coletivamente fizemos na nossa sociedade, renovada com o 25 de Abril.
Neste momento, em que enfrentamos tão difícil crise, reafirmamos que para cumprir Abril se impõe continuar a lutar para acabar com múltiplas discriminações e injustiças sociais, ainda existentes, e que a pobreza, a desigualdade de género, a xenofobia e o racismo têm de ser combatidos e expurgados da nossa sociedade! 
Para cumprir Abril é preciso impedir que sejam os trabalhadores e as pessoas mais vulneráveis a serem as principais vítimas das nefastas consequências económicas e sociais da crise provocada pela pandemia do COVID19 e, depois desta crise, é preciso continuar a combater políticas de retrocesso como a precarização das relações de trabalho e o aumento da exploração dos trabalhadores, a manutenção dos baixos salários, o ataque aos serviços públicos e às funções sociais do Estado que devem ser garantidos de forma universal, não deixando de defender o interesse nacional na política externa.
Para cumprir Abril, temos de ultrapassar as dificuldades do momento que vivemos não recuando na reposição e aumento de rendimentos e salários, na estabilidade laboral, no reforço dos serviços públicos, na garantia do direito à educação e à saúde, na garantia do acesso à fruição e criação cultural, nos direitos das famílias.
A calamidade que enfrentamos evidencia, uma vez mais, o valor inestimável do Serviço Nacional de Saúde como eixo estruturante do regime democrático, só possível graças à Revolução de Abril e que importa defender e reforçar, cumprindo-nos dirigir uma sentida e justa saudação a todos os profissionais de saúde pela sua abnegada dedicação à causa pública, tantas vezes com risco para a própria vida.   
Comemorar Abril é convergir na defesa dos valores de Abril, na defesa da liberdade, da democracia, da reposição e conquista de direitos e rendimentos, do desenvolvimento de políticas para uma mais justa distribuição da riqueza, da construção de uma sociedade inclusiva, caminho que só é possível ultrapassando os constrangimentos impostos a um desenvolvimento nacional sustentável e soberano.
Comemorar Abril é convergir para cumprir valores da cooperação, da Paz, da solidariedade, da não ingerência e pela solução pacífica dos conflitos internacionais, afirmando a conceção universalista do Povo Português de amizade com todos os povos do mundo, e em particular, com os povos de língua oficial portuguesa.
O Mundo vai transformar-se, Portugal vai transformar-se, a nossa luta neste momento terá de ser no sentido de, vencida esta calamidade, como confiamos que vamos vencer, conseguirmos continuar a aperfeiçoar o Portugal de Abril, com mais Liberdade, com Paz, com Democracia, com Igualdade, com Justiça Social, com Solidariedade, com cidadania plena, enfim, um Portugal com cidadãs e cidadãos mais Felizes!
Este ano, para evocar estes 46 anos de Liberdade, Paz, Democracia, Solidariedade e Justiça não vamos poder manifestar-nos nas ruas, mas vamos todos juntos comemorar Abril!
Não sendo possível a realização do Desfile na rua, a Comissão Promotora das Comemorações Populares do 25 de Abril apela a todo o País para que no dia 25 de Abril, às 15 horas:

Se faça uma pequena pausa, dentro do possível, pois não se podem parar algumas atividades (nomeadamente as de prestações de cuidados de saúde);

 
  • Os meios audiovisuais da comunicação social - Televisões, Rádios - transmitam a "Grândola, Vila Morena";
  • As cidadãs e os cidadãos, onde quer que se encontrem - a maioria, em casa, vá às janelas e varandas e cantem a "Grândola, Vila Morena".



Denunciamos e condenamos nova conspiração dos EUA contra a Venezuela




A Associação Conquistas da Revolução, repudia  veementemente mais esta tentativa da Administração Norte-americana de ataque à República Bolivariana da Venezuela, na pessoa do seu legítimo Presidente, Nicolas Maduro, recorrendo de forma provocatória a acusações torpes e insultuosas, inaceitáveis no âmbito duma sã convivência internacional.
 
A Venezuela vencerá!

Texto Periódico I - Um conto escrito pelo noss vogal da Direcção - Manuel Carvalho




DOUTROS TEMPOS, DOUTROS MAIOS E OS TORREJANOS.


