Intervenção de Adrião Pereira da Cunha na apresentação da Colectânea na Universidade Popular do Porto no dia 24 de Março


 

Intervenção de Adrião Pereira da Cunha na apresentação da Colectânea na Universidade Popular do Porto no dia 24 de Março

O livro do “Centenário do Nascimento do general Vasco Gonçalves - Coletânea Documental”, apresentado no passado dia 14, na Casa do Alentejo, em Lisboa, elaborado e editado pela “Associação Conquistas da Revolução” tem hoje, dia 24, apresentação formal nesta Universidade Popular do Porto.

Batista Alves, Presidente da Direção da “Associação Conquistas da Revolução” na apresentação do livro, referindo as condições em que este trabalho se desenvolveu, agradeceu as colaborações e contributos valorativos que dão bem a dimensão do sentimento e do respeito pela figura ímpar do General. Enfatizando:

foi possível realizar com dignidade as comemorações do Centenário, enfrentando a indiferença dos órgãos de poder instituídos e o silenciamento da comunicação dominada. Confesso que não sei dizer qual das duas mais me envergonha: se a hipocrisia de uns se a cobardia dos demais.

Cremos sinceramente que este documento, para além do seu principal objetivo de ser a memória das comemorações do Centenário, dá acolhimento a um conjunto de reflexões e testemunhos presenciais indispensáveis para a compreensão da nossa história contemporânea.

Muito me honrou o convite formulado por Jorge Sarabando, em nome da – Associação Conquistas da Revolução -, para apresentar o livro que condensa uma coletânea de textos, sobre o general Vasco Gonçalves, no ano em que se comemora o centenário do seu nascimento.

Trata-se de um livro que se insere no género biográfico e noticioso, que permite conhecer parte do percurso político de Vasco Gonçalves.

Numa apresentação breve podemos referir que a “Coletânea Documental” contempla textos de autores diversos, além de notícia pormenorizada das ações desenvolvidas em Portugal pela Associação Conquistas da Revolução, ao longo dos dois últimos anos. Foi um longo percurso onde se confrontou com as condicionantes resultantes da situação epidémica que assolou o País e o Mundo.

Com excelente aspeto visual, e cuidado alinhamento, a “Coletânea” contempla uma abundante série de fotografias a par de excelentes trabalhos gráficos.

Para memória futura, a “Coletânea” identifica a Comissão de Honra das Comemorações do Centenário de Vasco Gonçalves. Com um prefácio de Manuel Begonha - Presidente da Assembleia Geral – que refere:

·     Não deixaremos que se ignore que Vasco Gonçalves não precisou de distribuir ou de recorrer ao dinheiro para que o povo confiasse nele, ganhar determinação revolucionária e esperança de conseguir um futuro mais igual para todos.

·     Também não se pode esquecer que com o seu exemplo de liderança, nos quatro governos provisórios a que presidiu, Portugal se libertou de uma cultura de dependência que nos havia sido instilada, geradora de corrupção e fator de empobrecimento e atraso na nossa economia. Percebemos então que para nos desenvolvermos, era necessário encorajar o investimento produtivo a ser partilhado a partir dos mais desfavorecidos.

·     Para terminar, importa referir o ponto culminante desta comemoração.

O monumento que pretendemos erguer ao General Vasco Gonçalves.

O respetivo autor, arquiteto Siza Vieira, não deixa dúvidas sobre os méritos desta significativa obra.

Constituirá uma fonte de inspiração, uma vontade de nos afirmamos como um País livre, sem medos – que são o instrumento de domínio que usados por políticos sem escrúpulos se podem tornar bloqueadores – e de remeter para o passado a necessidade de os mais pobres precisarem de mendigar uma fatia ao futuro.

Que fique bem gravado que os revolucionários não têm o direito de desistir, nem de se deixar pelo desespero.

Que este monumento seja um estímulo que nos conduza a não viver à espera do amanhã de cada novo dia.

 

Seguem-se artigos de:

·     José Goulão - O lugar de Vasco Gonçalves na História

·     Pedro de Pezarat Correia – Em memória de Vasco Gonçalves

·     Jorge Sarabando – A contra-revolução a norte

·     José Ernesto Cartaxo – Vasco Gonçalves – Aliança Povo/MFA, Luta de Massas e Valores de Abril

·     António Quintas – Vasco Gonçalves e os Direitos Laborais e Sindicais

·     Abílio Fernandes – Vasco Gonçalves e a génese do Poder Local Democrático

·     Raimundo Cabral – O contributo de Vasco Gonçalves – por uma melhoria de vida nos campos

·     V. Grandão Ramos – Vasco Gonçalves: das Conquistas de Abril à Descolonização de Angola

