Congresso "Conquistas da Revolução" - Intervenção de Batista Alves, membro da direcção da ACR




CONTEÚDO E SIGNIFICADO DAS CONQUISTAS DA REVOLUÇÃO                                                   


É para mim uma grande honra estar aqui, hoje, para falar das Conquistas da nossa Revolução. Falar do conteúdo e significado das Conquistas da Revolução é falar de Abril, desse Abril que teve início em 25 de Abril de 1974, com o derrube da ditadura fascista de SALAZAR E CAETANO. Desse Abril que o povo português inequivocamente apoiou inundando as ruas em grandiosas manifestações e dando início, em aliança com os seus soldados, à mais bela revolução que o Mundo conheceu.
 É por isso que, 40 anos volvidos, o povo continua a gritar na Rua: 25 de Abril, sempre! É por isso que, apesar de tudo o que tem sido feito pela gente que nos desgoverna há 38 anos a esta parte, a esperança dos portugueses continua a estar fortemente polarizada nos valores de Abril.
Perguntar-se-á, o que são os valores de Abril?
São todos aqueles valores civilizacionais pelos quais se bateram os heroicos resistentes antifascistas, enfrentando a tenebrosa máquina repressiva da ditadura; São todos aqueles que nortearam os militares de Abril, na gesta heroica do 25deAbril de 1974 e se encontram bem documentados no PMFA; São todos aqueles que um povo finalmente livre foi capaz de conquistar, num processo revolucionário ímpar, belo, imaculado e generoso; São todos os que estão consagrados na Constituição da República Portuguesa de 1976.
São as Conquistas da nossa Revolução
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O MFA, logo a 26 de Abril de 1974, apresentou o seu Programa ao povo português, o PROGRAMA DO MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS, no qual se preconizavam um conjunto de medidas imediatas, de curto e médio prazo, que se propunham liquidar o regime opressor, vencido, e lançar as bases para um futuro democrático de progresso e justiça social: os conhecidos três Dês do MFA (Democratização, Descolonização, Desenvolvimento)
No período que mediou entre o 25 de Abril de 1974 e a tomada de posse do 1º Governo Constitucional em 23 de Julho de 1976, coube aos Governos Provisórios, Governos sob a responsabilidade do Poder Revolucionário (Comissão Coordenadora do MFA, Junta de Salvação Nacional, Assembleia do MFA, Conselho da Revolução), a gigantesca tarefa de concretizar os objectivos do PMFA e obviamente dentro dos limites da sua própria condição, dar resposta às justas aspirações dum povo que ansiava há décadas por uma sociedade mais justa e mais fraterna.
O primeiro Governo Provisório foi presidido por Adelino da Palma Carlos.
Vasco Gonçalves, militar de Abril, presidiu a 4 (dos 6) Governos Provisórios, no período compreendido entre 17 de Julho de 1974 e 19 de Setembro de 1975 (II,III,IV e V), sendo este o período mais criativo e intensamente revolucionário da nossa Revolução.
O 6º Governo Provisório foi presidido por Pinheiro de Azevedo, também militar de Abril.
 Foi neste período que assistimos às grandes transformações democráticas da sociedade portuguesa e ao reconhecimento de direitos fundamentais dos cidadãos, a que chamamos Conquistas da Revolução.
Como já foi dito, foi este o período mais criativo, verdadeiramente revolucionário, em que os trabalhadores e o povo em estreita união com o MFA, puseram ao serviço da nação toda a sua força e capacidade criativa e de trabalho, em jornadas de luta inesquecíveis: no combate político contra a reacção; na defesa da produção, impedindo a sabotagem económica pelo grande patronato e construindo alternativas de gestão operária; nas jornadas voluntárias de trabalho de apoio à Reforma Agrária; nas lutas por melhores condições de vida (saúde, educação, cultura, habitação etc.)
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A Democratização da sociedade portuguesa, começa pela liquidação das estruturas fascistas:
 -Dissolução da ANP-Acção Nacional Popular, nome dado à União Nacional, em 1970, por Marcelo Caetano
-Extinção da PIDE (também rebaptisada  por Marcelo Caetano como DGS ), a extinção da Legião Portuguesa e da Mocidade Portuguesa
-Abolição da Censura e exame prévio
Pela instauração das liberdades fundamentais:
-Eleições livres e convocação de uma Assembleia Constituinte
-Liberdade política dos cidadãos
-Regulamentação da actividade dos partidos políticos
-Liberdade de expressão e pensamento sob qualquer forma e promulgação de Nova Lei da Rádio, Televisão e Cinema.
Por mais e melhor Justiça:
-Amnistia de todos os presos políticos
-independência e dignificação do poder judicial
-extinção dos Tribunais plenários, nos quais foram julgados e condenados muitos anti-fascistas, por razões meramente políticas e sem direito a defesa.
Pelo reconhecimento de que a solução das guerras do ultramar era política e não militar, reconhecimento cujo alcance viria mais tarde, em julho de 1974, face “à existência de forças poderosas apostadas em travar o curso dos acontecimentos”, a ser esclarecido pela Lei 6/74, como o reconhecimento explícito do direito à independência das colónias.
Abro aqui um parêntesis para dizer que as forças poderosas e reacionárias referidas, após os primeiros dias de completa desorientação face à magnitude dos acontecimentos, começam a organizar-se e a tentar conduzir o processo para rumos mais favoráveis aos seus desígnios. A questão da descolonização é sem dúvida um primeiro objectivo.
O General Spínola polariza aqui as esperanças destas forças, cuja acção se manifesta claramente nos acontecimentos do 28 de Setembro em Portugal e em vários episódios em Angola e Moçambique que dele não devem ser dissociados. Em Angola, por exemplo, forças colonialistas movimentavam-se já de forma organizada e contavam com apoios importantes nas próprias Forças Armadas. Não fora a coesão e a capacidade demonstrada pelos militares do MFA e os acontecimentos poderiam ter tido consequências bem dramáticas. A título meramente informativo, diga-se que o Gen. Spínola, enquanto Presidente da República, era esperado em Luanda e seria galardoado pela Câmara Municipal de Luanda, por decisão tomada em 3 de Julho de 1974( ainda em exercício o Presidente e os vereadores nomeados pelo regime anterior), com a distinção de cidadão honorário. A resignação de Spínola gorou esta e muitas outras espectativas.  
 O processo de Descolonização prossegue, naturalmente tendo como actores principais os povos então ainda sob o domínio colonial.
A transição não foi fácil em nenhum dos territórios e nalguns casos mesmo teve consequências dramáticas. Para isso contribuíram em primeira instância os mais de treze anos de guerra e também, em particular em Angola, a existência de mais do que um Movimento de Libertação, a que acresceram pressões internas e externas ao serviço de interesses ocultos.
As Forças Armadas Portuguesas enfrentaram esta situação em todas as frentes com coragem e grande dignidade. Portugal, vivendo em simultâneo um período revolucionário, com as consequências económicas inerentes, conseguiu receber e integrar mais de 500.000 retornados das ex-colónias de forma perfeitamente exemplar. Este feito, por si só, é motivo de grande orgulho, tanto mais quanto se conhecem experiências idênticas noutros países bem maiores que nós com resultados bem diferentes.


