Sessão evocativa dos 40 anos da Constituição da República Portuguesa

A Associação Conquistas da Revolução, em colaboração, com Associação de Estudantes da Faculdade de Letras de Lisboa, realizou uma Sessão evocativa dos 40 anos da Constituição da República Portuguesa, esta contou com a participação de Manuel Begonha, Presidente da ACR, e Lopes de Almeida, advogado e Deputado da Assembleia Constituinte.





ACR nas Comemorações Populares do 25 de Abril em Lisboa



Intervenção de Manuel Begonha no Jantar Comemorativo do 25 de Abril - ACR


As comemorações do 42º aniversário do 25 de Abril, coincidem com um processo nacional e internacional muito complexo.
Internamente Portugal encontra-se sob o fogo cruzado de uma oposição rancorosa e da necessidade de cumprir um Orçamento de Estado muito exigente que seja um factor de desenvolvimento e dinamismo da economia, decorrente de uma esperada melhoria do consumo interno, do aumento das exportações e do investimento produtivo nacional e exterior.
Porém, estes factores de desenvolvimento estão condicionados pelo gigantismo da nossa dívida externa, cujo pagamento nas condições que nos são exigidas não deixa qualquer folga para o investimento, o que torna absolutamente indispensável proceder à correspondente renegociação, sem a qual o nosso futuro estará comprometido. A Portugal está vedado pelos tratados europeus a emissão de moeda, enquanto que a Alemanha, por métodos ínvios, a vai praticando.
Por outro lado a relação entre a União Europeia e o Governo português, permanentemente sujeito aos mais diversos tipos de pressão, é difícil de gerir, atendendo ainda a que esta é também um foco de divergência com os partidos que lhe dão suporte parlamentar, que não pretendem legitimamente abdicar dos seus princípios fundamentais, não passíveis de flexibilização.
Este panorama é ainda ensombrado pela composição da equipa da Comunidade Europeia que tem a seu cargo acompanhar o cumprimento das respectivas directivas, dominada por políticos de direita ou mesmo da extrema direita com um notável défice democrático e a quem não agrada a situação governativa portuguesa. Esta postura é bem evidenciada pelo lamentável acordo com o regime turco sobre os refugiados, dando assim nova credibilidade ao pouco recomendável Erdogan, Presidente da Turquia.
No campo internacional iremos analisar duas situações muito preocupantes e que podem por em causa o futuro da economia e da paz na Europa que são a banca e os sinais de guerra.
No que concerne à banca devemos notar que o sistema financeiro europeu foi planeado para um panorama favorável.
Numa crise como ocorre presentemente com países detentores de risco de dívida, nomeadamente Portugal, Espanha e Itália, estes estão a ser pressionados pela Alemanha para que os seus bancos se recapitalizem. Isto pode corresponder a um enorme esforço, por exemplo para Portugal pode representar cerca de 11% do capital próprio, o que se poderá atribuir à desastrosa gestão da nossa banca, além da existência de fraudes e lavagem de dinheiro, bem como ao tráfico de influências e corrupção na administração pública. Isto é, corremos o risco de ver destruída a máquina do Estado por descapitalização.
A banca europeia, pese embora as gigantescas injecções de liquidez do BCE, terá grandes dificuldades em recuperar, em parte devido aos derivados financeiros que não só distorcem toda a economia através dos preços, mas também geram bolhas financeiras.
Neste colapso geral do esquema financeiro mundial, verificaram-se nos dois primeiros meses do corrente ano perdas muito consideráveis no valor de bancos tão importantes como o Deutsche Bank, o Citibank, o Bank of América, o UBS, o Crédit Suisse, o Goldman Sachs e o JP Morgan.
Há analistas que referem que a hostilidade do Sr. Schäuble aos países de economias mais débeis – pelo risco de não cumprirem os respectivos défices – se deve para além de antipatias políticas, ao receio de ser a banca alemã, em dificuldades, obrigada a conceder empréstimos.
A banca ao funcionar com uma lógica de maximização de lucros, leva o BCE a pretender concentrar a banca nacional nas mãos do capital estrangeiro, constituindo grandes conglomerados, o que parece não afectar o grande capital e as oligarquias que assim defendem os seus interesses, acreditando que quanto maior for um banco mais difícil será aceitar um seu eventual colapso pelos riscos sistémicos que daí adviriam.
Esta situação, tem efeitos perturbadores no nosso sistema bancário, constituindo um constrangimento ao desenvolvimento à economia nacional, porque nos leva a perder o respectivo controlo público, não impedindo ainda a transferência para o exterior do país de recursos e riqueza produzida.