·     Domingos Boleiro – Vasco Gonçalves Uma Educação para Todos

·     Modesto Navarro – Vasco Gonçalves – Cultura, ética e exigência de mudança

·     Rui Namorado Rosa – A Ciência e o 25 de Abril a propósito de Vasco Gonçalves

·     Carlos Silva Ramos – Vasco Gonçalves e a revolução da saúde em Portugal

·     Catarina Ruivo – A questão da habitação

·     Américo Nunes – As Nacionalizações

·     Maria José Maurício – A governação do general Vasco Gonçalves – Direitos das Mulheres e Cidadania em Igualdade – Avanços

·     A. Melo de Carvalho – Vasco Gonçalves Do Homem e do Desporto

·     José Goulão – Uma coragem que abalou o mundo

·     Anabela Fino – Liberdade de imprensa – a grande ilusão

·     António Avelãs Nunes – No centenário do nascimento de Vasco Gonçalves

·     Batista Alves – Os valores de Abril plasmados na Constituição, o futuro de Portugal, a soberania e as conquistas a defender e a alcançar

Eventos nas comemorações do Centenário do nascimento do General Vasco Gonçalves:

·     Conferência de Imprensa na Casa do Alentejo em Lisboa a 15 de outubro de 2020;

·     Edição de medalha comemorativa de autoria de Acácio de Carvalho;

·     Edição de Cartaz comemorativo e imagem gráfica de autoria de José Santa Barbara, com trabalho gráfico de Alfredo Cunha

·     Edição de uma Folha Informativa especial;

·     Edição de uma brochura intitulada “Quem foi Vasco Gonçalves” com textos de Manuel Begonha e Miguel Urbano Rodrigues;

·     Livro “Vasco Gonçalves – essa gente é o que é, eu sou um homem do MFA”, com a participação do Professor Avelãs Nunes;

·     Concerto em Gaia, no Cineteatro Eduardo Brazão a 23 de abril de 2021;

·     Colóquio “Vasco Gonçalves – a obra e o homem” em 24 de abril de 2021, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos, com a participação de Jorge Sarabando, António Avelãs Nunes, Henrique Lopes de Mendonça, José Castro Carneiro e Manuel Loff;

·     Inauguração da Placa toponímica na Rua General Vasco Gonçalves, no Lumiar, em 3 de maio de 2021;

·     Sessão convívio na Sede da ACR, assinalando a data do nascimento de Vasco Gonçalves;

·     A 9 de maio de 2021, Sessão Solene na Voz do Operário;

·     A 15 de maio de 2021 por iniciativa da Câmara Municipal de Loures – participação em evento comemorativo do nascimento do General Vasco Gonçalves no anfiteatro do Museu de Cerâmica de Sacavém;

·     Sessão Comemorativa do nascimento do General Vasco Gonçalves, em 23 de junho de 2021, no Teatro Sá de Miranda, em Viana do Castelo;

·     Apresentação do livro “Cem cravos para Vasco Gonçalves”, de autoria do Professor Avelãs Nunes, em 2 de novembro de 2021, na Universidade Popular do Porto;

·     Conferência sobre Vasco Gonçalves em 27 de novembro de 2021, na Biblioteca Municipal de Viana do Castelo, com intervenções do contra-almirante Martins Guerreiro, major-general Pezarat Correia, coronel Pinto Soares, coronel José Castro Carneiro e comandante Henrique Mendonça;

·     Sessão / Debate sobre o salário mínimo, em 20 de janeiro de 2022, na Casa do Alentejo;

·     Sessão de encerramento das comemorações em 3 de maio de 2022, na Casa do Alentejo, com a participação da atriz Cármen Santos, poemas Armando Silva Carvalho e Ramos Rosa, música com o pianista Joana Bagulho, com música de Carlos Paredes. Do realizador Paulo Guerra, apresentação do filme de sua autoria conjuntamente com Edgar Feldman, intitulado “Vasco Gonçalves na Revolução”;

·     A terminar um “Epílogo”, onde, entre outros assuntos, se dá notícia do monumento a Vasco Gonçalves de autoria de Siza Vieira.

Permitam-me que refira que tivemos o privilégio, e a honra, de ter privado com Vasco Gonçalves, e com sua mulher, tanto no Porto, como na sua residência em Lisboa, onde estabelecemos inesquecíveis e proveitosas conversas, sobre os mais diversos assuntos.

Eu e minha mulher, acompanhamos o general Vasco Gonçalves e sua mulher, na sua primeira deslocação a Vigo, com a companhia dos saudosos e inesquecíveis amigos, Drs.: Ferreira Alves e Lúcia Treló, Eduardo Teixeira de Sousa e Maria Emília Teixeira de Sousa.

