Zeca - 25 anos de Saudade





Um pássaro igual a ti

Provavelmente, o mundo está mesmo feito às avessas! Anda um tipo como este Zeca a vida inteira a dar a voz e o corpo pelas causas dos outros, passam-se anos a fio de viola às costas a cantar as utopias sonhadas no dia-a-dia, e acaba tudo assim. Estupidamente, numa madrugada de chuva indecisa, como se nada tivesse acontecido antes, como se todo o passado não fosse senão um sonho longínquo.
Nós, no entanto, sabemos que não foi um sonho. Crescemos a ouvir Menino de Oiro e Os Vampiros, aprendemos de cor os versos de Vejam Bem e de Grândola. Aprendemos, com o Zeca Afonso de todos os cantares andarilhos, a saborear o gosto dos encantos e das emoções, a desejar e a lutar pelas cores da liberdade.
Com Zeca e os seus companheiros aprendemos, ainda, que é muito menos fácil formular perguntas que encontrar respostas. Que as veleidades da ‘vida artística’, na qual ele nunca se encaixou, são como os foguetes de romaria, que desaparecem no ar após um instante de brilho e que, portanto, o importante é estar vivo, ter como única certeza a inquietação permanente.
Há coisas assim, que parecem impossíveis. Depois vêm as inevitáveis cortesias-de-velórios, mas quanto a isso estamos conversados. Afinal somos um país de homenagens póstumas, não é? Que o digam o Adriano, Jorge de Sena, Fernando Pessoa. Que o diga agora o Zeca, ele que foi sempre tão dado a encolerizar-se com estas coisas.
Veja-se a Televisão, que esperou a sua morte para mostrar, lacrimosa, as suas cantigas. Veja-se o poder, que tudo lhe negou em vida, para descobrir agora (só agora, ó céus?) que, afinal, Zeca é um símbolo da democracia e da resistência antifascista! E proclama hossanas em sua glória, como se já não bastasse a dor que ficou.
Felizmente, os que aprenderam com Zeca as mais belas lições de liberdade já se aperceberam também de todo o ridículo que se esconde por detrás destes lamentos hipócritas. E sabem que José Afonso, poeta e trovador, não é dos que morrem assim, sem mais aquelas.
Sabemos que o sonho permanece, em cada esquina, em cada rosto, em busca da terra da fraternidade. Quanto a ti, Zeca, faz como sempre fizeste até aqui: não lhes ligues, ri-te deles, lá desse cantinho onde agora te encontras, provavelmente a contar ao Adriano as últimas cá de baixo. Afinal, já sabes como é: o mundo está mesmo feito às avessas. Se assim não fosse ainda agora por cá te teríamos, a mandar vir como era teu hábito contra “essa cambada engravatada e escolopêndrica” que insiste em controlar a gente. E até vão fazer de ti nome de rua, imagina!
Olha: lá fora, aqui mesmo a dois passos desta mesa de onde te recordo, há um pássaro a recolher-se da chuva que, teimosa, vai caindo. Ou serão lágrimas? Seja como for, o pássaro é igualzinho a ti: por mais que tentem, ninguém consegue impedi-lo de voar..

In "As Voltas de um Andarilho - Fragmentos da vida e obra de José Afonso"

Manifestação Nacional - 11 Fevereiro 2012

Não à exploração, às desigualdades e ao empobrecimento
Outra política é possível e necessária!



A concentração da Associação Conquistas da Revolução para a manifestação far-se-á às 15h00 junto ao Martinho da Arcada.

Intervenção de Manuel Begonha, Presidente da Associação Conquistas da Revolução




Eis-me de novo agora numa situação diferente, a de Presidente da Associação Conquistas da Revolução.
É com grande orgulho e motivação que aceito esta exaltante tarefa de dar cumprimento ao contido no nosso Estatuto e Programa. Sinto-me honrado com a vossa presença e também grato aos nossos camaradas da Comissão Instaladora que fizeram tanto caminho para chegarmos a este momento.

Iniciámos este processo numa situação muito difícil para o País e sobretudo para os mais desprotegidos. Esta fase já é de há muito tempo conhecida e estudada, pois trata-se de mais uma crise típica do capitalismo em todo o seu esplendor.
Daqui resulta um ataque violento aos trabalhadores, com redução de ordenados, restrições ao estado social e criação de um enorme número de desempregados, em prejuízo do desenvolvimento da economia e da redução dos prazos e juros dos empréstimos a que por exclusiva responsabilidade dos nossos governantes, fomos obrigados.

