Intervenção do Presidente da Direcção na sessão de Solidariedade com Cuba

No passado dia 17 de Janeiro comemorou-se, com um almoço na Casa do Alentejo organizado pela Associação de Amizade Portugal Cuba, o 56º aniversário da Revolução Cubana e a libertação dos cinco patriotas cubanos que estavam encarcerados nas masmorras dos EUA.
Na altura, o nosso presidente da direcção, Manuel Begonha, proferiu uma intervenção que o filme reproduz.



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Intervenção escrita


É com muita satisfação que estamos a comemorar o 56º aniversário da Revolução Cubana.
Vivemos, sem dúvida, um momento de viragem no panorama internacional, uma vez que estamos a assistir a um novo olhar entre Cuba e os EUA.
A violência e a injustiça do bloqueio que tão pesadas consequências teve para o povo cubano, será ainda uma matéria de difícil resolução, devido à oposição dos sectores mais conservadores do congresso norte americano.
Contudo, os processos já alcançados nas negociações bilaterais, nomeadamente com a libertação dos cinco patriotas que hoje evocamos prenunciam uma nova era que não irá ser fácil, pois irá exigir uma grande firmeza ideológica em defesa dos princípios que sempre permitiram a Cuba, prosseguir com a revolução. Isto porque os amigos de cuba, parecem por vezes interrogar-se se estará a ser introduzido na cidade um novo cavalo de Tróia.
Confiamos contudo no povo cubano que sempre tem demonstrado ter grande capacidade de manter-se livre de ingerências indesejada.
Cuba sempre exerceu um grande fascínio nos jovens da minha geração e em vários momentos da história recente, todos nós fomos cubanos.
É também por isto que sempre acompanhamos com grande paixão, o percurso, os ataques e as calúnias de que foi objecto e o símbolo em que se tornou que as forças mais virolentamente reaccionárias do capitalismo internacional, vêm tentando eliminar a todo o custo. Mas esquecem que Cuba tem uma alma forte que pertence ao povo e possui um governo que pode reivindicar a autoridade de actuar a favor dos interesses e vontade desse mesmo povo, entender as suas aspirações fundamentais e expressá-las com grandiosidade e clareza. E é também certo que a estabilidade cubana se fica a dever à forma como tem dividido a sua riqueza e a distribuição do trabalho.
Cuba e os seus revolucionários souberam olhar mais além no futuro, do que aqueles que a criticam.
Desejo portanto felicitar o heróico povo cubano por esta data e desejar que esta nova época que se aproxima vos traga mais prosperidade, bem estar e satisfação e que este país continue a ser uma inspiração para todos aqueles que como nós, anseiam por uma sociedade diferente, mais justa e mais fraterna, onde o homem alcance os espaços da liberdade.
Que o socialismo continui o seu caminho.
Viva Cuba revolucionária!