Intervenção de Manuel Begonha, no dia 1 de Outubro do corrente ano, em Setúbal,representando a ACR na cerimónia evocativa do aniversário da inauguração do Monumento ao 25 de Abril e às Nacionalizações

 

Intervenção de Manuel Begonha, no dia 1 de Outubro do corrente ano, em Setúbal,representando a ACR na cerimónia evocativa do aniversário da inauguração do Monumento ao 25 de Abril e às Nacionalizações


Exmo Sr Presidente da Câmara Municipal de Setúbal

Exmo Sr Presidente da Junta de freguesia de S. Sebastião
Exmo Sr Coordenador da União dos Sindicatos de Setúbal
Exmo Sr Representante da URAP
Minhas Senhoras e meus senhores

Vivemos hoje uma data notável.
Foi em 1 de Outubro de 1985 que foi inaugurado o Monumento ao 25 de Abril e às Nacionalizações e em 1de Outubro de 1970 que foi criada a CGTP-IN.
Mas tudo começou naquela madrugada libertadora de 25 de Abril de 1974 , dia em que um conjunto de jovens militares tomou o poder, num golpe de estado que derrubou o governo fascista de Marcelo Caetano, pondo fim a uma ditadura que durou 48 anos. Contudo, o povo português nunca deixou de combater pela liberdade ao longo deste período, desde os operários, os estudantes, os camponeses, os intelectuais, os anarquistas, os católicos progressistas, mas na sua maioria elementos integrados no PCP, não podendo ser esquecida a violência da luta na clandestinidade, nem vários golpes militares fracassados.
Muito destes, ainda sobreviventes, constituem hoje as fileiras da URAP.
Por outro lado a CGTP-IN já tinha conquistado um papel de destaque na organização e formação ideológica dos trabalhadores, enquanto que os militares nos seus movimentos associativos iam forjando a necessidade de pôr fim à situação vigente.
Mas o período mais transformador da nossa revolução, ficou a dever-se à luta determinada dos trabalhadores e do povo que uma vez unidos ao MFA, durante os 4 governos provisórios presididos pelo General Vasco Gonçalves, foi capaz de responder às necessidades mais prementes da população, assim lançando os alicerces para a construção de uma nova sociedade, dando assim cumprimento ao determinado no programa do MFA.
Foi neste período que sucederam as grandes transformações democráticas em Portugal a que chamamos Conquistas da Revolução, muitas das quais foram consagradas na Constituição da República.
Desenganem-se pois, aqueles que nas próximas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, as querem reduzir apenas ao golpe militar, omitindo a acção do General Vasco Gonçalves.
O Monumento cuja data de inauguração agora assinalamos representa bem a força e a criatividade dos trabalhadores que não se pouparam a esforços para erguer este símbolo de unidade e confiança no futuro.
Residi em Setúbal de 1973 a 1990, onde vivi os dias inesquecíveis da Revolução.
Quero recordar Francisco Lobo, que teve uma vida de luta incansável, para tornar esta cidade mais igual, mais justa e mais feliz.

Ainda temos uma Constituição da República que após sete revisões continua a ser o garante da democracia.
É uma Constituição que verte para si os direitos individuais consagrados na Declaração Universal dos Direitos do Homem e que defende a independência e soberanía nacionais e que nos levam a lutar pela sua defesa e a exigir o seu cumprimento.
Se o fizermos lutaremos pela nossa dignidade e honraremos a memória de todos os que tornaram possível, a nossa presença hoje aqui.

Viva o 25 de Abril!!!!
Viva Portugal!!!!