Nas condições em que nos encontramos o programa da nossa Associação só pode reflectir uma postura de combate. Combate para travar esta política, desestabilizando e atemorizando o inimigo da classe.
Iremos massacrar através das acções que desenvolveremos; a crítica constante a censura e denuncia de todas as injustiças.

Muitos de nós fizeram o 25 de Abril e continuamos a deter um potencial revolucionário que massacra e atemoriza. Possuímos a superioridade moral de termos contribuído para as conquistas da Revolução tão bem personalizadas e identificadas no General Vasco Gonçalves, sócio de mérito número um da nossa Associação que será uma arma de ataque e de defesa contra o opressor. Queremos possuir uma grande capacidade de mobilização que lembre ao nosso adversário que não será fácil passar por nós, uma vez que iremos recorrer a todos os meios constitucionais para o impedir.
Para estarmos preparados, mobilizados e informados, pretendemos prosseguir com o tipo de actividades já levadas a cabo há mais de seis meses e que nas condições de que dispúnhamos foram valiosas e oportunas.

O nosso objectivo para o triénio 2012-2014 é dar cumprimento aos estatutos da ACR e dar resposta às propostas que satisfaçam a concretização do objecto fulcral da Associação: a defesa das Conquistas da Revolução.
O nosso combate irá orientar-se no âmbito da Cultura, da Informação, da Luta pela Paz e Defesa da Soberania, da Independência Nacional e da Solidariedade.
É conhecido que não haverá independência sem cultura. Somos permanentemente agredidos com meios de comunicação social cujos conteúdos dão pouco ou nenhum relevo à cultura.
Pretendemos promover em vários pontos do País todo o tipo de iniciativas culturais, desde exposições, conferências, incentivando as actividades teatrais, musicais, literárias e todas as que foram possíveis recorrendo, entre outras, à experiência e meios ainda existentes, utilizados nas Campanhas de Dinamização Cultural e Acção Cívica.

A informação é um instrumento fulcral para podermos entender a propaganda e manipulação que nos rodeia, com recurso a todo o tipo de novos profetas que tentam explicar-nos a razão das suas teorias com argumentos previamente mastigados e formatados.
Teremos que nos antecipar para entender as artimanhas económicas relativas à distribuição de riqueza e respectiva aplicação, e ripostar com inteligência política aos tentados desvios às matérias contempladas no que entendemos pelas conquistas da Revolução de Abril.
O que se passa no mundo não nos deve ser estranho. É nosso objectivo informar para se clarificarem as razões que estão por trás das tomadas de decisão; os objectivos estratégicos do capitalismo, a geografia das influências e os circuitos do dinheiro.
Necessitamos de estar atentos aos objectivos da estratégia de globalização que permite a flexibilidade sem limites do capital, não considerando condições de trabalho justas nem normas de segurança no trabalho, impedindo os países mais fracos, como o nosso, de defenderem os seus direitos, por exemplo sobre as pescas, agricultura, indústria e emprego.

Devemos estar prontos a repudiar a irresponsabilidade de martirizar esta geração em prol de interesses imorais, de empurar um país para a pobreza e destruir entidades que desempenhavam uma função social, negligenciando os trabalhadores e tudo o que parecia assegurado desde o 25 de Abril, para ir ao encontro de um estado supostamente rentável e com bem estar para o povo, num futuro longíquo.
Enfim uma boa informação é a nossa melhor defesa e um meio eficaz de obter argumentos para penetrar nos pontos fracos do adversário.
As medidas tomadas no âmbito da grande globalização, para limitar as crises que o próprio capital gerou, ofendem constantemente a nossa Soberania e Independência Nacional.

A busca desenfreada de matérias-primas e a hegemonia geoestratégica são uma ameaça permanente à paz. Estas movimentações exigem atenção e um esforço permanente para denunciar os seus verdadeiros objectivos.
Também aqui iremos procurar manter os nossos Associados informados do significado das transformações que vão ocorrendo.

