Texto periódico VIII - Uma data que alguns veneram e para outros traz más recordações

Uma data que alguns veneram e para outros traz más recordações
Marques Pinto
(vogal da Direcção)

Passámos há pouco tempo a data de “25 de Abril” e por tal motivo lembrei-me de ir ler um pouco mais sobre esta data, que desde o “nosso” de 1974, a grande maioria do Povo Português bem conhece o seu significado, mesmo aqueles que por actos e palavras continuam saudosos do regime que caiu em 24 de Abril. 
Foram ainda este ano “brindados” os saudosistas do 24, com uma evocação na Assembleia da Republica e uma concentração no 1º de Maio que mais os irritou e não deixaram de durante dias aproveitarem os espaços de alguns jornais e audiências de televisão para criticarem o Governo e o Presidente que tal acto permitiram...
Mas se o “nosso” 25 Abril” é por “cá” conhecido, também na Africa Lusófona é ainda lembrado  - mesmo nas novas gerações – como a data que levou a bom termo as suas lutas de libertação do colonialismo, embora nem para todos tenha sido o início da paz nos seus novos Países.
Mas se por exemplo na Itália a mesma data também significa libertação pois foi em 25 de Abril de 1945 que o exército nazi, na pratica foi expulso do território Italiano e a pseudo republica de Salo que os apoiantes do fascismo de Mussolini haviam implantado, caiu de podre pois só com o apoio e suporte armado dos Nazis se havia aguentado.

Mas hoje venho também referir a data de 25 de Abril de 1920, que muitos de nós desconhecem mas foi nessa data que a Nação Palestiniana sofreu um dos maiores golpes traiçoeiros por parte dos países vencedores da 1ªGrande Guerra.
Foi nessa data que em Italia, mais precisamente em San Remo, essa bela cidade da Riviera Italiana, o Conselho Supremo Aliado constituído pelos vitoriosos da Grande Guerra ditaram os mandatos sobre os territórios da Siria, Iraque ( na época conhecido por Mesopotamia) e Palestina.
Claro que o Governo Inglês pela célebre declaração Balfour, já em Novembro de 1917 , pela grande pressão do Movimento Sionista havia estabelecido que era preciso arranjar uma pátria para o povo Judeu, mas tornava-se necessário fazer um reconhecimento de caracter mais internacional e daí 3 anos depois, se praticar um confisco de caracter mais internacional das terras Palestinianas, embora para amenizar a situação fosse incluída nessa declaração “que nada pudesse ser feito nesses territórios Palestinianos que pusesse em causa quais quer direitos civis e religiosos das comunidades  Palestinianas”.

Atentemos hoje como as Nações Unidas respeitam e impõem tais direitos e autorizam a expropriação por parte de Israel de uma grande maioria do território Palestiniano sob a força das armas e com o esbulho de terras historicamente Palestinas.

Claro que nem para todos, infelizmente, a nossa tão estimada data de 25 Abril traz boas recordações.