Vasco Gonçalves, nas palavras de Maria Manuela Cruzeiro, era um homem com tocante sinceridade, com uma entrega total de vida a um ideal, com a força e autenticidade de que só são capazes os grandes homens nos grandes momentos. O mais elementar ato justiça obrigará a reconhecer em Vasco Gonçalves um desses homens a quem o destino concedeu o dom raro de viver o sonho da única forma possível. O quase total apagamento de uma vida cortada ao meio, por um acontecimento que a transfigurou e lhe deu pleno sentido, por ter vivido à escala que desejava viver.

Armando de Castro refere que Camus escreveu que há épocas na história em que aqueles que afirmam que dois mais dois são quatro são condenados à morte enquanto noutras são simplesmente ignorados.

À nossa conjuntura sociopolítica nenhuma destas situações é evidentemente aplicável. Porém, quado a luta política criou  uma gigantesca campanha ideológica que sob o neologismo de «gonçalvismo» procura cegar as pessoas para o papel histórico do homem que consubstanciou a política, de acordo com a qual praticamente se concretizou o essencial da Revolução Democrática Portuguesa, e que de resto encontra a sua consagração na Constituição Política, promulgada em 2 de abril de 1976, para entrar em vigor no dia em perfaz dois anos a “Revolução de Abril”, quando isto é assim, importa ter a coragem de com a lucidez possível, repor a objetividade histórica, independentemente de posições de classe, de visões ideológicas e de conceções partidárias.

A generosa personalidade de Vasco Gonçalves não pode, com toda a certeza, ser sequer beliscada, pelos múltiplos ataques, que lhe são dirigidos, quantas vezes perpassados duma aversão e dum rancor que só amarrará os seus autores ao pelourinho da História”.


César Príncipe, sobre Vasco Gonçalves refere: “Este general soube ser homem e soube ser português: soube iluminar com as estrelas da madrugada do 25 de abril nos seus ombros, um povo acordado da «longa noite fascista». Vasco Gonçalves passou como um meteoro, fugaz e límpido. Mas o traço da sua passagem foi profundo e não é mais possível apagá-lo das páginas da História”.

Jacinto Prado Coelho, sobre Vasco Gonçalves escreveu: “Muitos terão esquecido, outros decidido esquecer. Mas Vasco Gonçalves foi, humanamente, a mais invulgar figura que emergiu na cena política depois do 25 de abril de 1974.

A mais capaz de mobilizar espíritos e as vontades, de conquistar o povo, de acordar um anseio de justiça e de reconstrução nacional, em homens de todas as condições – isto graças a um tom de profunda sinceridade -, ao entusiasmo de uma entrega generosa, por uma espécie de absorção no sonho que ele teimava em comunicar, apesar de milhentas dificuldades e armadilhas.

Os seus discursos, as suas falas não tinham apenas a força do sonho que o impelia: tinham, também, a força dum bom senso, que os ouvintes aceitavam.

Em vez de sufocar o ímpeto popular, procurou, sim, orientá-lo. Em perspetiva histórica existe a necessidade de homenagem à força duma singular personalidade, ao combate dum português que amava Portugal.

Personagem ativa da Revolução do 25 de abril de 1974, continua a desencadear ainda hoje, passados tantos anos, reações emocionais tão vivas quanto contraditórias.

Vasco Gonçalves abandonando, cedo demais, a cena política, confirma a trágica verdade de que as revoluções devoram sempre, ou quase sempre, os seus principais atores”. É o caso.

Nas suas intervenções procurou ser um igual entre iguais, com uma linguagem espontânea, galopante, torrencial, integra-se com eficácia na vertigem da transformação revolucionária.

“Com veemência, com esperança, com ódio. Vasco Gonçalves, nessa altura, consubstancia um produto de situações inevitáveis que quase meio século de repressão criou, sedimentou, e fez explodir”, conclui Veiga Leitão.

Sobre o “legado histórico do gonçalvismo”, Óscar Lopes escreveu:

Poupemo-nos ao mau gosto de uma comparação com aqueles que, com uma insistência maníaca e quase desesperada, se agarram ao termo intencionalmente caricato de «Gonçalvismo», como que a esconjurar a grande catástrofe, o fim de um mundo que, certamente, seria o seu mundo.

Se o termo «Gonçalvismo» ficar na história, será para assumir o significado de dois padrões de exemplaridade política.

Eça de Queirós em “Notas Contemporâneas” refere a propósito de patriotismo:

“Há em primeiro lugar o nobre patriotismo dos patriotas: esses amam a Pátria, não lhe dedicando estrofes, mas com a serenidade grave e profunda dos corações fortes. Respeitam a tradição, mas o seu esforço vai todo para a nação viva, que em torno deles trabalha, produz, pensa e sofre.

Põem a pátria acima do interesse, da ambição, da glória. Tudo o que é seu o dão à pátria. Sacrificam-lhe a vida, trabalho, saúde, força, o melhor de si mesmo. Dão-lhe sobretudo o que as nações necessitam mais, e o que só as faz grandes: dão-lhe a verdade. A verdade em tudo, em história, em arte, em política, nos costumes”.

