Escrito do Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Manuel Begonha



Tempos Difíceis

A humanidade encontra-se hoje à mercê de duas soluções desenhadas pelos seus dirigentes.
Ou se salvam as pessoas ou se salva a economia, ou de outra forma, ou prevalece a fraternidade ou o individualismo agiota. 
Está a ser rudemente posta à prova a bondade intrínseca da natureza humana. Quantas mortes, quanta pobreza, quantas vidas destroçadas.
Os detentores do poder mundial, parecem esquecer que há pontes que por vezes não podem ser atravessadas 
Podem destruir-se.
Mas neste tempo de contrastes, também se manifestam as melhores virtudes do homem - tanta dedicação, tanta bondade, tanto altruísmo e tanta heroicidade.
E os mais velhos perceberam que há quem entenda que andam a mais por este mundo. Confrontam-se com a eutanásia tecnológica.
Quanta ingratidão!
Como escreveu Miguel Torga, "A velhice é isto - ou se chora sem motivo, ou os olhos ficam secos de lucidez". 
Entretanto, depois na acalmia virão os oportunistas, os catastrofistas e os populistas apresentar a factura ao governo e aos serviços pela incapacidade, inépcia e inadequabilidade dos actuais modelos de gestão políticos, económicos e sociais e lutar por dividendos para as virtudes do neoliberalismo e filo fascismo. 
Mas estou seguro que iremos vencer porque temos uma revolução por cumprir. 
Porque temos ideais que queremos transmitir aos mais jovens. 
Porque queremos um mundo diferente onde o homem livre e a justiça imperem. 
Porque somos combatentes pela Paz e por uma Terra sem desequilíbrio ecológico. 
Porque não queremos que o medo pense de mais. 
Porque havemos de ter a valentia dos Lacedemónios de quem o rei Agis dizia "Eles não perguntavam quantos eram os inimigos, mas onde estavam os inimigos."

Lisboa, Março de 2020
Manuel Begonha