Na vertente externa, a guerra é uma ameaça real, face ao conceito estratégico militar dos EUA e da NATO.
Para ilustrar o pensamento de parte da população dos EUA, recorro a extractos de uma entrevista recente concedida pelo académico norte americano Noam Chomsky, professor no MIT, a propósito do fenómeno Donald Trump.
“Os Estados Unidos são um país religioso muito fundamentalista”. “Os fundamentalistas religiosos tornaram-se recentemente numa força política”. “Eles estão-nos retirando o país”, diz Donald Trump, sendo eles as minorias emigrantes. “Éramos um belo país anglo-saxónico branco, mas isto perdeu-se”. “O medo do ISIS é provavelmente maior nos Estados Unidos do que na Turquia”. “Sondagens recentes mostram que um quarto dos americanos pensam que Obama pode ser o Anticristo”.
Com os decisores político-militares norte americanos mergulhados neste contexto, parece claro que o seu objectivo principal seja suprimir a ameaça de outras nações que possam pôr em causa a sua situação de hiperpotência incontestada. Assim reforçam a política de cerco à Rússia, China, Irão e Coreia do Norte.
Instalaram cerca de 400 bases militares em 40 países, para assim garantir um acesso hegemónico aos recursos naturais.
Esta política já se manifestou com a destruição de países do Norte de África e do Médio Oriente como o Afeganistão, o Iraque, a Líbia e a Siria.
O ataque à Coreia do Norte e ao Irão é mais delicado pois existe o risco de poder envolver a China e a Rússia.
O que nos Estados Unidos neste momento se avalia é a possibilidade de vencerem uma guerra contra estes países, apenas com um primeiro ataque devastador, ou em alternativa criar vários tipos de guerra fria, no pressuposto que a máquina militar industrial será capaz de as sustentar.
Desta forma desenvolvem sistemas de armas de tecnologia inovadora, como bombas nucleares inteligentes e mais pequenas e outros equipamentos de elevada sofisticação, aumentando enormemente o respectivo poder militar e os serviços de informação (intelligence).
Neste momento, as despesas militares dos EUA são quatro vezes superiores às da China, sendo apenas o respectivo orçamento dos serviços de informação igual ao orçamento militar da Rússia. Entretanto, a NATO exige um aumento de 5% para fins militares e prepara uma chamada força de intervenção rápida.
Estamos assim a assistir a uma nova ordem  mundial de expansionismo militar, subvertendo claramente a Carta das Nações Unidas, enquanto se vão criando mais regimes de pobreza e de exclusão.
Ao perigo desta evolução é acrescida a ascensão das forças de extrema-direita na Europa, favoráveis à ideologia da guerra.
Torna-se assim necessário desenvolver, especialmente entre os mais jovens, uma mentalidade anti-guerra, anti-racista e anti-xenófoba.
A conjuntura atrás analisada terá significativos reflexos para Portugal pelo que deverá ser enfrentada com determinação para salvaguardar a soberania e independência nacionais e impedir que mais uma vez seja o povo a pagar as crises.
Estes conflitos com que somos confrontados são geradores de morte, destruição e pobreza e focos de extremismos incubadores do terrorismo.
Mas estaremos preparados para não faltar ao encontro que nos espera num futuro próximo?
Foi eleito um novo Presidente da República de quem se espera ter a capacidade de olhar para o país de uma forma diferente do anterior que via no povo mais uma perversão ideológica do que um inimigo de classe.
Temos uma bela Constituição, cujo 40º aniversário da correspondente aprovação comemoramos. É um projecto emancipador e com maturidade democrática. Nasceu da luta do Povo. Honra os deputados Constituintes que a subscreveram. Estabelece e consagra inalienáveis direitos e deveres políticos, económicos, sociais e culturais. Faz a opção pela subordinação do poder económico ao poder político. Assenta na igualdade entre Estados, pela Paz, pela não ingerência e pela solução pacífica dos conflitos, sendo incompatível com a promoção da guerra e a destruição de Estados e Povos.
Esta Constituição contém tudo o que interessa preservar para nos garantir um futuro promissor. Necessita ser permanentemente defendida.
Dizia Fernando Pessoa -“Nós encontramo-nos navegando sem ideia do porto a que nos deveríamos acolher”.
É claro que este não é o nosso rumo. Conhecemos bem os nossos desígnios e para onde dirigir a nossa luta.
Podemos contar, para ultrapassar todos estes desafios, com um povo consciente, combativo e determinado que preza a liberdade e tem orgulho na sua independência.
Estaremos atentos e na evocação de mais um ano em democracia após o 25 de Abril, reiteramos a disposição de, se as conquistas da revolução forem postas em causa, lutar por elas sem desfalecimentos, abrigando no nosso peito o cravo que nos inspira.

