A Guerra para os Europeus – O grande Negócio do Armamento
Marques Pinto - sócio da ACR
Recordo que nos passados anos 80 ter surgido uma serie de livros com teor informativo e de divulgação cujos títulos sempre acabavam “...para Totós”. Comprei um cuja designação era “O computador para Totós” que ainda guardo e que na altura, dada a minha grande ignorância na matéria me ajudou a iniciar-me no “manejo” e entendimento do “complexo instrumento” que havia invadido já as empresas e começava a ser uma necessidade para muitas e diversas actividades mesmo de natureza mais privada.
Penso que actualmente seria da maior utilidade para a grande maioria da população Portuguesa e talvez até para muitos europeus, que um conhecedor do complexo problema belicista no mundo actual, mas especialmente no continente Euroasiático se dedicasse ao assunto de modo a tornar entendível o risco e graves consequências da futura guerra moderna para uma alargada população cujo índice de compreensão e conhecimento sobre o assunto não deve ultrapassar os 2 ou 3 por cento dos largos milhões que habitam esta parcela do mundo.
Contudo, se, e quando houver na Europa um conflito grave, a percentagem dos atingidos pela catástrofe poderá ser de largos milhões, podendo até uma grande maioria perecer ou ficar em grave estado físico de inanição sem ter tido qualquer percepção duma intervenção directa ou indirecta ou até tido prévio aviso da catástrofe que a ameaçava.
Todos os dias somos “agredidos” nos jornais, programas televisivos e publicações de todo o tipo por uma serie de “especialistas” e “comentadeiros”
que desde as mais incríveis afirmações, suposições e opiniões e muitas vezes apoiados em descrições pormenorizadas de armas e outros meios bélicos que se podem deslocar em terra, na água, no ar, tripulados por homens -e já por mulheres também- ou manobrados á distancia por frequências directas ou retransmitidas por satélites, nos pretendem convencer que todos estes actos são já quase normais e podem fazer parte da vida do dia a dia dos povos agressores e agredidos.
Escondem-se contudo os efeitos devastadores, o numero real dos mortos, feridos e incapacitados que todos os dias se somam em centenas e milhares e os civis desalojados e despojados dos seus bens pessoais, que mesmo sem ser feridos perdem as suas casas, empregos e familiares.
Ninguém fala, ou melhor muita gente tenta esconder ou fazer esquecer aos milhões e milhões de apáticos -e afinal há tantos especialistas e conhecedores – no que pode acontecer no dia em que uma central atómica for atingida ou na eventualidade de um qualquer politico ou militar decidir enviar um conjunto de misseis com munições nucleares sobre um objectivo militar que se encontre perto duma grande cidade na Europa ou em qualquer outra parte do mundo que desencadeie uma operação militar de grande escala e alcance que nenhum de nós possa hoje imaginar.
Nunca estivemos tão perto dum real conflito atómico e, contudo, a pretensão da grande maioria dos actuais políticos que governam ou detêm o poder nos países Europeus, incluindo este nosso pequeno rectangulo, recebem a sorrir o enviado apatetado da NATO que pretende convencer que devemos comprar armas, munições, equipamentos sofisticados de alerta, etc., etc., e esquecer os cuidados de saúde, a habitação, a educação e assistência social dum povo em perto de um terço da sua população vive com grave situação de sustento, alojamento e cuidados de saúde.
Estaremos a ser governados por portugueses ou realmente pelos meros representantes dos grandes interesses armamentistas Europeus ou da poderosa organização militar chefiada e dominada pelo Estado Norte Americano que todos sabemos que sempre prometem ...e oferecem chorudas prebendas aos melhores compradores.
Será que também oferecem a venda de protecção efectiva contra as poeiras nucleares??
Penso que esta crise que vivemos é seguramente a mais perigosa desde o fim da “Segunda Guerra Mundial” e recordo que a Europa Central ficou devastada e arruinada e não sofreu ataques com qualquer munição atómica, mas apenas bombardeamentos aéreos e acções de artilharia convencional, que deixaram umas dezenas de milhões de habitantes sobreviventes, mas sem tecto nem emprego, mas contudo sem as gravíssimas sequelas que os sobreviventes Japoneses ás duas bombas atómicas apresentaram enquanto sobreviveram.
Apelo para que todos os que lerem estas linhas recordem e juntem as suas vozes aqueles que por todos os meios ao seu alcance tentam chamar á razão os nossos políticos responsáveis pelas decisões, actividades de gestão governamental e gastos inúteis neste nosso pequeno território acantonado no extremo da Europa, mas que em caso de conflito generalizado no centro europeu não poderão caminhar para Ocidente.