Este é um tempo de SOLIDARIEDADE, a exigência será enorme para ajudar a superar as diferenças que se estão a verificar que têm um enorme potencial desestabilizador. Pode atirar pobres contra pobres, velhos contra novos, estudantes contra trabalhadores, homens contra mulheres. Porquê? Porque haverá os que têm subsídios e outros não; os que têm emprego e outros não; os que têm acesso à saúde e outros não; os que podem estudar e outros não, os que têm casas dignas e outros não. E no entanto poderão ser todos trabalhadores empobrecidos.

Ocorre-me uma citação de John Donne: “Aflige-me a morte de qualquer ser humano porque sou parte da Humanidade. E por isso nunca perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti ”.
Assim, sempre que se ataca o Serviço Nacional de Saúde os sinos dobram por nós; quando um trabalhador perde um emprego os sinos dobram por nós; quando se reduzem os ordenados aos mais pobres os sinos dobram por nós; quando se retira a diginidade a um português os sinos dobram por nós.
Há que pôr um fim a tamanho conjunto de injustiças. Não queremos que os sinos dobrem sobre as conquistas da Revolução.

Há que preparar uma mudança. É preciso construir os alicerces da mudança. Não é aceitável que um conjunto de políticos gananciosos e sem sentido humano, nos pretendam humilhar, transformando o nosso povo numa mera bolsa de desempregados para construir um mercado onde os empresários iriam contratar trabalhadores a baixo custo e em condições de trabalho degradantes, para assim fazerem triunfar os seus desígnios.
Devemos preparar-nos para a mudança; não queremos ser menorizados nem converter-nos num povo triste, submisso e sem ideiais transformadores.
A Associação assume aqui este compromisso.

Queremos afastar de vez o que em 1915 afirmou Henry Barbuse “o futuro está nas mãos dos escravos e percebe-se que vai surgir um novo mundo da aliança de todos aqueles cujo número e miséria não têm limites”.
O povo português sempre demonstrou ser orgulhoso e independente.
Iremos ser as gerações da mudança; saberemos desempenhar bem esta tarefa.
Contudo, a criação deste edifício deverá ter um forte contributo da juventude, por isso o nosso program nela terá grande incidência.
É responsablilidade de Todos trazer mais jovens para a Associação.
Queremos um Portugal diferente, melhor e com esperança no futuro. Devemos mobilizar-nos para atingir os desígnios da Associação e ter orgulho em contribuir com os nossos esforços para combater o conformismo e o desânimo que o nosso ideal do 25 de Abril exige.
Se conseguirmos cumprir este programa ficaremos todos nós honrados.

VIVA a ACR!

VIVA o 25 de Abril!

VIVA PORTUGAL!