Manuel Begonha - Presidente da ACR


Jantar comemorativo do 25 de Abril - ACR























ACR voltou aos Estaleiros da Lisnave, em Setúbal





   Na manhã de 22 de Abril, nos Estaleiros da Mitrena, em Setúbal, e a convite da Comissão de Trabalhadores da Lisnave Yards, Henrique Mendonça, Militar de Abril e membro dos Corpos Gerentes da Associação Conquistas da Revolução, assim como José Manuel Maia, ex-operário da Lisnave/Margueira, deputado do PCP da Assembleia Constituinte e actualmente Presidente da Assembleia Municipal de Almada, tomaram a palavra num plenário dos trabalhadores daquela empresa na evocação do 42º aniversário da Revolução do 25 Abril e do 40º da Constituição da República Portuguesa.
   Dirigida por Ricardo Malveiro, da Comissão de Trabalhadores, a iniciativa, que numa primeira fase tratou de aspectos de ordem laboral, foi momento de recordação pelas palavras de António Pardal, outro membro daquele ORT, das mais de 3 mil horas de trabalho nocturno voluntário no Estaleiro graças às quais se ergueu, na Praça de Portugal da capital sadina, o Monumento ao 25 de Abril e às Nacionalizações. Da autoria dos escultores Virgílio Domingos e António Trindade e do Arquitecto Rodrigo Ollero, a Setenave tinha então cerca de 5 mil efectivos, plenamente identificados com o projecto oferecido à cidade que teve naturalmente a colaboração do Município corria o ano de 1985. A 1 de Outubro, data da inauguração, assim se comemorou o 15º aniversário da fundação da CGTP-IN.

   Há dois anos, em idêntico acto participou Manuel Begonha, Presidente da Associação.

Associação Conquistas da Revolução comemora 25 de Abril no Barreiro

ACR no 42º aniversário do 25 de Abril 
e dos 40 anos da Constituição no Barreiro

   Coube a Manuel Custódio, Militar de Abril, representar a Associação Conquistas da Revolução no almoço-convívio que as Autarquias Locais do Concelho do Barreiro promoveram no passado domingo, nas instalações da Escola EB da Quinta da Nova Telha.
   Seguindo-se às intervenções dos Presidentes das Uniões de Freguesia do Alto Seixalinho, Santo André e Verderena, Carlos Moreira; do Barreiro e Lavradio, Ana Porfírio; de Palhais e Coina, Naciolinda Vicente; de Santo António da Charneca, Vicente Figueira, e do Presidente da Câmara Municipal, Carlos Humberto Carvalho, Manuel Custódio vincou o papel de Vasco Gonçalves na afirmação da Revolução dos Cravos pela defesa da unidade do Povo com o MFA e o alcance histórico da Constituição de Abril que dela emanou.
    A iniciativa encerrou com a actuação de Joana Amendoeira, dando voz às canções de antes como do depois da data que comemoramos, quer de autores portugueses, quer de outros países da Europa ou da América Latina. 