São conquistas da Revolução, directamente decorrentes do compromisso assumido pelo MFA no seu Programa
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O Primeiro 1º de Maio – Dia do trabalhador, comemorado em liberdade na maior manifestação de sempre, uma semana após o 25 de Abril de 1974, é também uma Conquista da Revolução .
 O DL175/74, que institui o 1º de Maio como feriado nacional e Dia do trabalhador, tem a data de 27 de Abril .
Durante o Estado Novo, com todas as restrições ao exercício de reunião e manifestação, os trabalhadores portugueses souberam sempre encontrar as formas adequadas de contornar todos os obstáculos. As greves e manifestações realizadas em 1962, um ano após o início da guerra colonial em Angola, são provavelmente as mais relevantes e carregadas de simbolismo deste período negro da História de Portugal. Enfrentando forte repressão, realizaram-se manifestações dos pescadores, dos corticeiros, dos telefonistas, dos bancários, dos trabalhadores da Carris e da CUF. No Dia 1º de Maio, em Lisboa, manifestaram-se 100 mil pessoas, no Porto 20 mil e em Setúbal 5 mil- naquele que foi até então, o mais poderoso Dia do Trabalhador da história do Movimento Operário Português.
Ficará ainda na história do operariado português, como um dos seus mais altos momentos, a luta dos mais de 200 mil assalariados agrícolas dos campos do Alentejo e do Ribatejo. Trabalhadores agrícolas que até então trabalhavam de Sol a Sol, impulsionados pela manifestação de força do 1º de Maio de 1962, impõem aos latifundiários e ao Governo de Salazar a jornada de oito horas diárias.
Mas, não se pode falar do 1º de Maio em Portugal sem falar do mais extraordinário 1º de Maio realizado até hoje, o primeiro 1º de Maio  de 1974, que é um marco indelével do início da nossa revolução.
A extraordinária manifestação de força dos trabalhadores unidos em torno da Intersindical, que trouxe para a rua mais de um milhão de trabalhadores em todo o País, foi a maior manifestação de sempre e foi a legitimação indiscutível da mudança há tanto tempo esperada. A dinâmica revolucionária gerada por esta força de unidade que ganhou as ruas, haveria de ganhar também os campos, as fábricas, os serviços e arrastar também toda a sociedade portuguesa para um processo revolucionário prenhe de confiança num futuro sem exploradores nem explorados. 
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Durante este período são inúmeras as conquistas alcançadas, num processo, sem igual, de aliança entre o povo e as suas Forças Armadas- A Aliança POVO-MFA. E digo conquistas alcançadas, porque são isso mesmo, conquistas do processo revolucionário. A leitura dos diplomas legais publicados à época, revelam-no claramente. Em muitos diplomas o legislador descreve no preâmbulo do próprio decreto a situação de facto já existente para a qual se impõe legislar.
 Enumerarei de seguida algumas das principais Conquistas da Revolução:

A IGUALDADE DE DIREITOS, na qual se inscrevem o acesso das mulheres à magistratura e a determinados lugares da administração local que lhe estavam vedados, a abolição dos privilégios do cônjuge varão na estrutura familiar. Estas situações foram de imediato corrigidas e a CRP de 1976 veio proclamar no seu Artº13º o princípio da igualdade de todos os cidadãos perante a lei;
O DIREITO À HABITAÇÃO, para todos. À data do 25 de Abril 25% dos portugueses viviam alojados em locais que não respeitavam as condições mínimas de conforto, segurança, salubridade e privacidade (2 milhões de pessoas viviam em bairros de barracas ou em casas degradadas e sobreocupadas). A população mobilizou-se fortemente para a resolução deste problema e o Governo Provisório respondeu com um impulso gigantesco de investimento e mobilização de meios: Construção de Habitação social, contratos de Desenvolvimento para a Habitação, Apoio às Cooperativas de Habitação e Operações SAAL ( Serviço Ambulatório de Apoio Local).
Tive o privilégio de ter participado activamente neste processo, em particular no SAAL, na vigência do IV,V e VI Governos provisórios. A imensa riqueza do mesmo, que ainda hoje mobiliza muitos estudiosos da problemática da Habitação, está bem patenteada nas inúmeras teses de mestrado e doutoramento publicadas, em Livros, em filmes e documentários cinematográficos.
O DIREITO À EDUCAÇÃO, para todos.
A situação herdada do fascismo era, nesta vertente, reveladora dum atraso confrangedor. Segundo dados de 1970, 88% da população portuguesa com mais de 10 anos tinha no máximo o ensino primário e entre esta,26% não sabiam ler. Da população com mais de 15 anos apenas 2,4 por cento tinha ensino médio ou superior.
A Constituição da República Portuguesa de 1976, estabelece que ao Estado incumbe assegurar o ensino básico universal e gratuito e estabelecer progressivamente a gratuitidade de todos os graus de ensino.  Embora a prática dos sucessivos governos nos últimos 38 anos, não se tenha conformado com a Lei, como devia, a situação é hoje bem diferente;
O DIREITO À SAÚDE, universal e gratuito.