É este patriotismo autêntico que transparecia nas palavras e nas atitudes de Vasco Gonçalves, enquanto primeiro-ministro. Era linguagem da verdade a unir a «malta» toda para um trabalho comum: - fazer desta pátria que é Portugal, uma nação próspera, livre, democrática e feliz.

Falar de Vasco Gonçalves é relembrar uma importante reviravolta no estar, sentir e viver dos portugueses, com memórias de ânsia de liberdade, que estruturaram formas de luta social e política rumo à liberdade do cidadão e da sociedade, ao bem-estar, sucesso, e progresso social de todo um povo.

Numa aproximação mais atenta, rapidamente se conclui que a ação política de Vasco Gonçalves assume relevância social, que as tramas procuram esbater no bem estra, sucesso e progresso social, sempre repletas de dificuldades no rumo à esforçada conquista.

Para Vasco Gonçalves, o conceito de revolução do 25 de abril, exigia uma profunda mudança de propósitos nos relacionamentos interpessoais; foram tempos de uma nova politica socialmente agitados e conturbados, de indignação nos espíritos mais conservadores, tornando-se geradores da metamorfose social a que se assistiu, nos direitos de cidadania para os quais se impunha a intervenção política de cada individuo, - de cada um nós -, numa perspetiva da liberdade do cidadão. Sendo objetiva e constante a resistência à inovação e ao progresso que se impunha à sociedade em geral, em oposição à opulência ociosa, egoísta e inútil.

Nesta tensão de diferentes mundivisões; de contrariedades e perplexidades, face a uma nova era, os portugueses puderem pensar livremente, afirmando, sobretudo, o direito à liberdade no trabalho, de pensar e de agir, enquanto atores principais de uma nova sociedade a construir.

Procurando criar o espaço para o direito à liberdade, não ser invadido pela intromissão alheia. Pela criação de liberdades, que não eram reconhecidas aos cidadãos, num ambiente já sem restrições, ou constrangimentos, em espontânea abertura social e política.

Metamorfose de libertação nos ideais pelos direitos do homem e do cidadão, numa mudança que se impunha no sentido da justiça social.

Era então necessário que a revolução acolhida pela opinião pública recaísse sobre si mesma, num exercício de ponderação indispensável ao aperfeiçoamento e rigor de análise, acerca de comportamentos humanos, possibilitando-se, por esse duplo processo, a conjugação de dois processos de libertação e mudança social – a de opinião e da regulação de opinião.

Consistência variável, fragilizada, pelo que se exigia renovação e equidade nos direitos do cidadão, deixando sem resposta imensas interrogações relativas ao castigo dos perversores, dos atos da política, da ética, das mentalidades e da liberdade.

É, em suma, de todo este pensar político, que trata o livro, que aqui apresentamos sobre comemoração do Centenário de Vasco Gonçalves.

Simbolismo que integrou evocação de processos históricos, cívicos e políticos, que importa estudar, debater, compreender no presente, os então encetados processos de construção de liberdades.

O livro trata da apresentação de conferencistas com a publicação dos respetivos textos na obra coletiva, na construção da liberdade.

O tema em discussão é candente, pertinente e oportuno.

No país e no mundo discute-se, ou poem-se em causa liberdades e garantias tidas por adquiridas, assumindo que a História, e o fazer História, refletem preocupações do presente, quanto dinâmicas marcantes do passado, tema que acaba por ganhar importância e relevância acrescida e inesperada.

Todo o programa do “Centenário de Vasco Gonçalves, está condensado nos vários textos que constam desta “Coletânea”, que tentam analisar as mudanças verificadas no país.

Celebramos, assim, um tempo que foi de evolução na História de Portugal, propondo-se uma reflexão sobre os momentos de rotura e evolução, ou seja; compreender e aprofundar o entendimento sobre o processo evolutivo do 25 de abril de 1974.

Os valores da revolução não estão perdidos, com avanços e recuos, encontram-se plasmados na Constituição, e o momento atual contribui para que seja relevante uma reflexão sobre os valores de Abril.

Os fenómenos de populismo e de violência, associados a processos de demagogia, constituem hoje um conjunto de ameaças que estão por aí e que nos exigem cuidados acrescidos na salvaguarda dos valores defendidos por Vasco Gonçalves, que o livro agora apresentado reproduz.

Muito obrigado.

Universidade Popular no Porto, 24 de março de 2023

 

 

 

 

Intervenção de Baptista Alves na Assembleia da Paz de 25 de Março de 2023



 

Intervenção de Baptista Alves na Assembleia da Paz de 25 de Março de 2023

Presidente da Direcção da ACR e presidente da Assembleia da Paz

 

Estamos hoje a viver uma das mais graves crises internacionais dos últimos tempos.