Estimadas amigas e amigos, camaradas;
O nosso obrigado pelo convite que foi endereçado à Associação Conquistas da Revolução para estar aqui presente um militar de ABRIL.

Convite que muito nos honra. Pois, como sabeis, a constituição da nossa Associação foi inspirada, nos valores e ideais desse grande Homem, que foi o general Vasco Gonçalves, o único 1º Ministro que governou para o seu povo e um dos objectivos da Associação é fazer emergir, na sociedade, os seus ideais e valores.

Camaradas e amigos,

Juntamo-nos hoje, para comemorar os 42 anos da Revolução de Abril. A Revolução que trouxe ao nosso povo a alegria, a esperança e a paz. A revolução que culminando anos e anos de lutas de muitos democratas e patriotas, abriu os portões da liberdade e da democracia. 

Portões que muitos tentaram fechar com golpes, invenções e agressões mas não conseguiram, porque a mobilização das massas era real. E é fantástico que poucos meses após o 25 de Novembro, que constituiu uma derrota da esquerda militar e desequilibrou a relação de forças, tivesse sido aprovada a Constituição da República, ela própria também, conquista de Abril, que este ano assinala os seus 40 anos. 

Uma Constituição que consagrou as conquistas fundamentais dos trabalhadores e das massas – as conquistas da Revolução, uma Constituição ao serviço dos explorados, dos mais pobres, da afirmação da soberania nacional, dos direitos dos trabalhadores e de um Portugal desenvolvido. 

Uma Constituição que começou a ser atacada nesse próprio dia e continuou até aos dias de hoje. Todos nos recordamos da mais de uma dezena de inconstitucionalidades decididas pelo Tribunal Constitucional relativamente a medidas do Governo PSD/CDS. 

Desses anos vertiginosos de 74 e 75, para muitos de nós, os mais felizes da nossa vida, há uma lição fundamental para os dias de hoje e de sempre: foi a luta, foi a iniciativa, foi a intervenção das massas que produziram as conquistas. Elas antes de estarem em lei ou na Constituição, elas já eram realidade concreta, vida concreta, nos campos, nas fábricas, nas vilas e freguesias rasgando ruas, casas, escolas. 

Hoje, precisamos de novo dessa intervenção por novas razões e causas. 
O momento que vivemos não é de espera, de expectativa, mas sim de luta e de acção.
Precisamos dessa intervenção na luta pelo aumento de pensões e reformas; de salários; de acesso à saúde; de direitos dos trabalhadores e combate à precariedade. Precisamos dessa intervenção na luta pelo direito do nosso povo decidir do seu destino sem ingerências e pressões do FMI, do BCE e outras estruturas.

Precisamos dessa intervenção e luta, para o combate contra as novas tentativas de rever a Constituição, as Leis Eleitorais e outros aspectos do sistema político, não porque as consideremos vacas sagradas, mas porque, como a experiência nos mostrou e mostra, as 7 revisões constitucionais que houveram foram para a desfigurar e retirar valores de origem, à Constituição Portuguesa de 1976.
Da mesma forma que não foi com os contra revolucionários que se defendeu a revolução de Abril, não é com os opositores da Constituição que esta se revê em sentido positivo. 
Se o País está como está a culpa não é da Constituição. Ao contrário, é porque sucessivos Governos a não respeitaram. 