Também aqui é importante relembrar, que:
-Em 1973, o número de habitantes por médico era de 965;
-A mortalidade infantil atingia os 44,8 por mil;
-20% dos partos não tinham assistência;
-A esperança de vida depois de 1 ano de idade era de 67 e 73 anos, para os homens e para as mulheres respectivamente.
 A CRP de 1976, estabelecia o direito à saúde como universal e gratuito, após uma das 7 revisões constitucionais a que já foi sujeita, passou a ser tendencialmente gratuito. E, mesmo assim, não tem sido cumprido, como bem o provam o aumento das taxas moderadoras e todo o tipo de restrições no acesso aos medicamentos e meios de diagnóstico, e no acesso ao apoio hospitalar. Agem fora da LEI;

DIREITO À GREVE ;

O DIREITO À PREVIDÊNCIA NA SITUAÇÃO DE DESEMPREGO, até esta data,27 de setembro de 1974, os trabalhadores na situação de desemprego perdiam o direito a Previdência;
DIREITO Á LICENÇA DE 90 DIAS NO PERÍODO DE MATERNIDADE;
O DIREITO AO DIVÓRCIO NOS CASAMENTOS CATÓLICOS;
O DIREITO Á REPARAÇÃO MATERIAL E MORAL POR PARTE DOS DEFICIENTES DAS FORÇAS ARMADAS;

São conquistas da Revolução, que, embora golpeadas pelas sucessivas revisões constitucionais, na sua essência ainda se mantêm.
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O SALÁRIO MÍNIMO E PENSÃO SOCIAL
SUBSÍDIO DE DESEMPREGO
SUBSÍDIO DE FÉRIAS
SUBSÍDIO DE NATAL A PENSIONISTAS
SUBSÍDIO VITALÍCIO DE PROTECÇÃO NA VELHICE

São conquistas da Revolução que, hoje, nos são roubadas despudoradamente. Para alimentarem a especulação financeira e a gula duns tantos que engordam desmesuradamente à nossa custa.
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AS NACIONALIZAÇÕES, da Banca, dos Seguros, Electricidade, Siderurgia, Transportes Ferroviários, Marítimos e Aéreos, Cimentos, Tabacos, Transportes urbanos, Vidro, Minas, Químicas, Cervejas, Estaleiros Navais, Rádio, Televisão, Pescas, Imprensa,… um total de 240 empresas, colocaram nas mãos do Estado Português um instrumento fundamental para alavancar a economia do país.
Os sectores básicos da economia portuguesa, as grandes alavancas do poder económico, passaram para o domínio público e foram postas ao serviço do povo e do país. O Futuro dos portugueses estava agora mais nas suas mãos, nas mãos dos trabalhadores e do povo de Portugal.
O que foi feito de todo este poder?
Sob o domínio das teses neoliberais continuamos a assistir ao regabofe das privatizações e à transferência para as mãos dos grandes predadores nacionais e internacionais da nossa riqueza e do nosso futuro.
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São também Conquistas da Revolução:
A GESTÃO DEMOCRÁTICA DAS ESCOLAS, impulsionada por um fortíssimo movimento associativo estudantil.

O CONTROLO DA PRODUÇÃO ORGANIZADA PELOS TRABALHADORES, impedindo a sabotagem económica e garantido o aumento da produção;

A REFORMA AGRÁRIA, que introduziu profundas alterações na vida nos campos de Portugal e é sem dúvida uma das mais belas realizações da revolução de Abril. As movimentações e a força organizada dos operários agrícolas, dos pequenos e médios agricultores, contagiaram e arrastaram outras camadas da população para a batalha da produção em jornadas grandiosas de combatividade, solidariedade e alegria de viver. Fez-se história.
A Reforma Agrária foi um dos primeiros alvos das força contra-revolucionárias.
Se tivesse prosseguido, como devia, Portugal não seria, como hoje efectivamente é, um país perigosamente dependente do exterior para garantir a sobrevivência alimentar da sua população.
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Poderemos ainda falar:
DO NOVO REGIME DO ARRENDAMENTO RURAL, que veio romper com um estatuto de completa submissão dos rendeiros à vontade dos patrões;
DA DEVOLUÇÃO DOS BALDIOS, às populações que deles tinham sido espoliadas pelo regime de Salazar;
Aquilino Ribeiro com o seu imortal romance “Quando os lobos uivam” dá-nos conta da imensa desgraça que se abateu sobre as populações rurais do nosso país desapossadas dos baldios pelo Estado fascista e da repressão, sem dó nem piedade, de todos quantos ousaram opor-se-lhe;

DA ABOLIÇÃO DA ENFITEUSE, uma sobrevivência feudal;
DA EXTINÇÃO DAS COUTADAS, outra.

