Sessão pública de apresentação da Colectânea das Comemorações do Centenário do nascimento do General Vasco Gonçalves, com a presença da Comissão de Honra das Comemorações, que teve lugar no dia 14 de Março de 2023, pelas 18H00, na Casa do Alentejo.
De acordo com a Agenda prevista, a reunião iniciou-se com uma primeira intervenção do Presidente da Direcção da ACR, Baptista Alves
“O trabalho que aqui trazemos hoje, traduzido em livro, foi um trabalho
colectivo, genuinamente colectivo, com envolvimento de todos: órgãos
sociais da ACR, Comissão de Honra das comemorações do nascimento do
General Vasco Gonçalves, associados ACR e muitos amigos. Dispensa por
isso mais apresentação: é o nosso trabalho, o trabalho de todos nós, com
a participação artística do Designer Mário Rodrigues.
Executámo-lo seguindo o modelo Relatório de Actividades, procurando
registar de forma cronológica o que de mais importante se produziu
durante as Comemorações. Quisemos deixar registo de todas as
colaborações, generosos contributos que dão bem a dimensão do sentimento
e do respeito pela figura ímpar do General.
Só com o apoio e a generosidade das Associações que connosco quiseram
percorrer este caminho, dos grupos musicais, dos escritores, dos
realizadores cinematográficos e muitos outros artistas, que procurámos
deixar todos identificados na colectânea, foi possível realizar com
dignidade as comemorações do Centenário, enfrentando a indiferença dos
órgãos de poder instituídos e o silenciamento da comunicação social
dominada. Confesso que não sei dizer qual das duas mais nos envergonha:
se a hipocrisia de uns se a cobardia dos demais.
Cremos sinceramente que este documento, para além do seu principal
objectivo de ser a memória das comemorações do Centenário, dá
acolhimento a um conjunto de reflexões e testemunhos presenciais
indispensáveis para a compreensão da nossa história contemporânea.
Disso mesmo dão conta as palavras escritas a fechar este livro:
“Dedicamos
este trabalho a toda Comissão de Honra das Comemorações do Centenário
do nascimento do General Vasco Gonçalves e a toda a família do General,
com referência especial à grande Senhora que foi, sua esposa, Aida
Gonçalves.
Foi um trabalho colectivo de muitos e disso quisemos dar conta também, tanto quanto a nossa capacidade nos permitiu.
É nossa convicção que este será um contributo indispensável para a construção da verdade histórica.
Naturalmente que poderíamos e, garantidamente, queríamos fazer muito
mais, mas uma certeza temos: fizemos Futuro, poucochinho mas Futuro.
Por tudo isto, com imenso orgulho pelo trabalho realizado, aqui deixamos
o nosso agradecimento ao colectivo dos Corpos Sociais da ACR, aos
nossos associados e a todos quantos connosco colaboraram, pelo apoio e
compreensão que nos dispensaram.
E, aqui deixamos também, a certeza de todos continuarmos a luta pela
concretização do Monumento de homenagem ao General Vasco dos Santos
Gonçalves, que Lisboa merece - por direito próprio - e Portugal
engrandece.
E, também a certeza de que, mau grado aos fazedores de escolhos a todas as madrugadas, esse dia… vai nascer.
A Direcção da ACR”.
De
seguida, o Presidente da Assembleia Geral da ACR, Manuel Begonha, deu
conta das acções desenvolvidas junto da Câmara Municipal de Lisboa, com
particular ênfase para as últimas tentativas para marcação duma nova
intervenção em reunião pública da Câmara, por duas vezes sucessivas, sem
êxito, e da recente publicação, em 10 de Março, pelo semanário Nascer
do Sol de uma entrevista com o Presidente da Câmara de Lisboa, na qual
foi referida a construção em Lisboa do monumento ao General Vasco
Gonçalves, com as seguintes palavras:
“Não faz nenhum sentido fazer, em Lisboa, qualquer estátua ou qualquer busto de Vasco Gonçalves.”
Referindo-se ao nosso representante:
“…aquele não era um munícipe como os outros, era um munícipe que trazia a coisa preparada.”
Sob
proposta da Direcção da ACR, apresentada por Beatriz Nunes, com a
aprovação unânime dos membros da CH e associados presentes, foi decidido
enviar ao semanário Nascer do SOL o seguinte texto:
A Comissão de Honra das Comemorações do Centenário do Nascimento do General Vasco dos Santos Gonçalves, na sua reunião de 14 de Março de 2023, face á entrevista com o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, publicada pelo Jornal que V.Exa. dirige, no passado dia 10 de Março, solicita, ao abrigo do direito de resposta, a publicação do seguinte texto:
- Na reunião pública de Câmara de 27 de Julho de 2022, o representante desta Comissão de Honra, munícipe de Lisboa, solicitou expressamente e apenas, a marcação de uma reunião com o Sr. Presidente, reunião que já vinha sendo solicitada há meses, sem êxito, por vários meios e sempre com clara identificação do objectivo para a mesma;
- A resposta de S.Exa consta de registo vídeo da sessão e foi a seguinte, “1psis verbis”:“Uma homenagem ao General Vasco Gonçalves que aliás já foi homenageado através da atribuição do seu nome a uma rua junto à Quinta das Conchas, já há algumas homenagens feitas também pela Câmara de Lisboa. Para nós todos à volta (desta mesa), será sempre uma honra e um gosto continuar a homenagear o Sr. General Vasco Gonçalves. Em relação à construção do monumento eu penso que trabalharemos convosco um bocadinho mais na definição do monumento….Continuaremos a homenagear o General Vasco Gonçalves e penso que isso é importante para a nossa democracia.”
- O nosso representante levava “a coisa preparada” porque a isso se obrigou, como lhe impunha naturalmente o respeito pela Câmara, expressão do poder local democrático nascido da Revolução de Abril e uma das suas mais belas conquista;
- E, também por mera questão de prudência para evitar qualquer troca das tintas.
Foi apresentada também, por Beatriz Nunes, uma outra proposta da Direcção da ACR, sobre a construção do monumento, que se transcreve:
PROPOSTA
Na hipótese, muito provável, de mais uma vez a Câmara de Lisboa não considerar a nossa inscrição, propomos que se avance para o passo seguinte:
- Definirmos nós o local para colocação do monumento, definição indispensável para a concepção do mesmo, sugerindo-se, desde já, a Alameda D.Afonso Henriques;
- Contactarmos com Arquitecto António Madureira para agendar reunião, no Porto, com o Arquitecto Siza Vieira e o grupo ACR inicial, para avaliação da situação com vista ao desenvolvimento do projecto;
- Se houver acordo, solicitarmos a execução, em tempo útil, da proposta de monumento, em 3D, de forma a que, no 1ª de Maio deste ano, possa ser projectada em holograma, à escala natural e no local por nós escolhido;
- Para este último ponto necessitamos obviamente da colaboração e participação da CGTP.
- Marcaríamos assim a história da cidade de Lisboa com a primeira inauguração virtual, sem contudo nunca abandonar a luta pela concretização da construção do monumento que Lisboa merece e Portugal engrandece.”
A ideia mereceu grande apoio por parte dos presentes, manifestada em muitas intervenções e propostas para a sua concretização, que a Direcção da ACR, pela voz do seu Vice-Presidente, Modesto Navarro, se comprometeu a integrar nos desenvolvimentos posteriores tendentes ao objectivo principal que continuaremos a perseguir: A construção de um Monumento ao General Vasco dos Santos Gonçalves, na cidade de Lisboa onde nasceu.