 

A guerra na Europa, iniciada na Ucrânia, ameaça continuar numa escalada imprevisível.

 

A destruição daquele país continua de forma assustadora, o número de mortos dum e de outro lado não deixa de crescer todos os dias, as acusações de violações do direito da guerra, também. Tudo como desde sempre temos alertado, porque as guerras são isso mesmo: a pior das irracionalidades.

 

Vencedores nas guerras só os traficantes do armamento, os contrabandistas de todas as mercadorias que alimentam as guerras, até humanas.

 

Esta guerra, como sabemos, começou com um golpe de Estado violento, em Fevereiro de 2014, por forças nas quais se incluíam os neonazis imbuídos de preconceitos racistas e xenófobos contra a população de origem russa. Este golpe contra o presidente eleito da Ucrânia, foi apoiado pelos EUA e pela UE.

 

Em Março de 2014, separatistas pró-russos, apoiados por forças da Federação Russa, declaram a independência da Crimeia e, após referendo, a integração na Federação Russa.

A este pretexto, a NATO reforçou a sua presença militar na zona do Mar Negro.

 

No leste e sul da Ucrânia a disputa com os separatistas pró-russos foi objecto dos acordos, constantes do denominado “Protocolo Minsk”, assinado, em 5 de Setembro de 2014, pela Ucrânia, Rússia, República Popular de Donetsk e República Popular de LugansK, sob os auspícios da OSCE (Organização de Segurança e Cooperação Europeia). Acordos que, no essencial, impunham o cessar-fogo e garantiam a concretização da autonomia das duas repúblicas integradas na Ucrânia.

 

O não cumprimento dos acordos, a continuação dos combates e a concentração de forças da Ucrânia na linha de confrontação indiciando intenções de resolução do conflito por meios militares, a acrescer às proclamadas intenções da Ucrânia em aderir à NATO, são os argumentos para a declaração da independência das duas repúblicas, de imediato reconhecidas pela Federação Russa e após referendo integradas na Federação.

 

Estes são os factos que foram magistralmente secundarizados e mesmo escondidos da opinião pública ocidental e substituídos por uma avassaladora campanha de diabolização de Putin. Porquê?

 

Porque em curso estava a concretização duma estratégia gizada e orquestrada do outro lado do Atlântico visando objectivos estratégicos e geopolíticos a nível planetário, nos quais se inscreve: o enfraquecimento da Federação Russa como primeiro passo para apontar a Pequim e esmagar o “milagre económico chinês” e, o que é por demais evidente, reforçar a dependência económica e militar da União Europeia em relação aos EUA, acabando de vez com qualquer pretensão a uma voz europeia autónoma no concerto das grandes nações.

 

Coube-nos o papel de disciplinados vassalos e como ficou bem claro em declarações recentes da ex-Chanceler alemã, a Srª Merkel, até aceitámos ser parte na armadilha constituída pelos acordos de Minsk: ganhar tempo para armar a Ucrânia.

Curioso é que tenha sido precisamente a Alemanha a receber a primeira grande e humilhante punição disciplinar por mau comportamento, nas hostes ditas ocidentais. Refiro-me obviamente à destruição dos gasodutos.

 

Se isto é assim, se todos sabemos isto, o que leva os dirigentes europeus a envolverem-nos neste conflito, a despejarem armamento e dinheiro numa guerra na qual, qualquer que seja o desenlace, seremos sempre perdedores?

Todos também sabemos a resposta: a teia de compromissos e conivências que o império soube tecer.

O nosso caso, português, é exemplar:

Os nossos governantes quando questionados sobre esta problemática, invariavelmente respondem que são os nossos compromissos internacionais.

Mas o Artigo 7º, nº1 da CRP estabelece claramente-Portugal rege-se nas relações internacionais pelos princípios da independência nacional, … da solução pacífica dos conflitos internacionais, …”.

Sobrepõem-se os compromissos internacionais aos ditames da Lei Fundamental do País?

A nossa CRP, nascida da revolução de Abril, no mesmo artigo 7º, no nº2, estabelece que “Portugal preconiza o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares, e …”.

Isto consegue-se com o reforço da nossa participação e empenhamento na NATO? Ou é mesmo o seu contrário?

Continuando na verdade dos factos.

Em Fevereiro de 2022, o exército russo dá início à denominada operação militar especial que no terreno vai assumindo as proporções de uma confrontação directa com o exército ucraniano, apoiado este pelos EUA e seus aliados da NATO.

 

Mas, para se perceber o que está verdadeiramente em jogo, é preciso ir um pouco mais atrás.

 

Após a II Guerra Mundial, logo em 1949,os EUA, sustentados no poderio económico com que saíram do conflito e no monopólio da arma atómica, juntamente com a Grã- Bretanha, rompem a grande aliança vencedora e reforçam a sua presença militar na Europa e no Oriente.