Manuel Begonha

Intervenção de José Casanova na Assembleia-Geral Electiva




Amigos, companheiros, camaradas

Passados menos de oito meses sobre a realização da Assembleia-Geral Constitutiva da Associação Conquistas da Revolução, aqui estamos, agora em Assembleia-Geral electiva dos órgãos sociais – ou seja, dando mais um importante passo no processo de construção deste nosso projecto.
Sobre a oportunidade e a necessidade da criação de uma Associação com estas características, o tempo e a evolução da situação política, económica, social e cultural no nosso País, têm-se encarregado de nos dar múltiplas provas de que tínhamos toda a razão quando decidimos criá-la.
Com efeito, neste tempo em que tudo o que ainda cheira a Abril é alvo da feroz ofensiva contra-revolucionária da política de direita das troikas, a existência de uma Associação que tem a Revolução de Abril e as suas conquistas históricas como referência maior, é, mais do que necessária, indispensável.
Acresce que temos como referência, também, um vasto conjunto de personalidades, civis e militares, que deixaram os seus nomes para sempre ligados à Revolução de Abril e a tudo o que ela nos trouxe e nos permitiu conquistar.
Dessas personalidades, emerge, em primeiro lugar a figura ímpar do General Vasco Gonçalves. Tudo já foi dito e tudo resta para dizer do Companheiro Vasco, exemplo de dignidade, de coragem e de inteireza de carácter; de extrema dedicação a Portugal e ao povo português; de elevada estatura moral, política, intelectual, humana, revolucionária.
Por isso – pelo seu exemplo, pela sua obra, pelo seu pensamento -quisemos, inicialmente, que o seu nome fosse o nome da nossa Associação – o que só não aconteceu por obstáculos impossíveis de superar e que todos conhecemos.
Entretanto, optando pela actual designação, estamos convictos de que optámos bem. Por um lado, porque as Conquistas da Revolução de Abril continuam, e de que maneira, sob o fogo da brutal ofensiva contra-revolucionária e nunca serão demais os que se propõem defendê-las; por outro lado, porque falar das Conquistas da Revolução é falar do revolucionário Vasco Gonçalves, da sua acção decisiva enquanto primeiro-ministro de quatro governos provisórios – os governos dos grandes avanços revolucionários, das grandes e profundas transformações que fizeram de Portugal um pais a caminho da justiça social plena, do respeito pelos direitos dos trabalhadores e do povo, da independência e da soberania nacional, da liberdade, da democracia. Não de uma democracia qualquer, mas sim de uma democracia avançada, em construção nas suas vertentes social, económica, política e cultural, e amplamente participada; uma democracia como nunca antes tinha existido em Portugal e como, de então para cá, não voltou a existir; uma democracia de facto, em que os direitos e interesses da imensa maioria dos portugueses eram respeitados, ao contrário do que acontece nesta democracia burguesa em que vivemos, nesta democracia-de-faz-de-conta, que outra coisa não é do que uma ditadura do grande capital.
Digamo-lo uma vez mais: com Vasco Gonçalves, os portugueses tiveram, pela primeira e única vez, um primeiro-ministro que tinha como preocupação permanente a defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores, do povo e de Portugal. E digamo-lo muitas vezes mais, pois há verdades que, pela importância de que se revestem, nunca é demais repetir.

Há mais de 35 anos que estamos a ser vítimas das malfeitorias de sucessivos governos PS, PSD, CDS – sozinhos ou de braço dado - todos ao serviço dos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros nacionais e internacionais; todos vendendo a independência e a soberania nacional como mercadoria em saldo; todos afrontando e rasgando a Constituição da República Portuguesa, Lei fundamental do País; todos roubando conteúdo democrático à Democracia de Abril; todos desprezando e violando os interesses dos trabalhadores e do povo; todos destilando um ódio feroz à Revolução de Abril e às suas conquistas; todos tentando afastar Abril das nossas memórias e dos nossos horizontes e todos fazendo tudo para o substituir pelo passado que em Abril, Abril venceu. Há mais de 35 anos!...
E aos que fingem interrogar-se sobre de quem são as culpas da dramática situação em que está o Pais hoje, respondemos com uma pergunta: de quem hão-de ser as culpas senão de quem está no poder há 35 anos consecutivos, com sucessivos governos fazendo a mesma política de direita e com sucessivos presidentes da República abençoando esses governos e essa política? De quem hão-de ser as culpas senão deles?
De facto, foi com esses governos, esses presidentes e essa política que chegámos à situação actual, com o País ocupado por uma troika representante dos interesses do grande capital e governado pelas troikas colaboracionistas: a que assinou, de joelhos e a lamber as mãos dos donos, o miserável pacto de agressão e a que assinou o chamado «acordo social», esse «acordo» odioso que só tem paralelo com o sinistro Estatuto do Trabalho Nacional de 1933.
Foi assim que chegámos a este reino da exploração máxima; das injustiças sociais e do roubo de direitos humanos fundamentais; do desemprego e dos salários, pensões e reformas de miséria; dos aumentos brutais dos bens de consumo essenciais e da liquidação desumana de serviços públicos indispensáveis à vida das pessoas; da pobreza, da miséria, da fome – enquanto do outro lado de tudo isto, crescem todos os dias as grandes fortunas dos chefes dos grandes grupos económicos e financeiros, alguns dos quais são os mesmos que foram sustentáculo do regime fascista, enquanto outros são filhos da política de direita e da destruição de conquistas da Revolução.
E só a luta organizada dos trabalhadores e das populações os tem impedido de ir mais longe na sua ofensiva anti-social, anti-democrática e anti-patriótica.
E só com a intensificação e o alargamento da luta poderemos derrotá-los.

