Comentário de Maria Aires Catrapona, ao texto de Manuel Begonha, "Um homem e a sua verdade."

Pelo seu interesse publicamos o comentário de Maria Aires Catrapona, ao texto de Manuel Begonha, "Um homem e a sua verdade."

 

Terrivelmente bem escrito.
Terrivelmente verdadeiro e coerente.
Até me arrepiei por recordar afinal todas estas manobras, estas demandas, e sem dúvida brilharam os meus olhos quando o autor relembra as maravilhas que Portugal viveu nestes tempos.
Vasco Gonçalves, um Homem muito além do seu tempo.
O destino foi cruel, abutres famintos e invejosos puxaram o tapete. O punhal que o feriu ainda hoje, infelizmente, passa de não em mão, a direita mantém as armas, não evoluiu, não aprendeu, a direita realmente padece de ignorância crónica.
Resta-me agradecer aos meus progenitores por me terem permitido viver estes anos de Democracia abundante.
Respirávamos Democracia e isso foi tão bom. Agradeço também a 1 tio, anti-fascista dos 7 costados que sofreu na pele a ditadura atrás das grades do Aljube e Caxias. E que nos longos serões Alentejanos de inverno falava de política da sua e a dos outros, lia os jornais todos, ensinava aos amigos curiosos que por lá iam aquecer os pés, e no fim do serão ligava o velho, mas bonito radio e giradiscos, também podíamos chamar-lhe de telefonia, sintonizava ou tentava sintonizar a Rádio Marrocos Livre (salvo erro era assim o seu nome), e bebia toda a informação que concerteza seria mais credível do que aquela que o então Marcelo Caetano deixava passar.
Adormecia fazendo 1 resumo de tudo, cada serão ali passado ficava mais rica.
Por isso hoje, sou uma revoltada num país que se queria livre e democrata, mas que cujos adjectivos vão esmorocendo.
Falta vigor e espírito de luta a quem vive mal, e nada faz. Resigna-se com a sorte que os tais abutres lhes têm querido impingir.
Às vezes pergunto, teria valido a pena termos um Vasco Gonçalves a lutar por tudo o que lutou??
Quero acreditar que sim.
Deem-me provas reais.
Um grande Bem Haja ao autor do maravilhoso texto.