 

É neste mesmo ano que é constituída a Organização do tratado do Atlântico Norte (OTAN/NATO).

 

A contenção do comunismo e o combate à União Soviética são o pretexto para a corrida aos armamentos e a proliferação de bases militares avançadas.

 

Em 14 de Maio de 1955, é criado o Pacto de Varsóvia, aliança militar entre a união Soviética e outros países do leste europeu.

 

A Guerra Fria, como ficou conhecido este período, vai permitir aos EUA, através do seu braço armado, a NATO, manter a ocupação militar e garantir a subordinação da Europa aos seus objectivos.

 

Em 1989, com a dissolução da União Soviética e o desmantelamento do Pacto de Varsóvia, a situação geoestratégica global sofre uma alteração completa.

 

Ao invés do que seria expectável, o desmantelamento da NATO, a continuação dos acordos com vista ao desarmamento e o reforço do caminho iniciado em Helsínquia, em 1975, os vencedores da “Guerra Fria”, agora sem adversário, apostam no alargamento e no reforço da NATO como garantia da sua hegemonia global.

 

Este novo período vai ficar marcado por um sem número de ingerências, agressões e guerras, e, ao arrepio dos compromissos assumidos, a NATO alarga a sua influência ao Leste da Europa e reforça as suas posições militares na envolvente da Federação Russa.

 

Entretanto o Mundo foi mudando, a Federação Russa recupera do abalo sofrido com a dissolução da URSS e emergem outros polos de poder económico e militar dispostos a disputar a hegemonia do poder global único.

 

É a situação que temos hoje e é, neste novo contexto, que a saída para o conflito vai ter que ser encontrada.

 

A Federação Russa é uma potência nuclear, com um potencial de destruição equivalente ao dos EUA.

 

Que Mundo nos espera?

 

Uma nova edição da Guerra Fria, um novo equilíbrio pelo terror, armados até aos dentes, a olhar para o Relógio do Juízo Final?

 

Uma nova ordem Mundial assente na multipolaridade,” como bons vizinhos”, a “empregar mecanismos internacionais para promover o progresso económico e social de todos os povos” , como estabelece a Carta das Nações Unidas?

 

Ocioso será especular agora sobre estes e outros cenários possíveis, perante uma realidade, já implantada no terreno, com incursões provocatórias raiando as linhas vermelhas da confrontação total que nos trazem a certeza de que a probabilidade de uma hecatombe com epicentro na Europa está a ser aumentada dia após dia.

 

É urgente travar esta loucura!

 

Parar esta e todas as guerras que mancham a caminhada da humanidade, com sofrimento e morte, tem sido e vai continuar a ser um imperativo do nosso trabalho no CPPC, como ficou bem patente na intervenção da Presidente da Direcção, Ilda Figueiredo.

 

Havemos de ser capazes de construir um novo Mundo, um Mundo de Paz!  


UM NOVO ZERO NAVAL? | Manuel Begonha | Presidente da Assembleia Geral

 

UM NOVO ZERO NAVAL?
Manuel Begonha | Presidente da Assembleia Geral

 

A ocorrência verificada no Funchal com o "NRP Mondego" é muito delicada, mas teria sido facilmente evitada se tivessem sido cumpridos os programas de manutenção dos equipamentos.
É por isto relevante analisar alguns factos relativos ao comportamento da cadeia hierárquica a que o navio estava subordinado.

- Comandante do navio

Teria este falado com os chefes de serviço para avaliar a situação operacional do navio?
Teria este experiência suficiente para se aperceber de um eventual mal estar que grassaria a bordo? 
Teria este o traquejo suficiente para medir se a natureza da missão e condições de mar, justificavam sair com o navio face às avarias existentes? 
Teria este informado o seu Comando directo, com a veemência necessária, das limitações operacionais existentes no navio? 

- Comando da Zona Marítima da Madeira 

Terá este Comando dado conhecimento ao seu superior hierárquico, de uma forma esclarecedora e firme, do estado de degradação deste navio? 

- Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) 

Deverá este responsável aceitar um cargo, cujo orçamento é insuficiente para garantir a operacionalidade dos navios, cujo pessoal se encontra, de uma forma geral, desmotivado com as remunerações e condições de promoção existentes? 
Por outro lado, deverá pactuar com uma incapacidade de gestão que permite enviar para o mar navios com severas limitações nos equipamentos vitais? 
Será que está a defender a soberanía nacional, com apenas cerca de 40% dos navios existentes operacionais? 
E não é dispiciendo falar, do estado de degradação a que se deixou chegar o Arsenal do Alfeite, instalação fabril que durante longos anos assegurou uma elevada qualidade na manutenção e até na construção de navios da Armada. 
Não deveria  pôr-se em bicos de pés, ao tratar na praça pública de assuntos que só á Marinha dizem respeito, como o fez agora, ao dirigir a palavra à guarnição em formatura do" NRP. Mondego", num momento tão complexo, na presença da comunicação social, nomeadamente de uma estação de televisão. 
Não fica bem, mostrar-se um chefe militar fraco ou seja subserviente com o governo e forte, ao tratar com arrogância os seus subordinados. 
Mais lhe valia e seria mais digno assumir que não tem condições para chefiar a Armada, com as verbas disponíveis e pedir a sua demissão do cargo. 

