Abril
é o futuro.
Comemoramos
Abril sempre!
Fazemo-lo
tendo presente nas nossas memórias, de forma impressiva, aquele dia
25 do ano de 1974 – Dia da Liberdade – bem como o processo
revolucionário que se lhe seguiu e que, nascido da aliança
Povo/MFA, viria a conduzir à construção da democracia mais
avançada alguma vez existente em Portugal: democracia económica,
política, social, cultural, amplamente participada e tendo como
referência básica a independência nacional - a Democracia de
Abril, como, muito justamente, lhe chamámos.
Fazemo-lo
recordando a Revolução de Abril e as suas Conquistas que
transformaram profunda e positivamente Portugal e foram ponto de
partida para a materialização de um projecto que tinha como vector
determinante o respeito pelos direitos e interesses dos
trabalhadores, do povo e do País: a liberdade, os direitos sociais e
laborais, a justiça social, as nacionalizações, a reforma agrária,
a descolonização, a paz, a independência nacional – Conquistas
que são o símbolo dos valores e dos ideais da Revolução de Abril
e que continuam a afirmar-se, na situação actual, como setas
apontadas ao Futuro.
Fazemo-lo
sublinhando a importância histórica da Constituição da Republica
Portuguesa que, aprovada em 2 de Abril de 1976, consagrou a Revolução
de Abril e as suas Conquistas e continua a constituir, hoje - apesar
de já submetida a sete revisões, cada uma delas roubando-lhe
pedaços de Abril – uma relevante plataforma da luta em defesa dos
valores de Abril.
Fazemo-lo
nunca esquecendo e sempre denunciando o longo processo
contra-revolucionário: o seu início; os seus objectivos; os seus
protagonistas; os métodos a que tem recorrido; o seu ódio a Abril;
o estado a que conduziu o País.
Fazemo-lo
olhando com extrema apreensão, mas também com muita confiança,
para a situação actual do País: uma situação dramática que,
contudo, é necessário e possível superar.
Ao
Portugal de Abril – momento mais luminoso da nossa história
colectiva - sucedeu este Portugal sombrio, negro, gerado por 37 anos
de política de sucessivos governos PS/PSD/CDS-PP: o Portugal do
desemprego; da precariedade; dos roubos nos salários e nas reformas;
dos roubos nos direitos laborais e sociais; das injustiças sociais e
do aumento do fosso entre pobres e ricos: da exclusão, da pobreza,
da miséria e da fome; do afundamento da economia nacional; da venda
a retalho da independência e da soberania de Portugal; do domínio
absoluto do poder do grande capital nacional e transnacional sobre o
poder político; de uma democracia precária, crescentemente
carenciada de conteúdo democrático e trazendo-nos todos os dias à
memória o tempo que «em Abril, Abril venceu».
É
essa política da contra-revolução - executada nas últimas quatro
décadas por quase uma vintena de governos da troika nacional, todos
em frontal desrespeito pela Constituição da República, todos fora
da lei Fundamental do País e, de há dois anos para cá, sob a
batuta da troika ocupante - a única responsável pelo estado de
desgraça a que Portugal chegou.
É
essa política de ódio a Abril que urge derrotar e substituir por um
política de sentido oposto, logo inspirada nos valores de Abril.
Por
isso, comemoramos Abril. Por isso o comemoramos em luta. Com a firme
convicção de que é nos valores de Abril - nas suas conquistas
políticas, sociais, económicas, culturais, civilizacionais - que se
encontra a solução para os muitos e graves problemas criados pelos
governos e pela política da contra-revolução. Com a certeza de que
a conquista de tal solução depende, no essencial, da luta dos
trabalhadores e do povo.
Com
os trabalhadores e o povo, com a intervenção organizada de todos os
homens, mulheres e jovens identificados com os valores de Abril,
conquistaremos um rumo novo para Portugal.
Abril
vencerá!
Porque Abril
é o futuro.
A
Direcção da Associação das Conquistas da Revolução
Abril.2013