São tudo conquistas da nossa Revolução.
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O RECONHECIMENTO DA INTERSINDICAL NACIONAL COMO CONFEDERAÇÃO GERAL DOS SINDICATOS PORTUGUESES;
A importância desta conquista fica bem evidenciada com o facto de a mesma ter sido o primeiro alvo das primeiras investidas contra-revolucionárias . Logo em 27 de Outubro de 1976,  é revogada a legislação anterior e, através do DL773/76, com a assinatura de Mário Soares, promovida a divisão dos trabalhadores, pasme-se! “como condição e garantia da construção da sua unidade”;
O APOIO AO COOPERATIVISMO, que permitiu um fortíssimo desenvolvimento do sector, ao nível das cooperativas de consumo, ao nível das cooperativas de produção ( com grande peso nas cooperativas agrícolas) e também ao nível das cooperativas de habitação. Os números falam por si:
Em 1976 existiam registadas, 2.274 cooperativas e 111 UCP( das cooperativas, 577 agrícolas,417 de consumo e 111 de habitação).
A CRIAÇÂO DAS REGIÕES AUTÓNOMAS DOS AÇORES E DA MADEIRA;
 O PODER LOCAL DEMOCRÁTICO, hoje já fortemente espartilhado, mas ainda um forte bastião dos valores da democracia e da participação activa dos cidadãos na construção do seu próprio futuro.

A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA, que após 7 revisões constitucionais ainda se mantém como uma das mais progressistas da Europa.

Tudo isto, são também conquistas da nossa Revolução, alcançadas num tão curto período e que transformaram a sociedade portuguesa de forma tão profunda que, hoje e apesar de todas os retrocessos impostos pelas forças contra-revolucionárias, ainda é em sua defesa que apelamos à mobilização de todos os democratas. Enquanto cidadãos deste país que fez Abril, não podemos continuar a tolerar que, aqueles que assumem as mais altas responsabilidades do Estado, jurando cumprir e fazer cumprir a Lei fundamental da República (A CRP), ajam de forma sistemática, em completo desrespeito da mesma.
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Num quadro internacional caracterizado por redobrada agressividade do imperialismo, tanto mais quanto a crise económica mundial se revela inultrapassável, sob o domínio das teses neoliberais, Portugal intensifica a sua participação na NATO- fora-da- Lei Fundamental -e militares portugueses são envolvidos em acções de agressão contra outros povos.
 Na ordem interna, uma prática política de sistemático desrespeito da CRP e de afronta às principais Conquistas da Revolução de Abril, levada a cabo ao longo dos últimos 38 anos, conduziu o nosso país a uma situação de pré-desastre económico-financeiro com consequências dramáticas para a vida dos portugueses, fazendo mesmo perigar a própria independência nacional.
Urge reconduzir Portugal aos valores de Abril

As comemorações do 40º Aniversário do 25 de Abril em curso, nas quais se insere a realização deste Congresso, pela ACR, estão a ser a prova  irrefutável de que, 40 anos passados sobre a gloriosa Revolução dos cravos, os valores de Abril continuam bem vivos no coração do nosso povo e como, bem no coração do nosso povo, se agiganta a figura do Primeiro Ministro do II,III,IVeV Governos Provisórios, Vasco Gonçalves, o Companheiro VASCO- é assim que o povo o quer recordar!
E esta é já uma grande, grande vitória!

E é também mais um incentivo para o trabalho da nossa Associção Conquistas da Revolução que adopta como referência primeira a figura ímpar do militar do MFA, do revolucionário sem mácula que foi o General Vasco Gonçalves.

 Batista Alves, membro da direcção da ACR