A NATO E A BREVE HISTÓRIA DA HEGEMONIA OCIDENTAL
Manuel Begonha
Presidente da Assembleia Geral
O culto da superioridade do homem branco tem vindo a ser inculcado ao longo do tempo, na maioria das manifestações artísticas , mas para desenvolver este tema vou recorrer por vezes ao cinema.
Desde jovens que fomos habituados a ver nos filmes de "cowboys", o bom homem branco, a matar indiscriminadamente os maus nativos, designados por índios, selvagens ou peles vermelhas, que afinal apenas defendiam as suas terras do invasor.
Contudo, mais recentemente surgiram alguns poucos realizadores que tentaram reabilitar a imagem do índio como Arthur Penn no filme "O pequeno grande homem".
Numa cena inesquecível de outro grande filme, aliás, que é "Apocalypse Now", sob o som da Cavalgada das Valquirias de Richard Wagner, os heróicos combatentes norte-americanos, como invasores, voam galvanizados nos seus helicópteros para exterminar os enfezados e amarelados vietnamitas.
Numa propaganda clássica ao colonialismo, o valente e luminoso Mourinho de Albuquerque que, obviamente equipado com armas de fogo, subjuga, como se pode ver no filme "Chaimite", a força e o primitivismo do régulo rebelde Gungunhana, o leão de Gaza, a quem para humilhar mandou sentar no chão.
Mas a Europa, Pátria da civilização branca, também tem países uns mais brancos do que outros.
Depende da natureza da potência militar que os invade.
É há ainda os refugiados e os imigrantes.
Os sérvios massacrados quando da destruição de Belgrado, bem como outras nações da ex-Jugoslávia, ainda que europeus, tornaram-se baços que é a cor que os brancos adquirem quando são atacados pelos EUA /NATO.
Os sírios e os libios, são de um branco tisnado e podem ser bombardeados e abandonados no Mediterrâneo como imigrantes, porque têm petróleo e outras matérias primas no seu território que não lhes compete explorar.
O Iraque de tez mais escura, foi arrasado, uma vez que possuía, para além de petróleo, fantasmagóricas armas de destruição maciça.
E uma vez desalojados os respectivos habitantes passam a inconvenientes imigrantes africanos.
Na América Central existem imigrantes mestiços, índios e pobres que na procura de uma vida melhor nos ricos EUA, acabam por vezes com os cadáveres amontoados em camiões, como recentemente sucedeu no Texas.
No meio deste panorama, para garantir a superioridade e hegemonia do paradigma liberal euro - norte-americano, a NATO torna - se cada vez mais forte, beligerante e expansiva, não apenas na Europa, mas também na América Latina, como indicia a sua presença na Colômbia.
Entretanto decretou uma nova guerra fria e alterou o correspondente conceito estratégico, elegendo como inimigo principal a Rússia, seguida pela China.
Declarou encontrar-se disponível para pôr na ordem qualquer "Filho de um Deus menor" que ou se contrariar a unipolaridade, decidida por este juiz e árbitro dos destinos do nosso mundo.