O Nord-Stream 2 e o “caso Navalny”
Marques Pinto
Vogal da Direcção
Antes que se interroguem sobre qual a ligação que poderá haver entre dois assuntos tão dispares talvez seja melhor explicar o que são as operações de “falsa bandeira”, cuja designação vem da expressão em língua inglesa de “false-flag”.
Chamam-se operações de falsa bandeira ás acções provocatórias a um determinado país, forçando o mesmo a tomar atitudes de corte de relações ou mesmo acções militares ou servir de pretexto para iniciar uma agressão militar, tendo tais actos iniciais realizados pelo provocador usando meios militares disfarçados ou criando falsas situações que se podem apresentar à opinião publica como sendo o provocador a própria vítima.
Há um caso muito conhecido -o incidente do Golfo de Tonquim – em que um navio de guerra dos EUA dentro das águas territoriais do Norte-Vietname diz ter sido atacado por uma vedeta de fiscalização Vietnamita e assim “para se defender” inicia o bombardeamento de costa e abre as hostilidades com o Norte-Vietname....com todas as consequências conhecidas.
Todos nós temos ultimamente seguido as controversas acções desenvolvidas pelos EUA junto da Alemanha e da Dinamarca (em cujo fundo das águas territoriais passa a conduta) para que tal conduta de fornecimento de gás natural à Alemanha a custos altamente vantajosos para ambos -Rússia e Alemanha – mas com grave prejuízo para os EUA que alem de assim “perder” um cliente de peso, teria mais uma poderosa arma de chantagem sobre a Alemanha e Europa central, fazendo chegar ou não os seus carregamentos de gás natural por via marítima consoante preços e condições que os governantes dos EUA quisessem em cada momento.
Previa-se que esta poderosa “arma” de chantagem fosse esgrimida, como foi, com todos os tipos de ameaças e pressões inclusive de mais sanções à Rússia por parte da Europa liderada pela Sra. Merkel, contudo tal não aconteceu.
Assim criou-se um novo “terrível e chocante” acto politico em que o presidente Putin teria encomendado não um simples assassinato mas a “morte lenta por envenenamento” do seu opositor politico Navalny .
Claro que após ter dado entrada num hospital Russo e por receio que aí fosse mal tratado movimentaram-se familiares e políticos e financeiros alemães - dos tais que defendiam a compra de gás aos EUA - e o Sr. Navalny foi trazido de avião com familiares para ser tratado em hospital Alemão.
Logo se “descobriu” que afinal segundo as declarações dos médicos alemães, não haviam sido detectados quaisquer sinais de envenenamento...mas então os serviços de informação militares Alemães - com fortes e antigas ligações à NATO - disseram que a família tinha em sua posse uma garrafa de água com sinais de um antigo veneno fabricado na era soviética...e que o Sr. Navalny teria bebido dessa garrafa de água tão cuidadosamente guardada todas estas semanas.
O coro de tais políticos e financeiros logo apelou para que se parasse com a compra de gás à Rússia como sanção por ter envenenado o dito opositor politico.
Para desmascarar o “drama” tão bem criado e encenado...veio a publico a comunicação do hospital russo que tinha consigo ainda amostras clínicas de todos os fluidos retirados do Sr. Navalny na altura do seu primeiro e imediato internamento e poderia mostrar todas as analises feitas que comprovavam não haver qualquer indicio de veneno.
Para quem não tenha ideia do perfil do Sr. Navalny podemos informar que embora nascido na Rússia foi muito novo para os Estados Unidos onde se formou na Universidade de Yale e dada a sua procedência e origem foi sempre apoiado por varias instituições Americana e não só, e que após promoverem o seu regresso à Rússia têm colaborado na “recolha de fundos” para que a sua luta do “seu” oposicionista a Putin possa continuar.