O nosso obrigado pelo convite que foi endereçado à Associação Conquistas da Revolução para estarmos aqui presentes neste décimo quinto aniversário da Associação de Praças. Convite que muito nos honra.
A ACR é uma associação aberta a todos os cidadãos e que tem por objectivo preservar, divulgar e promover o apoio dos cidadãos aos valores e ideais da Revolução, iniciada em 25 de Abril de 1974, esse que foi o momento mais luminoso da História de Portugal, cultivando o espírito revolucionário e a consciência social progressista, com a construção de uma democracia política, económica, social e cultural amplamente participada, que a Constituição da República Portuguesa, aprovada em 2 de Abril de 1976, viria a consagrar.
A ACR tem pautado a sua actuação com palestras, colóquios, e a produção de documentação e livros de modo que a história recente não seja deturpada, reescrita ou simplesmente esquecida, como é o caso da tentativa de prescrição da memória e o legado do General Vasco Gonçalves.
Faço a todos os ataques que os militares têm sofrido na sua dignidade e direitos básicos, eu como cidadão e militar por vezes interrogo-me:
E COMO SERIA SE NÃO FOSSE O TRABALHO DESENVOLVIDO PELO ASSOCIATIVISMO MILITAR?
Permitam-me que lhes recordo apenas alguns casos de arbitrariedades ou mesmo abuso do poder:
- A extinção do fundo de pensões de forma arbitrária;
- A tomada de posse, na última quinta-feira, da sra Rita Cristóvão Coelho para dirigir o IASFA.
Na minha opinião é mais um negócio obscuro do governo ao colocar na Direção do IASFA pessoas com interesses pessoais e dos privados das empresas que atuam no ramo da saúde.
Por este andar o IASFA, cujo enorme património nos pertence, continua a ser descaracterizado e desviado dos fins para que foi criado;
- Por último recordo, ainda, o processo de revisão profunda do EMFAR em que se pretende alterar, entre outros, no relacionado aos deveres especiais dos militares:
Onde se lê:
“ OS MILTARES EM EFECTIVIDADE DE SERVIÇO SÃO RIGOROSAMENTE APARTIDÁRIOS”
Pretendem que se passe a ler:
“O DEVER DE INSENÇÃO POLÍTICA”
A estes senhores neoliberais aceitamos que acreditem que o mercado livre, com os seus gestores de topo gananciosos e trafulhas, seja o motor do desenvolvimento das sociedades, mas já não lhes perdoamos o seu analfabetismo em ciências sociais ou humanas.
Como escreveu o comandante Almeida Moura, recentemente, numa reflexão sobre os militares e a política:
“UM SER ISENTO POLITICAMENTE É… UM NÃO SER”
Assim o associativismo militar, na defesa da dignidade militar e dos seus direitos básicos, contribuindo para umas forças armadas mais coesas é fundamental e hoje, e como sempre, esse associativismo está de parabéns por todo o trabalho desenvolvido e por, entre associações congéneres, encontrarem plataformas comuns de acção.
Hoje neste décimo quinto aniversário, que aqui comemoramos, esses parabéns são duplos para a ASSOCIAÇÃO DE PRAÇAS.
Viva a AP!
Viva o associativismo militar!
Vivam as Forças Armadas!
Viva Portugal!
Manuel Gonçalves de Carvalho