Amigos e camaradas,

Olhamos o mundo e temos razão para estarmos preocupados. Vemos como a extrema-direita tem vindo a reforçar a sua influência por toda a Europa. Vemos como em resultado de intervenções na Libia, Iraque, Afeganistão se generalizou a guerra, arrastando com ela um êxodo em massa, acirrando ódios. Os mesmos que desencadearam a guerra são os mesmos que agora choram lágrimas de pena e dó pelos refugiados. Os mesmos que falam em restringir direitos e liberdades por causa do terrorismo, são os mesmos que financiam os países e vendem armas aos que abrigam os terroristas. Olhamos para o outro lado do Atlântico e vemos como se desestabiliza países que optaram por querer seguir rumos diferentes daquilo que querem, os que acham que dominam o mundo. 

Estes são pois tempos de preocupação. Mas preocupação não pode ser sinónimo de expectativa, paralisia ou desistência. De ficar à espera para ver. De pensar que outros resolverão por nós aquilo que a nós compete. 

Amigos e camaradas; a grande virtude da solução governativa construída após as eleições de 4 de Outubro, foi ter afastado o PSD e o CDS do Governo e com isso a interrupção do seu projecto demolidor. O ter-se conseguido isso já foi muito. 
Mas se a esperança criada com a janela que se abriu com  essa solução, se não deve desvanecer, também é preciso não ter ilusões que, com o actual Governo, problemas fundamentais que afectam a nossa vida, vão ter resolução.

Mas se a esperança criada com a janela que se abriu com essa solução, não deve desvanecer-se, também é preciso não ter ilusões que, com o actual Governo, problemas fundamentais que afectam a nossa vida, vão ter resolução.

Mas todos temos consciência das soluções, visões e propostas que separam as forças políticas que suportaram a formação do governo do PS. Conhecemos 39 anos de políticas do PS, sabemos das suas opções. No entanto, sabemos também que querer cumprir as regras da União Europeia e satisfazer direitos básicos dos portugueses é o mesmo que querer sol e sombra ao mesmo tempo. 

Logo, das duas, uma: ou ganha corpo pela exigência popular, a satisfação dos interesses dos trabalhadores, dos reformados e pensionistas, do direito à saúde, etc; Ou retoma a satisfação dos interesses do Banco Central Europeu, com a obecessão pelo tecto do déficit, e a destruição das nossas vidas. 

E como há ainda quem não tenha compreendido bem esta situação, compete-nos esclarecer, mobilizar e agir, para combater os planos Bês e se exijam os planos À.

Não quero terminar esta minha intervenção sem manifestar a mais profunda solidariedade da Associação Conquistas da Revolução a todos os trabalhadores, às suas lutas por uma vida com qualidade e dignidade. E em especial manifestar a esperança e a certeza, de que as gerações mais jovens saberão dar continuidade à luta pelos valores e ideais da Revolução de Abril. 

Viva a Associação Conquistas da Revolução 
Viva a Constituição da República
Viva a Revolução de Abril

Sargento Manuel Custódio


 Barreiro, 17 de Abril de 2016

ACR de novo em Almada


 Terminando a sua intervenção de encerramento com a evocação daquele que afirmava: «Sem utopia, não há progresso» - Vasco Gonçalves, claro - o Militar de Abril Lima Coelho representou a Associação Conquistas da Revolução na sessão pública do passado dia 15, na Academia Almadense, evocativa do 42º aniversário do 25 de Abril e do 40º da Constituição da República,
    Iniciativa da União de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas, tomaram a palavra o Presidente da mesma, Ricardo Louça, Susana Montalvo, em representação da Assembleia de Freguesia, e eleitos da CDU, PS, PSD e BE.
   A Alma Alentejana almadense não podia faltar: actuou o seu Grupo «Violas Campaniças», sucedendo-se o gosto de convívio gastronómico.




