A sul do Tejo | Homenagens a Vasco Gonçalves

 Presença de Vasco Gonçalves a Sul do Tejo


Será na noite de 22 de Abril, no Auditório Municipal António Chaínho, em Santiago do Cacém, que a inauguração da Exposição do Centenário de Vasco Gonçalves garante o seu percurso a Sul do Tejo, uma vez mais inserida na agenda do Poder Local Democrático, fruto de uma consistente parceria. Em nome da Direcção da Associação Conquistas da Revolução marcarão presença Carlos Vitoriano, José Sucena e Valdemar Santos.


Outras iniciativas promovidas por Comissões Promotoras das Comemorações do 49º Aniversário do 25 de Abril, a exemplo de anos anteriores, terão lugar no Barreiro num almoço a 23, com a participação do Capitão-de-Fragata Manuel Carvalho, na noite de 24 no Ginásio Atlético Clube da Baixa da Banheira, que acolhe o Sargento Vicente Figueira, o qual, dois dias depois, também tomará a palavra no tradicional almoço que a Associação dos Serviços Sociais das Autarquias do Seixal e outros órgãos representativos dos trabalhadores levam a cabo, com igual intervenção dos eleitos dos vários órgãos do Concelho.

Entrevista de Manuel Begonha à revista Sábado em 20230417

 Para ler a interessante entrevista que Manuel Begonha, presidente da Assembleia Geral, deu à revista Sábado, jornalista Margarida Davim, clique

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AS CONVULSÕES DO NOVO MUNDO | Manuel Begonha | Presidente da Assembleia Geral

AS CONVULSÕES DO NOVO MUNDO
Manuel Begonha | Presidente da Assembleia Geral

As ondas de choque resultantes da aproximação da Rússia à China, têm provocado grandes movimentações dos dois blocos em confronto.
O dos EUA e seus aliados e o emergente que combate por um mundo multipolar.
No entanto, no tabuleiro da grande política internacional, nem tudo o que vai parecendo é.
Comecemos pelas recentes visitas à China do chanceler Scholz, do espanhol Sanchez, de Ursula Van Leyden e de Macron.
Com o seu habitual pragmatismo, Xi deu preferência aos que se deslocam, tendo na agenda as trocas comerciais. Van Leyden foi a excepção porque levou os estafados recados políticos de Biden, o que fez com que fosse recebida como uma política menor.
Macron teve uma recepção ao mais alto nível,
também porque se fez acompanhar por uma delegação de 60 grandes empresários, tendo assinado numerosos acordos.
No entanto Biden, deve ter ficado bastante agastado, com as declarações que têm vindo a ser proferidas por Macron que referiu o despontar de um novo mundo multipolar, do qual a China é um elemento indispensável à UE, tendo dito inclusive em 9 de Abril passado que esta não deverá ser seguidista relativamente aos EUA, no que concerne a Taiwan.
É claro que perante todos estes sinais, os EUA vão marcando a sua posição por todo o mundo, de uma forma mais ou menos velada, isto é, recorrendo ou á NATO ou á CIA.
Assim, as boas recordações de tranquilidade trazido pela doutrina Monroe e a segurança decorrente das ditaduras resultantes da Operação Condor, impelem os EUA a desestabilizar os países progressistas da América Latina e Caraíbas.

Destacou-se o ataque a Boric no Chile e a sua perseguição permanente, os golpes contra o governo no Peru e a promoção do Fórum de Madrid, realizado em Lima, com movimentos globais de extrema direita organizado pelo Vox.
É ainda de notar, o violento ataque contra a ex Presidente Cristina Kirchner que se estende à sua filha Florence, uma vez que segundo uma recente declaração do senador Ted Cruz, o peronismo ameaça a segurança estadounidense.
Não deverá ainda ser esquecido o boicote a Cuba, à Venezuela e à Nicarágua.
Apesar da pressão sobre Lula para que condene a Rússia e o apoio ao bolsonarismo, este não deixou de visitar a China, trazendo importantes acordos para o Brasil.

Em África a vice presidente Kamala Harris, encerrou uma visita a três nações, Gana, Tanzânia e Zâmbia, onde posicionou os EUA como um parceiro económico e de segurança confiável.
Está ainda na agenda, a interferência nos 40 países africanos que se irão deslocar à reunião preparatória em S. Petersburgo que antecede a grande cimeira na África do Sul, da qual temem uma maior influência da China.

Mas as maiores preocupações da diplomacia norte-americana, centram-se na região Eurasia, Ásia e Índico.
Os acontecimentos não cessam.
O Irão move-se e envia uma delegação à Venezuela.
Os EUA retaliam e através de Israel, atacam a sua Guarda Nacional na Síria e acendem conflitos no Cáucaso, na fronteira Irão Arzerbeijão.
A Arábia Saudita integra-se neste jogo.
O Irão é um dos principais fornecedores de gás à China e a Arábia Saudita de petróleo.
Entretanto, a China e os Emiratos Árabes Unidos, selaram um acordo de pagamento do gás em yuan, abrindo o caminho ao Petroyuan, reforçado também pelo pagamento nesta moeda do gás russo, procurando assim privilegiar acordos em moedas regionais o que irá contornar o dólar. 
A Índia que joga com um pau de dois bicos está a preparar eleições. 
O objectivo é enfraquecer Modi que não é um presidente da confiança dos EUA que recorrem a Soros que em colaboração com a oligarquia norte-americana, Deep State e Wall Street, tenta uma mudança de regime para o desenvolvimento de interesses comerciais e se apresenta como investidor e orientador de fundos especulativos. 
Para as próximas eleições presidenciais em Taiwan, a decorrer a 13 de Janeiro de 2024, existe um partido o Kuomintang (Partido Nacionalista Chinês, PN ch) que as poderá vencer. 
Multiplicam-se as ajudas ao partido concorrente (Partido Progressista Democrático PPD), da actual presidente, Tsai Yng- Wen que acabou de regressar de uma visita aos EUA e que não se pretende integrar na China. 
Tais perturbações, levam a NATO a ponderar uma forma de se deslocar para o Oriente e assim, estender o cerco à China e ao reforço dos QUAD e do UKUS o que implica a militarização da Índia, Austrália e Japão, seus integrantes. 
E apesar deste cenário, prossegue a guerra na Ucrânia. 