Daí a importância do prosseguimento da acção das populações, a partir das suas comissões de utentes existentes por todo o País – batendo-se contra a destruição do SNS e do sistema de Educação, rejeitando os cortes de serviços de transportes e os roubos nas portagens.
Daí a importância da luta dos reformados e pensionistas organizados nas suas estruturas representativas – dizendo «não» aos roubos nas suas reformas e pensões e exigindo respeito pela sua dignidade, pelos direitos que uma vida de trabalho lhes conferem.
Daí a importância decisiva da luta dos trabalhadores, organizados na sua central sindical de classe – a CGTP-IN -, luta a levar a cabo nas empresas, locais de trabalho e sectores, rejeitando frontalmente o famigerado acordo anti-social e os roubos nos salários e todos os atentados aos seus direitos conquistados através da luta de sucessivas gerações.
E, voltando ao que aqui nos trouxe, daí a importância da existência de organizações como a Associação Conquistas da Revolução – lembrando a todos que Abril existiu e está vivo na nossa memória; mostrando a todos que o futuro de Portugal se situa nesse momento maior e mais luminoso da nossa história colectiva que foi a Revolução de Abril.

E agora – com a manifestação convocada pela CGTP para dia 11, no Terreiro do Paço - chegou o tempo de fazermos convergir todas essas lutas numa luta comum; numa luta que junte todas essas forças e todos esses esforços; numa grandiosa jornada de acção do povo de Abril.
Porque esta é uma manifestação que aponta o caminho, para ela convergirão, vindos de todo o País, trabalhadores, reformados, intelectuais, homens, mulheres e jovens de Abril – e entre eles, lá estará, no lugar que lhe compete, a nossa Associação Conquistas da Revolução.
Para que o Terreiro do Paço, no próximo sábado, seja Terreiro da Luta, Terreiro do Povo – e, por isso mesmo, seja também Terreiro de Abril.


Amigos, companheiros, camaradas

A montante desta Assembleia-Geral Eleitoral que hoje aqui estamos a realizar, está muito trabalho feito, muito esforço de muitos amigos, muitos obstáculos ultrapassados – sendo certo que, como todos sabemos, muito mais há que fazer de hoje em diante.
Vale a pena deixar aqui uma breve informação sobre o trabalho desenvolvido, primeiro pela Comissão Promotora e, depois, pela Comissão Instaladora – trabalho que, para além de todo o processo de debate em torno da criação da Associação, se traduziu, posteriormente, num vasto conjunto de iniciativas de que aqui vos queremos prestar contas.
A primeira iniciativa foi um jantar de confraternização, realizado aqui na Casa do Alentejo, no decorrer do qual foram relembrados momentos marcantes da Revolução de Abril.
Por outro lado, a nossa Associação participou, identificada, nas manifestações do 25 de Abril e do 1º de Maio e na manifestação da CGTP de 1 de Outubro «Contra o empobrecimento e a injustiça» - e lá estaremos, no dia 11, no Terreiro do Paço; e lá estaremos em todas as acções de massas inequivocamente contra a política de direita, com os trabalhadores, com o povo, com Abril.
Organizámos uma romagem à campa do General Vasco Gonçalves e assinalámos o 90º aniversário do seu nascimento.
Realizámos a Assembleia Constitutiva da Associação – que elegeu a Comissão Instaladora, a qual ficou encarregada de proceder, e procedeu, à Escritura da ACR e de preparar a Assembleia-Geral, esta, que elege os corpos sociais da Associação; na Assembleia Constitutiva foram ainda aprovados os Estatutos e a proposta de, neles, o General Vasco Gonçalves ser considerado «sócio de mérito da Associação Conquistas da Revolução, a título póstumo».
Promovemos a realização de dois debates, o primeiro em torno do «35º aniversário da Constituição da República Portuguesa e a acção e o papel dos governos de Vasco Gonçalves»; o segundo sobre «a defesa das conquistas da Revolução»
A Comissão Instaladora organizou, ainda, um jantar de confraternização, em Almada. Produziu comunicados de imprensa sobre temas da actualidade política, económica e social e encetou diligências junto da Câmara Municipal de Lisboa no sentido de esta nos facultar as instalações para a Sede da Associação e assim podermos resolver um dos maiores problemas que se nos deparam.
Assegurámos o funcionamento do blogue Associação Conquistas da Revolução – que regista neste momento mais de 10 mil visitas.
Para além disso, procurámos dinamizar a inscrição de novos sócios – e podemos informar que, hoje, à data desta Assembleia-Geral, temos mais de 600 sócios, o que mostra as enormes potencialidades existentes: na realidade, mostra a experiência, que é possível e que não é difícil multiplicar este número: basta, para isso e para já, que cada associado traga um novo associado - e nesse sentido daqui vos dizemos: amigo, traz outro amigo, também…

