Texto periódico X - MAIO - Mês em que se comemorou a vitória sobre o nazi fascismo



Henrique Mendonça
(Vice presidente da Assembleia  Geral)

A 8 de Maio comemoraram-se um pouco por toda a parte os 75 anos da derrota do nazi fascismo.
As comemorações não puderam ter a grandiosidade que esta efeméride merece.
Vivemos num outro estádio de uma mesma guerra. Esta sem armas convencionais ou atómicas, mas à mesma letais. A guerra biológica. Um vírus que rapidamente se propagou por este mundo global.

Em 8 de Maio a maioria dos povos estavam vivendo situações de estado de emergência. Não houve manifestações populares.
Houve sim outras formas de dizer NÃO ao recrudescimento do fascismo.

Tenho aproveitado estes tempos para reler, entre outros documentos, os discursos e entrevistas do nosso patrono Gen. Vasco Gonçalves.
Precisamente a 8 de Maio de 1975, a convite de várias organizações Vasco Gonçalves participou na “Sessão comemorativa da derrota do nazi fascismo na Europa”.

No uso da palavra referiu:

“Há 30 anos a Europa respirava aliviada do pesadelo fascista, renascia a esperança do homem no futuro. Esse renascimento cimentava-se na luta e no sacrifício de milhões de pessoas originárias de todos os Continentes; tal devia bastar para que a Humanidade rejeitasse duma vez por todas aquela aberração. Sítios houve, porém, onde a derrota de 1945 foi por longo tempo inconsequente. A Portugal, as liberdades conquistadas pelos povos europeus, só chegaram na madrugada de 25 de Abril de 74. O Povo Português tem, em relação à Europa, um crédito de 30 anos de liberdade a lançar na conta do fascismo.
A neutralidade na guerra de 39-45, para além dos benefícios imediatos, custou ao Povo Português um preço demasiado caro. A não participação no tremendo conflito foi ignobilmente explorada pelo governo fascista no sentido de criar num povo, mantido num estado da atraso material e intelectual deplorável, a ideia do guia esclarecido e incontestável na defesa dos interesses da Pátria.”

e mais adiante

“Nesta perspectiva há que estar atento à realidade de que, se o fascismo foi derrubado em Portugal, as forças capitalistas não desistiram nem desistirão facilmente de tentar recuperar as suas condições de expansão.”

São apenas três parágrafos de um importante discurso que em minha opinião tem muito de actual.

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