Intervenção de Baptista Alves nas comemorações do 47º aniversário da CRP

 Intervenção de Baptista Alves nas comemorações do 47º aniversário da CRP

 

 

OS 47 ANOS DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
Comemorar o 47º Aniversário da Promulgação da CRP é festejar um dos
acontecimento mais significativos da Revolução de Abril: A
institucionalização do regime democrático, construído em cumprimento
escrupuloso dos compromissos assumidos pelo MFA, com a participação
massiva e empenhada de todo o povo português.
Mas tem que ser também uma oportunidade de reflexão sobre o país
que hoje temos.
A propósito, seja-me permitido referir que há dias, numa iniciativa com
participação de jovens, alguém falou no desconhecimento da juventude
actual do que foi o 25 de Abril e as conquistas da Revolução, no
desconhecimento da própria CRP, a Lei Fundamental do país.
Uma jovem, tomou então a palavra e disse: É verdade,
desconhecemos, mas isso acontece porque vocês não nos ensinaram.
No rescaldo do desconforto com a atrevida bofetada, dei comigo a
pensar: “A miúda tem razão”! Temos que ter a humildade de
reconhecer que, falhámos. Falhámos todos! Uns mais do que outros.
Mas isso agora não importa nada, importa sim, é arrepiar caminho e
quanto antes.
Os derrotados em Abril e seus sucedâneos, estão aí, às claras, com a
suas habituais charlatanices à procura de presas fáceis.
Impõe-se-nos, procurar unir esforços e por todos os meios ao nosso
alcance fazer reverter esta situação. Impõe-se-nos, recordar a uns e
ensinar a outros:
-Que à data do 25 de Abril de 1974, o povo português era um povo
empobrecido e oprimido por um regime ditatorial fascista, suportado
num forte aparelho policial repressivo;
-Que o nosso país era um dos mais atrasados da Europa e se
encontrava exaurido por 14 anos de guerra colonial em três frentes:
Guiné, Angola e Moçambique;
-Que o Portugal de então, isolado pela comunidade internacional-em
particular nas Nações Unidas, onde se afirmavam os princípios da
autodeterminação e libertação de todos os povos do Mundo - se
encaminhava teimosamente para um desastre de proporções
catastróficas;
-Que nesse glorioso dia 25 de Abril de 1974, jovens militares das
nossas Forças Armadas, jovens os comandados e jovens os
comandantes, levaram a cabo um dos feitos militares mais relevantes
da história de Portugal;
- Que o MFA, logo a 26 de Abril de 1974, apresentou o seu Programa ao
povo português, o PROGRAMA DO MOVIMENTO DAS FORÇAS
ARMADAS, no qual se preconizavam um conjunto de medidas-
imediatas, de curto e de médio prazo- que se propunham liquidar o
regime opressor, vencido, e lançar as bases para um futuro democrático
de progresso e justiça social: os conhecidos três Dês do MFA
(Democratização, Descolonização, Desenvolvimento);
- Que Portugal viveu nesse período revolucionário iniciado em 25 de
Abril de 1974, a mais fantástica aventura colectiva de que há memória;
-Que nesse período o então Presidente da República, Francisco da Costa
Gomes, fez ecoar na Assembleia da ONU, perante a comunidade
internacional, o orgulho de falar em nome do povo português, liberto da
ditadura fascista que oprimia o nosso povo havia 48 anos;
-Que o mesmo Presidente da República promulgou em 2 de Abril de
1976, a Constituição da República Portuguesa de 1976, também
ela uma conquista da revolução, que incorpora no seu texto os valores
que nortearam os militares do MFA e todas as conquistas do processo
revolucionário que, impulsionadas por um poderoso movimento popular,
em pouco mais de 500 dias, mudaram radicalmente a sociedade
portuguesa, abrindo, nos exactos termos do texto constitucional, “o
caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo
português, tendo em vista a construção de um país livre, mais justo e
mais fraterno.”;
Em suma, são 312 os Artigos da CRP de 1976 e são o mais fiel
registo dos civilizacionais avanços de todo o processo
revolucionário.
Dizer ainda, que ao ir pessoalmente à Assembleia da República, em 2
de Abril de 1976, promulgar a Constituição para a mesma entrar em
vigor em 25 de Abril de 1976, Costa Gomes gravou para a história o
seu inabalável compromisso com a Revolução de Abril.

Por tudo isto apoiamos esta iniciativa e subscrevemos o Manifesto que aqui
foi hoje apresentado, na certeza de que CUMPRIR E FAZER CUMPRIR A
CRP, a Lei Fundamental do País, que apesar das 7 revisões
constitucionais ainda é a Constituição de Abril, é um imperativo de
todos quantos se revejam nesta ordem constitucional.
E, na certeza também de que estamos a contribuir para reforçar a
esperança das novas gerações num futuro melhor, o Futuro que a CRP
lhes garante e é seu de direito.
Lutem por ele!
E, aviso de veterano, não deixem que vos deixem de fora dos
ensinamentos da nossa história contemporânea.