Comunicado




A Comissão Instaladora da “Associação Conquistas da Revolução”, face à gravidade do momento que se vive no nosso país, declara total solidariedade com as lutas entretanto desenvolvidas pelos trabalhadores, pelos elementos das forças de segurança, pelos militares e pelas populações, manifesta o seu total apoio à greve geral convocada para 24 de Novembro e apela à participação dos seus associados e de todos os democratas em defesa dos direitos dos trabalhadores e do direito soberano do povo português à construção dum futuro melhor, livre de ingerências e imposições estrangeiras.

Perante a maior ofensiva de que há memória desencadeada contra os trabalhadores e o povo português, no pós 25 de Abril de 1974, torna-se urgente cerrar fileiras em defesa das conquistas da revolução iniciadas naquela data, concretizadas pelo povo português nos governos provisórios presididos por Vasco Gonçalves, em consonância com a aliança Povo/MFA, e consagradas na Constituição da República Portuguesa de 1976.

A permanente confrontação a que as forças reaccionárias sujeitaram os direitos conquistados com Abril, com indecorosas conivências, minou os alicerces do Estado Democrático e abriu caminho à rapina descarada dos recursos nacionais pelo capitalismo predador (nacional e internacional) e á destruição do aparelho produtivo nacional, em obediência a estratégias provadamente contrárias ao interesse nacional e geradoras de desemprego e miséria.

O despudorado assalto aos direitos dos trabalhadores, da juventude, dos reformados e da população em geral, com particular violência para os trabalhadores da administração pública (aumento do horário de trabalho, liquidação da contratação colectiva, corte do subsídio de férias e do subsídio de Natal, a juntar aos cortes do salário já concretizados em 2011, e ao agravamento dos custos com a Saúde, a Educação, a Habitação e outros) é um monstruoso crime contra a população portuguesa que urge desmascarar e combater.

A progressiva destruição das conquistas de Abril abre as portas á pobreza, humilhação e desencanto, daqueles que, nada tendo contribuído para a presente crise, são hoje, como sempre foram, com os governos PS/PSD/CDS, os mais penalizados para que nada mude na exploração conduzida pelo capital.

Esta situação é inaceitável e obriga a recorrer às formas de luta adequadas no quadro constitucional. Impõe-se, assim, fazer deste dia - de greve geral - uma grande demonstração de repúdio contra o violento e injusto ataque à dignidade e independência dos portugueses e demonstrar a unidade dos trabalhadores e do povo para os grandes combates que se avizinham.


A Comissão Instaladora