Intervenção do representante da ACR – Associação Conquistas da Revolução (Sargento-Mor António Lima Coelho)
Cine-Teatro da Academia Almadense
15 de Abril de 2016 – 21H00

- Senhora Presidente da Assembleia de Freguesia, em substituição
- Senhor Presidente da União de Freguesias
- Senhoras e Senhores Autarcas, eleitos e representantes do poder local democrático, uma das mais importantes Conquistas da Revolução

É para mim uma verdadeira honra ter sido convidado para dirigir umas palavras acerca da Revolução de Abril e da Constituição da República, particularmente nesta sala onde no último Sábado se viveu um momento lindo e de enorme importância: de uma assentada foi feita uma sementeira de mais de vinte mil sementes simbolizadas pela edição especial da Constituição da República a distribuir por todos os estudantes deste Concelho de Almada. Assim floresçam todas estas sementes, gerando cidadãos conhecedores e conscientes dos seus direitos e deveres de cidadania.
Alguns dos presentes poderão estar a questionar-se se, dada a minha idade, serei eu um “militar de Abril”! É bem verdade que naquela madrugada histórica em que os heroicos jovens militares tomaram em mãos a libertação deste país eu era apenas um jovem com pouco mais de quinze anos, que viveu intensamente e à distância os acontecimentos, mas que naturalmente não fui um militar operacional do acto. Contudo, considero-me um “Militar de Abril” pois defendo, prossigo e divulgo os valores, os princípios e os objectivos da Revolução de Abril, que não tem donos nem ninguém pode ousar ter a sua posse exclusiva. A Revolução de Abril não tem donos! É, deve ser, uma realidade permanente e presente no seio de todo o Povo Português. Da mesma forma sou um cidadão e militar Republicano. Mal corria se apenas os que participaram em Outubro de 1910 fossem considerados republicanos. Se assim fosse, já praticamente não haveria republicanos.
Tendo a responsabilidade de falar na qualidade de representante da “Associação Conquistas da Revolução”, da qual sou associado, associação que homenageia um dos homens que tanto trabalhou no sentido de ainda hoje muitos cidadãos usufruírem de direitos e condições sociais por si implementadas, tive a preocupação de buscar informação para falar sobre o General Vasco Gonçalves.
Para escrever algumas destas referências fui beber a duas fontes: aos livros “Um General na Revolução” e “Vasco – Nome de Abril”, particularmente no que concerne aos militares e à Constituição. 
Assim permitam-me que comece por referir os excertos que assinalei. Numa entrevista concedida a Viriato Teles, Vasco Gonçalves reflectia assim sobre a liberdade: “A liberdade não se define ou não se consubstancia, apenas, nos direitos políticos, no direito de poder falar livremente, no direito de opinar e contestar ou de se organizar colectivamente sem ser preso. A liberdade não existe de per si. São necessárias estruturas políticas, económicas, sociais, culturais que garantam o exercício das liberdades consagradas na Constituição. O desemprego, a miséria, a fome, a falta de instrução, a falta de habitação, as relações sociais de exploração são contrários ao exercício livre da liberdade. (…) As conquistas democráticas alcançadas (…) foram todas consagradas na Constituição da República de 1976. A Constituição é filha da Revolução”. 
Numa outra entrevista, desta vez concedida a Anabela Fino, Vasco Gonçalves afirmava: “O 25 de Abril trouxe-nos um grande direito, o direito de voto. O que precisamos é de votar bem, votar conscientemente, de maneira esclarecida, o que naturalmente exige muito trabalho de formação”. E dando realce à importância da Constituição e, por via dela ao Tribunal Constitucional, Vasco Gonçalves defendia: “De um modo geral, penso que os valores de Abril estão afirmados nos conceitos fundamentais da Constituição de 1976, quer do ponto de vista político, quer económico, social, cultural, e mesmo militar. Não podemos esquecer no meio disto tudo que há também os militares, os valores que os militares prezam; e os valores pelos quais os militares lutaram foram justamente pela dignificação das Forças Armadas que não fossem sustentáculo de um regime ditatorial, por umas Forças Armadas que fossem comandadas por gente competente, incorruptível, capaz de respeitar e de amar os valores democráticos”.
