Intervenção de Manuel Begonha, Presidente da Associação Conquistas da Revolução, na Sessão Comemorativa das Nacionalizações
Como ouvimos nas
importantes intervenções produzidas as nacionalizações foram uma imparável
manifestação da vontade popular na defesa do interesse nacional numa época em
que já ocorria todo o tipo e sabotagem económica.
As nacionalizações
dos sectores básicos e estratégicos da economia enfraquecem os grupos
monopolistas que dominavam o país, alterando radicalmente as suas estruturas
económicas.
Como em todas as
épocas singulares da história dos povos, surgiu um homem, o General Vasco
Gonçalves, que com os seus governos provisórios foi capaz de transformar em lei
estas fundamentais conquistas de Abril, que eram passos decisivos dados na
criação das condições indispensáveis à construção do socialismo em Portugal.
Assim se pronunciou
Vasco Gonçalves ao informar o decidido pelo Conselho da Revolução, no âmbito do
Conselho Económico relativo à preparação dos programas de medidas económicas de
emergência:
“Deverão ser
completados os passos já dados no sentido da nacionalização dos sectores
básicos da actividade económica (indústria, transportes e comunicações) e ainda
garantir a independência nacional no arranque para um socialismo
verdadeiramente português, evitando situações extremas de crise económica, que
nos coloquem em reforçadas e delicadas dependências externas”.
Como sabemos os
ideais de Abril têm vindo a ser combatidos por uma contra-revolução ultra
liberal de carácter profundamente anti-social.
O governo decide e
executa sem se preocupar com os reflexos que políticas não adequadas irão ter
para o povo português e quais os custos associados.
Assistimos a
permanentes actos de injustiça, como o apoio dado aqueles que no passado foram
os responsáveis por esta situação – a banca e o capital internacional.
As empresas
nacionalizadas, depois de tanta luta, são agora vendidas a preço de retalho.
As privatizações em
curso não servem para reduzir o défice ou tornar as empresas rentáveis, mas
representam a obediência cega à ideologia da direita.
Assim se compromete o
futuro, deixando o nosso povo à beira de novos sacrifícios, pedidos àqueles que
já se encontram no limite da sobrevivência e de uma forma de vida digna.
Hoje a tarefa
revolucionária é desenvolver o espírito de luta.
Não podemos baixar os
braços, mas sim criar o ânimo que nos empurrará para os grandes combates, neste
caso a defesa do que resta das nacionalizações.
Para nós não poderá
haver desistência, conformismo ou abandono de ideais.
Faremos de novo uma
caminhada para um Portugal diferente, mais feliz, mais justo e mais solidário.
VIVA O 25 DE ABRIL
VIVA PORTUGAL
Seixal, 28 de Abril de 2012
Seixal, 28 de Abril de 2012