No
quadro da comemoração do 3º aniversário da atribuição pela UNESCO ao Cante
Alentejano do Estatuto de Património Cultural Imaterial da Humanidade, iniciativa
da Câmara Municipal e da Casa do Cante de Serpa, Modesto Navarro e Valdemar
Santos, enquanto membros da Direcção da ACR, foram convidados a intervir, no
passado 26 de Novembro, no Pavilhão de Feiras e Exposições daquela vila, numa “conversa
sobre Michel Giacometti e a criação do Museu do Trabalho” de Setúbal, o qual, naturalmente,
porta o seu nome.
O Cante Fest’2017 teve início a 24 na Casa
do Alentejo, em Lisboa, e decorreu nos sábado, domingo e segunda-feira
seguintes na vila alentejana, congregando 60 Grupos Corais Alentejanos e mil
cantadeiras e cantadores, pelo que o ciclo de debates naquele enorme espaço
conviveu em sala própria com uma onda de animação, confraternização e uníssona
voz forte e ao alto do Povo.
Todo o percurso de Giacometti no nosso país
foi anotado por Modesto Navarro, enfatizando, a dado momento, a “evolução que
iria animar-se na luta contra a guerra colonial que destruía milhares de
jovens, nos combates contra a exploração, o custo de vida e a miséria, pela
cultura integral do indivíduo que Bento de Jesus Caraça, Álvaro Cunhal, Soeiro
Pereira Gomes, Fernando Lopes Graça, Maria Lamas, Virgínia de Moura, Irene Lisboa,
Matilde Rosa Araújo e tantos outros intelectuais defendiam e impulsionavam”.
Em conjunto com outras organizações e
entidades, a Associação Conquistas da Revolução evocou já Giacometti a 19 de
Junho, em Peroguarda, e a 27 de Novembro de 2015, na capital sadina, e foi a
propósito da divulgação desta última sessão, numa acção de rua, que Valdemar
Santos testemunhou o orgulho de um ex-sindicalista que, de “peito inchado”,
como soi dizer-se, logo prometeu não faltar: “Era o homem do CDOC – Centro de
Documentação Operária-Camponesa, jamais esquecerei!” – tantos anos depois!!
Uma tarde riquíssima, porque não poucos dos
participantes tinham caminhado com Michel.