No início da década de 60, já era tradição o empresário, antifascista e democrata, Sr. Américo Nery, encerrar os portões da sua metalúrgica, em Torres Novas – A CASA NERY – e decretar feriado aos seus trabalhadores, no 1º de MAIO. Desconheço quais os argumentos que usava perante a PIDE, pela atitude que assumia, mas deviam ser bons, em sua defesa, de bons argumentos de pessoa de moral maior.
Durante o dia, alguns operários iam-se passear em frente à casa do guarda da metalúrgica. Os PIDES, disfarçados, e os GNR´s, sem passearem, aguardavam no passeio contrário da marginal ao rio Almonda uma possível carga sobre os operários.
Não me recordo se chegou a haver ou não prisões. Recordo, sim, que alguns alunos da Escola Industrial, do 4º ou 5ºano, faltavam a uma ou outra aula, para se juntarem aos operários e para aguardarem, também, a carga do “toca e foge”, com alguma diversão própria da idade. Depois, devido ao “olho que via tudo” éramos chamados ao Director da Escola, para levarmos uma reprimenda das antigas, mas o recado era mais para os nossos pais: “se os vossos pais não lhes metem juízo nessas cabeças, eu cá estou…” O bom do director, por certo, teria lido as teses de Lenine.
Poucos anos mais tarde, já na Marinha, embarca no meu navio o filho mais velho do Sr. Américo, durante uns 2 meses, o José Luís Nery, já falecido, com pouco mais de trinta anos. Encontrava-se a cumprir o Serviço Militar na Armada, como aspirante da Reserva Marítima (RM) enquanto Oficial da Marinha Mercante.
Embora com o seu feitio difícil, nada parecido com o bom do senhor seu pai nem compatível com a boa prática de entreajuda dos “filhos da terra”, por duas ou três vezes, lá me deu boleia, ao fim de semana, para Torres Novas, no seu MG, descapotável de dois lugares onde os nossos uniformes brancos assentavam como ouro sobre azul no vermelho do MG. Vermelho da cor do sangue das dezenas de trabalhadores mortos pela carga policial no 1º de Maio de 1886, em Chicago, mas já vermelho, também, dos cravos, que anos mais tarde, viriam a florescer, no nosso pais.
FIQUEM BEM, QUANTO POSSÍVEL, NESTES DIAS DIFÍCEIS. O QUE IMPORTA É QUE SE ENTRETENHAM NO MÍNIMO COMO EU ME ENTRETINHA NO EMINENTE “TOCA E FOGE” FRENTE À CASA DO GUARDA DA CASA NERY.

Manuel Carvalho
23/03/2020

ADIADA - Homenagem póstuma ao nosso sócio fundador e dirigente comandante Vieira Nunes, fica adiado até data a indicar posteriormente



Devido à situação actual relativa ao Covid-19, tendo em conta as informações do Conselho Nacional de Saúde Pública, a Homenagem póstuma ao nosso sócio fundador e dirigente comandante Vieira Nunes, fica adiado até data a indicar posteriormente.

Encontro com Frei Bento Domingues



No passado dia 28 de Fevereiro, na presença de numerosa assistência, teve lugar mais uma iniciativa do núcleo do Porto da nossa Associação que foi também uma forma de comemorar os 50 anos da "Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos" à qual Frei Bento Domingues pertenceu e foi um dos seus principais dinamizadores.



A iniciativa decorreu nas "Galerias MIRA", espaço existente numa das zonas mais deprimidas do Porto, Campanhã.






Participou o grupo "Uma Vontade de Música" dirigido pelo professor Guilhermino Monteiro que cantou músicas inspiradas em poemas de Sophia de Melo Breyner, canções de José Afonso e de Lopes Graça.









Foram intervenientes:
Jorge Sarabando - coordenador do Núcleo do Porto da ACR (cuja intervenção pode ler clicando AQUI)
Sérgio Dias Branco - investigador e docente da Universidade de Coimbra, leigo dominicano
D. Januário Torgal Ferreira, Bispo Emérito das Forças Armadas
Frei Bento Domingues

No final da sessão foi oferecida a Frei Bento Domingues uma peça escultórica da ACR produzida pelo escultor José Aurélio.


MIRA Fórum - Assistência
grupo "Uma Vontade de Música"  
Sérgio Dias Branco

Jorge Sarabando


Frei Bento Domingos com a peça escultórica
ladeado por D.Januário Torgal Ferreira e Sandra Tavares do núcleo do Porto da ACR