- Ministra da Defesa Nacional 

Conhece a senhora Ministra e o seu Governo o que é o Apoio Logístico Integrado (ALI), para efectuar a gestão das necessidades de manutenção de qualquer equipamento militar, reportando - nos neste caso apenas a navios? 
Terá de possuir manuais técnicos, ferramenta especial, sobressalentes, programas de manutenção, prazos para as reparações e pessoal qualificado. 
Terá ideia a Senhora Ministra e o seu Governo dos custos associados ao ALI para manter uma Armada digna e operacional? 
A verba atribuída, demonstra claramente que não sabe ou então pactua com o Governo que se satisfaz com uma Armada com navios atamancados, para cumprir missões internacionais e de salvaguarda de vidas humanas no mar. 
E mesmo assim, faz cativações de verbas. 
Com o afã de mostrar serviço, o Governo está sempre pronto a dispor dos dinheiros públicos para actividades que lhe possam trazer relevância internacional. 
Infelizmente e para vergonha nacional, na questão do auxílio militar à Ucrânia, para o que tanta presteza mostrou, os meios militares ou equivalentes disponibilizados, foram carros de combate Leopard avariados e helicópteros Kamov inoperativos. 
Enfim, como nestes assuntos, a culpa morre sempre solteira, voltando à discussão que aqui nos trouxe, gostaria de saber quem assumiria as responsabilidades, caso a ida para o mar do "NRP Mondego" redundasse em tragédia.

Sessão pública de apresentação da Colectânea das Comemorações do Centenário do nascimento do General Vasco Gonçalves | 14 Março 2023 | Casa do Alentejo

 


 

 Sessão pública de apresentação da Colectânea das Comemorações do Centenário do nascimento do General Vasco Gonçalves, com a presença da Comissão de Honra das Comemorações, que teve lugar no dia 14 de Março de 2023, pelas 18H00, na Casa do Alentejo.

 

De acordo com a Agenda prevista, a reunião iniciou-se com uma primeira intervenção do Presidente da Direcção da ACR, Baptista Alves


 
“O trabalho que aqui trazemos hoje, traduzido em livro, foi um trabalho colectivo, genuinamente colectivo, com envolvimento de todos: órgãos sociais da ACR, Comissão de Honra das comemorações do nascimento do General Vasco Gonçalves, associados ACR e muitos amigos. Dispensa por isso mais apresentação: é o nosso trabalho, o trabalho de todos nós, com a participação artística do Designer Mário Rodrigues.
 
Executámo-lo seguindo o modelo Relatório de Actividades, procurando registar de forma cronológica o que de mais importante se produziu durante as Comemorações. Quisemos deixar registo de todas as colaborações, generosos contributos que dão bem a dimensão do sentimento e do respeito pela figura ímpar do General.
 
Só com o apoio e a generosidade das Associações que connosco quiseram percorrer este caminho, dos grupos musicais, dos escritores, dos realizadores cinematográficos e muitos outros artistas, que procurámos deixar todos identificados na colectânea, foi possível realizar com dignidade as comemorações do Centenário, enfrentando a indiferença dos órgãos de poder instituídos e o silenciamento da comunicação social dominada. Confesso que não sei dizer qual das duas mais nos envergonha: se a hipocrisia de uns se a cobardia dos demais.
 
Cremos sinceramente que este documento, para além do seu principal objectivo de ser a memória das comemorações do Centenário, dá acolhimento a um conjunto de reflexões e testemunhos presenciais indispensáveis para a compreensão da nossa história contemporânea.
 
Disso mesmo dão conta as palavras escritas a fechar este livro:

 
“Dedicamos este trabalho a toda Comissão de Honra das Comemorações do Centenário do nascimento do General Vasco Gonçalves e a toda a família do General, com referência especial à grande Senhora que foi, sua esposa, Aida Gonçalves.
Foi um trabalho colectivo de muitos e disso quisemos dar conta também, tanto quanto a nossa capacidade nos permitiu.
É nossa convicção que este será um contributo indispensável para a construção da verdade histórica.
Naturalmente que poderíamos e, garantidamente, queríamos fazer muito mais, mas uma certeza temos: fizemos Futuro, poucochinho mas Futuro.
 
Por tudo isto, com imenso orgulho pelo trabalho realizado, aqui deixamos o nosso agradecimento ao colectivo dos Corpos Sociais da ACR, aos nossos associados e a todos quantos connosco colaboraram, pelo apoio e compreensão que nos dispensaram.

