16 de Maio - A ACR esteve presente na Casa do Pessoal do Arsenal do Alfeite

A ACR fez-se representar pelo vogal da Manuel Carvalho nas comemorações do aniversário do 25 de Abril promovidas pela Casa do Pessoal do Arsenal do Alfeite.



Intervenção proferida por Manuel Carvalho


Sr. Presidente da Casa do Pessoal do Arsenal do Alfeite
Sr.as e srs convidados
Caras amigas e amigos,
O nosso obrigado pelo convite que foi endereçado à Associação Conquistas da Revolução para estarmos aqui presentes.
Convite que muito nos honra.
Permitam-me que tenha aqui umas breves palavras relativas, à ASSOCIAÇÃO CONQUISTAS DA REVOLUÇÃO:
Ela é constituída por cidadãs e cidadãos civis e militares amantes da liberdade e da democracia e que pretendem defender e repor toda a verdade sobre as acções concretizadas dentro do programa das forças armadas (MFA) e lembrar e homenagear os seus promotores quer civis ou militares, das conquistas legítima e democraticamente obtidas no período mais fecundo, patriótico e criativo do 25 de abril.
Conquistas do povo trabalhador português entretanto destruídas ou em vias de desaparecimento por quem tem ocupado o poder político a partir de 1976.
A ACR tem pautado a sua actuação cultivando o espírito revolucionário e a consciência social progressista, pela construção de uma democracia política, económica, social e cultural amplamente participada, que a Constituição da República Portuguesa, aprovada em 2 de Abril de 1976, viria a consagrar.
Assim tem levado a efeito:
palestras, colóquios, e a produção de documentação e livros de modo que a história recente não seja deturpada, reescrita ou simplesmente esquecida, como é o caso da tentativa de prescrição da memória e o legado do General Vasco Gonçalves.
A muralha de aço construída pelos trabalhadores em volta do companheiro Vasco sofreu uma fenda com a contrarrevolução a dividir o MFA o que levou à demissão do General após a atribulada Assembleia de Tancos. Mas o povo português e os seus trabalhadores saberão, mais dia, menos dia, reparar essa muralha.
Lembro aqui e homenageio o companheiro Vasco que foi o único 1º ministro que diminui, consideravelmente o fosso entre ricos e pobres.
E pegando neste tema “o fosso entre ricos e pobres” oferece-me fazer os seguintes comentários:
- Nunca se criou tanta riqueza como agora. Riqueza que só pode ser criada pelos trabalhadores;
- Nunca o grande capital concentrou nas suas mãos tanta riqueza, como agora, espoliando os trabalhadores;
- Nunca a mão de obra foi tão barata como agora;
-Nunca a oferta de mão de obra foi tão grande como agora, devido ao criminoso e inaceitável desemprego.
O neoliberalismo e a sua tão defendida ditadura do mercado livre com os seus gestores de topo gananciosos, manhosos e trafulhas, abre uma verdadeira guerra entre oprimidos contra os opressores,
GUERRA ENTRE QUEM TRABALHA E CRIA RIQUEZA CONTRA O GRANDE CAPITAL ESPECULATIVO CRIMINOSO E GANANCIOSO.
A generalidade dos portugueses está a sofrer e a pagar os efeitos desta guerra iniciada em 2008, mas alimentada por décadas de política de direita, e provocada pelo capital estrangeiro especulativo.
Parte da dívida tem origem externa, outra parte resulta de fenómenos de corrupção, de compra de favores, de uma política ao serviço dos detentores do dinheiro.
Não usufruímos nem beneficiámos com muitos desses créditos que agora nos estão a fazer pagar por diversas vias:
PRIVATIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS, BAIXOS SALÁRIOS, REDUÇÃO DE PENSÕES, REDUÇÃO CRIMINOSA DE SERVIÇOS SOCIAIS, DESEMPREGO EM VALORES INACEITÁVEIS MESMO NUMA ECONOMIA DE MERCADO.
Paralelamente crescem a evasão fiscal e a fraude de quem tem influência política e económica, cresce a economia virtual do sistema financeiro ilegal, dos offshore, dos bancos virtuais, das empresas fantasma,
CRESCE A SUA IMPUNIDADE.
O sistema financeiro produz o crédito e a dívida como mecanismos de apropriação de mais-valias geradas pelos trabalhadores.
Ao povo grego que pretende outras alternativas de modo a diminuir os inaceitáveis sacrifícios e miséria dizem-lhes com cinismo e forte dose de chantagem:
se precisam de ajuda têm que fazer mais reformas;
LEIA-SE MAIS ROUBO AOS TRABALHADORES.
A nós que fomos um caso de “dito sucesso” através do roubo aos trabalhadores, aumentado o fosso entre ricos e pobres.
Dizem-nos: embora a austeridade tivesse ido longe de mais têm que continuar a fazer reformas
leia-se: mais do mesmo - ou seja, mais roubo aos trabalhadores.
A luta está a agudizar-se. Este é, pois, um tempo de organização, de resistência, de tomada de consciência e acumulação de forças para o combate.
Importa afirmar:
que
- Não desistiremos de ser cidadãos de corpo inteiro,
- Não desistiremos de ser portugueses,
- Não desistiremos de Portugal.
Felizmente muitos e muitos portugueses e portuguesas continuam a lutar, nos seus locais de trabalho, nos seus sindicatos, nas suas organizações de classe e no poder local democrático, por Abril e que saberão responder com dignidade e patriotismo reafirmando os valores de Abril de que são depositários. Mas é responsabilidade de cada um de nós, que está com Abril, mobilizar outros.
TRAZ MAIS UM AMIGO TAMBÉM - OU VENHAM MAIS CINCO – COMO CANTAVA O POETA CANTOR - JOSÉ AFONSO.
Todas as homenagens ao Zeca nunca são demais mas esta será a melhor homenagem que lhe prestamos. Homenagem feita pela luta dos trabalhadores.
Organizemo-nos, então, com base na Constituição da República e nos valores de Abril. ----- Após as grandiosas comemorações populares do 41º aniversário do 25 de Abril num forte movimento de resistência e luta e de um grande 1º de Maio nunca visto seguem-se outras lutas que nos aguardam.
Nunca, como hoje, foi tão importante e decisivo, como dizia o poeta “FAZER FLORIR ABRIL DE NOVO”
A finalizar quero Saudar aqui todos os trabalhadores do Arsenal do Alfeite, consubstanciados nesta CASA, com toda a sua tradição de luta antifascista e de resistência, por um Portugal digno e democrático DE ABRIL.
VIVAM OS TRABALHADORES DO ARSENAL DO ALFEITE!
VIVA O INTEMPORAL ZECA AFONSO!
VIVA O 25 DE ABRIL!
VIVA PORTUGAL!