Em nome da Direcção da ACR quero agradecer a vossa presença que nos dá muita satisfação e muito nos honra.
Quero agradecer à Direcção da "Voz do Operário" a cedência destas excelentes instalações bem como aos correspondentes colaboradores que muito irão contribuir para o sucesso deste espectáculo.
Agradeço também a generosidade dos artistas, produtor e técnicos e ainda ao nosso associado que cedeu um inédito de Carlos Paredes que tornaram possível concretizar estarmos aqui hoje.
Embora tivesse colaborado nesta homenagem desde a primeira hora não é possível a Luisa Amaro, companheira de Carlos Paredes, estar presente devido a uma intervenção cirúrgica, da qual felizmente está bem.
Igualmente Carlos Canhoto não irá estar presente devido a uma doença imprevista.
Luisa Amaro pediu-me para vos transmitir a sua grande decepção por não estar hoje convosco, desejando o maior sucesso para este evento que muito a sensibiliza.
Lembro que uma iniciativa deste tipo, apesar da compreensão de todos os intervenientes, tem custos, pelo que apreciamos que olhassem com simpatia para o envelope que se encontra na vossa cadeira.
A ACR foi constituída para lutar pelas "Conquistas da Revolução" que foram conseguidas, maioritariamente, nos quatro governos provisórios presididos pelo general Vasco Gonçalves que é aliás o patrono da nossa associação.
Lutamos igualmente por não deixar esquecer aqueles que entendemos, se libertaram da lei da morte - assim convoco Camões para esta festa - pela obra que produziram para a consolidação das "Conquistas da Revolução".
Destes, no campo da cultura e especificamente no da música, tem justíssimo lugar o Carlos Paredes que deu novos mundos à guitarra portuguesa e a quem estamos agora a evocar e a homenagear.
Carlos paredes nasceu em Coimbra, a 16 de Fevereiro de 1925 e faleceu em Lisboa a 23 de Julho de 2004.
Compositor e guitarrista fulgurante constitui um símbolo impar da história da música portuguesa contemporânea.
Apesar de ter ficado conhecido como mestre da guitarra portuguesa, ao ser certa vez, em Espanha, tratado por mestre, respondeu, com a sua reconhecida modéstia, que não era mestre mas sim funcionário público.
E assombrosamente assim era, porque este grande homem era arquivista de radiografias no hospital de S. José.
Liga-me ao Carlos uma grande amizade, respeito e reconhecimento cimentados na 5ª divisão do Estado Maior General das Forças Armadas, onde nos idos 1974/75, integrou o departamento de música da CODICE, organismo que coordenou as Campanhas de Dinamização Cultural e Acção Cívica do MFA, no qual para além de se ter dedicado a várias intervenções públicas, por todo o país, elaborou um método para o ensino da guitarra às crianças, infelizmente desaparecido.
Revelou-se, sempre, um homem tímido mas vertical e dotado de uma grande cultura humanista e política, imbuído de profundas convicções, para além de ser um admirável conversador.
Por tudo isto, é com grande orgulho que vos comunico que em reunião de Direcção foi aprovado, por unanimidade, propor a atribuição à próxima Assembleia Geral, a atribuição a Carlos Paredes a qualidade de sócio de mérito da Associação Conquistas da Revolução.
Finalmente desejo que se divirtam, confraternizem e que saiam daqui mais inspirados para continuar a luta que todos os dias nos espera.
Muito obrigado
VIVA CARLOS PAREDES!!!