Vasco Gonçalves em discurso improvisado na Sorefame, em Maio de 1975, falando do conceito de Pátria, dizia que “A Pátria não é uma entidade abstracta, não é uma entidade mítica, mas é uma entidade concreta constituída por todo um povo de carne e osso (…). A Pátria somos todos nós!
Mas porque é importante que as novas gerações continuem a ouvir falar daquela que considero uma das suas mais importantes intervenções, quero aqui trazer o que Vasco Gonçalves afirmou, no célebre discurso nesta cidade de Almada, quando disse que “moral e política vão de par, não se podem dissociar. (…) É verdade que, procedendo assim, estou a singularizar-me, a destoar na festa provinciana que leva certos políticos a exibirem publicamente as mazelas para suscitarem simpatias e apoios e a confiarem mesmo aos mais diversos órgãos da informação estrangeiros os seus hipotéticos pavores, os seus medos apocalípticos e, de um modo geral, por mais que os disfarcem em tiradas de fervor democrático, os seus ressentimentozinhos de ambiciosos frustrados. Enfim, essa gente é como é e eu sou membro do Movimento das Forças Armadas. (…) É verdade que em toda a nossa história houve sempre portugueses que, por espírito mesquinho de classe, estiveram de cócoras diante do estrangeiro, prontos a sacrificarem os interesses da Pátria em interesses não nacionais. Todos nós conhecemos o nome de tais homens e execramo-los. Durante séculos e séculos, como bicho dentro da maçã, o partido castelhano corrompeu-os e desfigurou o País até o levar ao opróbrio de 1580. Mais perto de nós foram os integralistas, ora de imitação francesa, ora seguindo os moldes dos figurinos germanófilo e nazi que se entregaram à mesma tarefa. Hoje erguem-se vozes a cantar loas à Europa, não à Europa dos trabalhadores, claro, mas à Europa dos monopólios e das sociedades capitalistas. Ontem houve quem servisse Castela contra a arraia-miúda, hoje há quem deseje colocar as classes laboriosas portuguesas na situação de fogueiros da fornalha da Europa capitalista. Desprovida de sensibilidade popular, essa gente que não tem, sequer, a fibração nacional de escolher melhor os seus confidentes e os seus cúmplices. Fala a torto e a direito, espalha boatos, implora a intervenção estrangeira nos assuntos pátrios e tudo isso, pretendem eles, porque a nossa revolução está em perigo às mãos do “gonçalvismo”. Essa gente é o que é e eu sou membro do Movimento das Forças Armadas
Permitam-me que abuse desta afirmação de Vasco Gonçalves e que vos diga que essa gente é o que é e eu sou um militar das Forças Armadas ao serviço do Povo Português e da Defesa da Constituição da República, a Constituição filha da Revolução, a Constituição de Abril!
Apesar das sete revisões de que já foi alvo, em que em todas elas foram feitas feitas alterações importantes, algumas indispensáveis face às mudanças conjunturais, mas, o que não pode nem deve ignorar-se, todas foram feitas para permitirem o condicionamento ou mesmo a liquidação de conquistas importantes da nossa revolução. Apesar disso a Constituição da República Portuguesa, na sua 8ª versão, ainda é a Constituição de Abril e nela se encontram garantidos direitos fundamentais e muitas outras conquistas da nossa revolução, tais como:
O direito à saúde
O direito a habitação condigna
O direito à cultura física e ao desporto
O direito à liberdade e segurança
O direito ao trabalho com direitos
A liberdade sindical
O direito à greve
A liberdade de expressão e pensamento
A liberdade de imprensa
A liberdade de consciência, religião e culto
A liberdade de criação cultural
O direito de reunião e manifestação
A liberdade de associação
E mesmo o direito ao Ambiente e à qualidade de vida!

