Sobre o momento que vivemos

 Texto de Manuel Begonha
Presidente da Mesa da Assembleia Geral


Neste momento que vivemos de crise e de legítimas dúvidas para alguns, ocorreu-me um texto que escrevi inspirado no pensamento de Vasco Gonçalves.

 

"Não devemos ter dúvidas que estando a memória viva, é tempo de encontrar e firmar a verdade, é tempo de escrever páginas da nossa História Contemporânea sem omissões e distorções, com registos, factos e palavras certas.

Não há alternativa :ou assumimos uma atitude passiva e alienamos o que resta das conquistas de Abril ou combatemos por elas.

Se o não fizermos, bastamo-nos a nós mesmos para nos derrotarmos.

Só lutando venceremos, cumprindo assim o sonho de um Homem cuja memória, estamos neste momento de comemorações a honrar."

 

O PODER GLOBAL - UM MUNDO A CAMINHO DA DESTRUIÇÃO

 

O PODER GLOBAL - UM MUNDO A CAMINHO DA DESTRUIÇÃO

 
 Manuel Begonha
Presidente da Mesa da AG da ACR
 
Um governo orientado para um poder global é uma entidade tecnocrática, sem rosto, ao qual caberá gerir o fascismo económico planetário.
E não é democrático porque o Estado se desenvolve no tropel da submissão da política aos poderes financeiros e económicos transnacionais.
Os direitos individuais atemorizados, abdicam em troca da segurança.
A globalização da exploração, caminha com a conivência de líderes sem motivações patrióticas, muitas vezes corruptos que asseguram o fornecimento de bens, serviços e matérias primas dos respectivos países.
Uma nova guerra torna-se uma ameaça, porque na verdade ainda existem enormes territórios em disputa, onde abundam água, minérios, agro-negócios e outros recursos naturais.
Mas acima de tudo está disponível uma imensa força de trabalho para que o poder da internacionalização da produção, sufoque a correspondente mais valia produzida e delapide a economia real, à custa de uma extorsão sem tréguas e de uma exploração desenfreada.
É de tal forma que está assim colocado em risco o equilíbrio e a sobrevivência do nosso planeta.
A humanidade deve tomar consciência da desigualdade que se vive nos dias de hoje.
Não podemos cair na armadilha da sonegação da cultura e da manipulação da informação.
Temos de resistir. Com a força das palavras e das convicções.
Devemos lembrar James Joyce que escreveu: "Os movimentos que operam revoluções no mundo nascem dos sonhos e das visões de um coração camponês na encosta de um monte. Para eles, a Terra não é um terreno a explorar, mas a mãe viva".