O Cerco de Morte
Marques Pinto - sócio da ACR
Tendo seguido nos últimos dias a informação – a que temos acesso – sobre as operações militares em curso na Ucrânia e Rússia e pelo que é apontado nessas pouco explicitas noticias, apesar duma fraca cultura militar da minha parte, particularmente em estratégia, sou levado a crer que os “cabecinhas pensadoras” da NATO também devem ter sido mal interpretados pelas chefias militares Ucranianas.
Se a operação sobre Kursk estaria em estudo há algum tempo e parecia que seria lançada em conjunto com o aparecimento dos F-16 nos céus do conflito, algo estará em “desalinho”.
Segundo li a invasão e passagem de fronteira pelas brigadas Ucranianas deveria ser feita em vésperas de chuvas e inicio de outono, o que facilitaria a invasão com pouca reacção local e dificultaria a movimentação das tropas Russas que viessem em socorro da região.
Por outro lado, daria tempo para os interlocutores das negociações de tréguas conseguirem paralisar operações militares intensas e assim haveria tropas de ambos lados em ambos os territórios em disputa o que em caso de suspensão de acções militares criava um “melhor” ambiente para aceitar negociações entre as populações civis cujos filhos e familiares são sempre a maior perda em qualquer conflito.
Penso que terá havido precipitação dum lado e insuficiente colheita de informação militar do outro, ou acreditaram demasiado nos “intermediários” das negociações.
Contudo se Kursk foi na 2ª Guerra Mundial um lugar de perda de muitas vidas do Exército Russo e o inicio dum tremendo desastre militar e sacrifício de centenas de milhares de jovens para a Alemanha Nazi, penso que os pobres jovens ucranianos agora ali cercados com poucas capacidades de regresso pagarão um pesado tributo pelos erros de quem continua respaldado em bons gabinetes nos EUA e Europa dando ordens e sem correr qualquer risco de vida, fome ou de emprego.
Espero que a comunidade internacional apresse as negociações de paz e deixe de pensar apenas em ganhar fortunas com o fabrico e vendas dos “artifícios de morte”