 
E, aqui deixamos também, a certeza de todos continuarmos a luta pela concretização do Monumento de homenagem ao General Vasco dos Santos Gonçalves, que Lisboa merece - por direito próprio - e Portugal engrandece.
E, também a certeza de que, mau grado aos fazedores de escolhos a todas as madrugadas, esse dia… vai nascer.
A Direcção da ACR”.


 
De seguida, o Presidente da Assembleia Geral da ACR, Manuel Begonha, deu conta das acções desenvolvidas junto da Câmara Municipal de Lisboa, com particular ênfase para as últimas tentativas para marcação duma nova intervenção em reunião pública da Câmara, por duas vezes sucessivas, sem êxito, e da recente publicação, em 10 de Março, pelo semanário Nascer do Sol de uma entrevista com o Presidente da Câmara de Lisboa, na qual foi referida a construção em Lisboa do monumento ao General Vasco Gonçalves, com as seguintes palavras:
“Não faz nenhum sentido fazer, em Lisboa, qualquer estátua ou qualquer busto de Vasco Gonçalves.”
Referindo-se ao nosso representante:
“…aquele não era um munícipe como os outros, era um munícipe que trazia a coisa preparada.”



Sob proposta da Direcção da ACR, apresentada por Beatriz Nunes, com a aprovação unânime dos membros da CH e associados presentes, foi decidido enviar ao semanário Nascer do SOL o seguinte texto:

 

A Comissão de Honra das Comemorações do Centenário do Nascimento do General Vasco dos Santos Gonçalves, na sua reunião de 14 de Março de 2023, face á entrevista com o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, publicada pelo Jornal que V.Exa. dirige, no passado dia 10 de Março, solicita, ao abrigo do direito de resposta, a publicação do seguinte texto:

  1. Na reunião pública de Câmara de 27 de Julho de 2022, o representante desta Comissão de Honra, munícipe de Lisboa, solicitou expressamente e apenas, a marcação de uma reunião com o Sr. Presidente, reunião que já vinha sendo solicitada há meses, sem êxito, por vários meios e sempre com clara identificação do objectivo para a mesma;
  2. A resposta de S.Exa consta de registo vídeo da sessão e foi a seguinte, “1psis verbis”:“Uma homenagem ao General Vasco Gonçalves que aliás já foi homenageado através da atribuição do seu nome a uma rua junto à Quinta das Conchas, já há algumas homenagens feitas também pela Câmara de Lisboa. Para nós todos à volta (desta mesa), será sempre uma honra e um gosto continuar a homenagear o Sr. General Vasco Gonçalves. Em relação à construção do monumento eu penso que trabalharemos convosco um bocadinho mais na definição do monumento….
    Continuaremos a homenagear o General Vasco Gonçalves e penso que isso é importante para a nossa democracia.”
  3. O nosso representante levava “a coisa preparada” porque a isso se obrigou, como lhe impunha naturalmente o respeito pela Câmara, expressão do poder local democrático nascido da Revolução de Abril e uma das suas mais belas conquista;
  4. E, também por mera questão de prudência para evitar qualquer troca das tintas.

Foi apresentada também, por Beatriz Nunes, uma outra proposta da Direcção da ACR, sobre a construção do monumento, que se transcreve:

PROPOSTA

Na hipótese, muito provável, de mais uma vez a Câmara de Lisboa não considerar a nossa inscrição, propomos  que se avance para o passo seguinte:

  1. Definirmos nós o local para colocação do monumento, definição indispensável para a concepção do mesmo, sugerindo-se, desde já, a Alameda D.Afonso Henriques;
  2. Contactarmos com Arquitecto António Madureira para agendar reunião, no Porto, com o Arquitecto Siza Vieira e o grupo ACR inicial, para avaliação da situação com vista ao desenvolvimento do projecto;
  3. Se houver acordo, solicitarmos a execução, em tempo útil, da proposta de monumento, em 3D, de forma a que, no 1ª de Maio deste ano, possa ser projectada em holograma, à escala natural e no local por nós escolhido;
  4. Para este último ponto necessitamos obviamente da colaboração e participação da CGTP.
  5. Marcaríamos assim a história da cidade de Lisboa com a primeira inauguração virtual, sem contudo nunca abandonar a luta pela concretização da construção do monumento que Lisboa merece e Portugal engrandece.”

 


A ideia mereceu grande apoio por parte dos presentes, manifestada em muitas intervenções e propostas para a sua concretização, que a Direcção da ACR, pela voz do seu Vice-Presidente, Modesto Navarro, se comprometeu a integrar nos desenvolvimentos posteriores tendentes ao objectivo principal que continuaremos a perseguir: A construção de um Monumento ao General Vasco dos Santos Gonçalves, na cidade de Lisboa onde nasceu.