Neste dia de mudança quero agradecer especialmente pela confiança manifestada e apoio incondicional aos restantes órgãos sociais, desde a Assembleia Geral e Conselho Fiscal á Direcção cessante a determinação com que deu cumprimento aos Estatutos da ACR, tendo promovido, organizado e intervindo em diversas iniciativas, na luta pela defesa dos direitos, liberdades e garantias do nosso povo.
Encontrámo-nos em todas as frentes onde o combate foi de resistir á destruição do País, quer no campo económico e político quer no campo social e civilizacional.
Honramos o nosso compromisso de não deixar esquecer, o exemplo, o pensamento e a obra do General Vasco Gonçalves e de assumir sem desfalecimentos a defesa das Conquistas da Revolução e os valores e ideais de Abril.
Agradecemos também aos nossos associados, amigos e a todas as entidades todo o apoio e colaboração prestada.
Como alguém já disse que os “amigos não morrem” não quero deixar de evocar, um homem para com quem temos uma imensa dívida, o nosso primeiro Vice-presidente, José Casanova.
Passemos então ao que fazer neste futuro próximo.
A luta é sair da situação de fraqueza em que a investida reaccionária nos colocou, continuando a convocar os nossos associados, fornecendo-lhes uma informação actualizada, incluindo especialmente a financeira, uma vez que esta foi capturada pela oligarquia neo-capitalista, ao controlar os meios de comunicação social. Basta observar as tv’s generalistas, cujos comentadores monocolores, se tornam patéticos e profetizam imbecilidades, enquanto caminhamos imparavelmente para o tribunal de insolvências e a sua comissão liquidatária.
Na verdade todos os que defendem sem hipocrisias o 25 de Abril e Vasco Gonçalves estão envolvidos num verdadeiro cordão sanitário que urge romper.
Também é nosso objectivo continuar a combater a pobreza que é a certidão da desigualdade que nos sufoca. As intenções do governo em a diminuir não passam de uma falácia, porque é importante para este, que o desemprego continue a constituir uma pressão sobre o mercado de trabalho e assim garantir uma mão-de-obra fácil e barata.
Queremos denunciar a corrupção, uma vez que a justiça brande uma espada muito frágil contra os que violam a lei, limitando-se a ameaça-los com a prisão preventiva. Os ricos riem-se e contratam bons advogados. Os outros são incriminados e povoam as prisões.
Estamos integrados numa Europa desgovernada que continua a impor-nos a lei da força. A negociação da dívida ou a saída da zona euro são temas que deverão ser obrigatoriamente discutidos, apesar dos tempos em que estamos envolvidos de ameaças bélicas, fronteiras devassadas e a miragem dos poços de petróleo.
Há então que sair da ditadura do poder económico da comunidade europeia.
Devemos portanto estar preparados para cortar com esta nova forma de exploração e principal constrangimento ao nosso desenvolvimento.
Continuaremos a lutar contra os ataques às Conquistas da Revolução, nomeadamente à Constituição da República, não nos submetendo e denunciando as injustiças, as mentiras e a destruição que àquelas está associada. Não queremos pactuar com o declínio da independência e soberania nacionais. Assumimos um comprometimento com a verdade e com as grandes causas sociais, vítimas da especulação financeira.
Vamos continuar a chegar junto dos mais novos, nomeadamente em iniciativas a levar a cabo integradas nas comemorações do 25 de Abril.
Outro dos nossos objectivos é a questão da cultura. Embora o governo não tenha obrigação de criar cultura, deverá promover as condições para que se desenvolvam os bens culturais, competindo aos correspondentes agentes, fazê-las chegar a todo o povo. Teremos aqui um papel a desempenhar.
Teremos de transformar as nossas intenções em grandes mudanças políticas e sociais, tendo em conta os actos eleitorais que se aproximam.
A mudança jamais será alcançada para os que acreditam que a conseguirão se apenas gritarem o elogio ás suas virtudes.
A fraqueza dos acomodados, só servirá para reforçar a perversidade dos dominadores sem escrúpulos, que apenas se vão preocupando em exercer as suas políticas maléficas, no dia-a-dia, procurando sobreviver até á próxima eleição.
Continuaremos a apoiar todas as manifestações na defesa dos povos á sua independência e soberania nacional, sempre que atacados pelas forças mais obscuras do capitalismo internacional.
Além do cumprimento dos Estatutos e do nosso compromisso eleitoral, querem estes corpos sociais agora eleitos, continuar a honrar Vasco Gonçalves e revisitar todas as memórias necessárias, evitando assim que o tempo as vá corroendo de uma forma difusa.
Podem estar certos que por mais que nos façam querer tombar, sempre nos ergueremos, levantando as bandeiras do combate que nos anima. A dignidade do povo português.
VIVA A ACR.
Manuel Begonha
Presidente da Associação Conquistas da Revolução