E porque o tempo é de Resistir na Defesa de Abril, termino referindo um excerto de uma entrevista que Vasco Gonçalves concedeu a Armando Pereira da Silva, em 1999, mas contudo sempre espantosamente actual: “Para mim, sem utopia não há progresso. A utopia sempre precedeu a acção e a luta pelas grandes ideias. Nunca será atingida, mas é um guia para a acção prática. Para estimular o empenhamento na luta pela felicidade do homem. Não há nenhum homem nem nenhuma mulher que não tenham uma utopia na vida. Não fujo à regra… (…) O entusiasmo, a confiança, a esperança, o empenhamento, o sonho que se seguiram ao 25 de Abril devem inspirar-nos na continuação da luta com redobrado esforço pelos ideais que nortearam as conquistas revolucionárias. Numa palavra: manter abertas as portas que Abril abriu: Por elas passa a libertação do Homem!

VIVA o 25 de ABRIL!
VIVA a CONSTITUIÇÃO da REPÚBLICA PORTUGUESA!

VIVA PORTUGAL!

Apresentação do livro "VARELA GOMES - Que outros triunfem onde nós fomos vencidos" de António Louçã

No próximo dia 20 de Abril, Aldo Casas, vai apresentar o livro
"VARELA GOMES - Que outros triunfem onde nós fomos vencidos" 
escrito por António Louçã


Jantar comemorativo do 42 º Aniversário da Revolução de Abril




O nosso jantar vai realizar-se na CASA do ALENTEJO no dia  21 de Abril pelas 19h30

O preço será de 16,00 Euros por pessoa.

Ementa:
Entradas
Creme de coentros 
Lombo de bacalhau com migas de grão e espinafes
Sericaia 
Vinho, refrigerantes, águas e café 


Inscrições 
pelo telefone: 938 602 276; 960 292 981
ou pelo nosso e-mail conquistasdarevolucao@gmail.com.

VENHAM TODOS.


A Direcção


Sessão 40 Anos da Constituição da República

A Associação Conquistas da Revolução, realizou no passado dia 7 de Abril, na Casa do Alentejo, um debate comemorativo dos 40 anos da aprovação da Constituição da República. Este contou com as intervenções de Helena Casqueiro da Plataforma "40 x 25", Regina Marques do MDM, e Lopes de Almeida Deputado Constituinte.


















Sessão em S. Bartolomeu de Messines

Tendo como pano de fundo uma gravura de João de Deus, natural da terra, da autoria de Daniel Oliveira, a Junta de Freguesia de São Bartolomeu de Messines, em colaboração com a ACR, foi espaço para uma sessão sobre as Conquistas da Revolução e o papel de Vasco Gonçalves no processo revolucionário do 25 de Abril de 1974 no passado sábado, 9 de Abril.

Dirigida pelo Presidente da Autarquia, João Carlos Correia, e motivadora de um rico debate com os participantes, a iniciativa assentou nas intervenções de Manuel Begonha e José Baptista Alves, Presidente e Vice-Presidente da Associação, o primeiro incindindo sobre a necessidade sentida de dar corpo à ACR aquando a Homenagem a Vasco Gonçalves no 5º aniversário da sua morte, no Cemitério do Alto São João, em Lisboa, e o segundo a dar particular ênfase às sucessivas revisões da Constituição da República Portuguesa, as quais, por muito que, em inúmeros aspectos, a ferissem, não conseguiram apagar um objectivo fulcral do seu Preâmbulo, o de «abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno».

Manuel Begonha não se inibiu de retomar um seu testemunho público de há algum tempo: «Eu sou gonçalvista!», Baptista Alves, folheando «Vasco, nome de Abril», também reincidiu, lendo a páginas 36 e 37, linhas de Alice Vieira e Eugénio de Andrade, a terminarem assim: «Punha os óculos, tirava do bolso o papel do discurso que tinha feito, começava a ler. Por alguns minutos. Porque logo a seguir o víamos a guardar o discurso, a tirar os óculos e a falar como só ele sabia. E tudo, tudo ardia». Sendo este o Primeiro-Ministro do Povo e dos Trabalhadores, o Presidente da ACR recordou, segundo palavras suas da edição, que «a ele devemos ter vivido momentos fixados pela História que se tornaram irrepetíveis em que se conviveu com a Poesia na Rua de mãos abertas, erguendo as aspirações e esperanças de um povo».


Na sessão registaram-se a compra de livros e adesões à Associação promissoras do desenvolvimento de um núcleo local.