Há que abordar, ainda, uma outra questão central: a dos encargos financeiros da Associação e das necessárias fontes de receita para lhes fazer face - fontes que residem, essencialmente, nos contributos dos associados, sendo a cotização o mais importante de todos.
Não tendo sido ainda definido o valor da cotização (tarefa de que a Direcção que hoje vai ser eleita se encarregará), mesmo assim - e aproveitando a realização desta Assembleia para, desde já, se possível, começarmos a cobrar cotizações - avançamos com um valor para a cota: 1 euro mensal, ou 12 euros anuais.
Trata-se de um valor baixo, muito baixo, e só possível de entender no quadro da situação extremamente difícil em que vivem todos os que trabalham e vivem do seu trabalho e todos os que já trabalharam e vivem de reformas e pensões – ao fim e ao cabo, a situação em que vivem os sócios actuais e futuros da nossa Associação – que constituem as vítimas preferenciais da política de direita das troikas.
Trata-se de um valor que propomos que seja visto por cada associado como o mínimo dos mínimos, sendo muito bem vindos os casos dos associados que decidam pagar cotizações mais, ou muito mais, elevadas. Vale a pena fazermos mais este esforço, tanto mais que sabemos que dele depende muito o futuro da nossa Associação.
E esse futuro depende, também e essencialmente, de nós todos, os associados, e da participação de todos na vida e na actividade da Associação, apoiando os esforços da Direcção que hoje aqui elegeremos, colaborando com ela, ajudando-a a cumprir e, se possível, ultrapassar o seu Programa.
Se sabemos que é assim - que quantos mais formos a participar mais fortes seremos - então vamos a isso.

Viva a ACR.


José Casanova

ELEIÇÕES DOS ÓRGÃOS SOCIAIS da ASSOCIAÇÃO CONQUISTAS DA REVOLUÇÃO




Foram eleitos os órgãos socais da ASSOCIAÇÃO CONQUISTAS DA REVOLUÇÃO.
Sendo a Lista "A" a única lista apresentada.
Associados já inscritos:602.
Associados presentes e votantes na Assembleia Geral Eleitoral:126.
Votos expressos na lista "A":124.
Votos em branco: 2.



Eleitos:

Assembleia Geral

Presidente da Assembleia Geral: Prof.Dr Avelãs Nunes

Vice-Presidente:Capitão de Mar e Guerra,Henrique Mendonça

Secretário:José Capucho

Suplente:Rodrigo de Freitas

Direcção

Presidente da Direcção:Capitão de Mar e Guerra,Manuel Begonha

Vice-Presidente:Escritor e jornalista, José Casanova

Secretário:Vitor Lambert

Tesoureiro:Beatriz Nunes

Director:Escritor, Modesto Navarro

Director:Coronel, Baptista Alves

Director:Coronel, Duran Clemente

Director:Joaquim da Ponte

Director:Nuno Lopes

Suplentes

Dr.Armando Myre Dores

Coronel João Bilstein Sequeira

Dra.Lina Seabra Dinis

(Distritais)

Rogério Leite da Silva(Braga)

Jorge Sarabando(Porto)

Joaquim Augusto da Piedade Gaspar(Aveiro)

José Domingos Gomes Coutinho(Coimbra)

Luís Alberto Ferreira(Santarém)

Joaquim Manuel(Portalegre)

Célia Cristina Oliveira Lopes(Setúbal)

Ramiro Beja(Setúbal)

Valdemar Lopes dos Santos(Setúbal)

António Joaquim Gervásio(Évora)

Manuel Vicente(Évora)

Alfredo Graça(Faro)

Conselho Fiscal

Presidente do Conselho Fiscal:Coronel José Emílio da Silva

Secretário:Dr.José Sucena

Relator:Capitão de Mar e Guerra, António Vieira Nunes

Suplente:João Rato Vitor Proença