O
governo continua o seu percurso por uma via estreita e sinuosa,
parecendo ter tomado o freio nos dentes e galopar para um destino de
pobreza, devido a mais uma redução dos salários e pensões que é
afinal o grande objectivo da chamada troika.
O
Orçamento do Estado para 2014,continua a reflectir incompetência,
má-fé e despudor. A ambiguidade e a mentira que nos querem fazer
passar por tolos, consideram-nas uma fina habilidade.
A
diplomacia não valoriza a dignidade, o prestígio e a soberania
nacional, sendo a subserviência e o colaboracionismo a suprema arte
do possível. A Saúde, a Educação e a Cultura são pormenores
incómodos e menores.
Não
existindo um programa de governo que conduza a uma saída redentora
para o país, convivemos com um espectáculo de confusão, incertezas
e de falta de expectativas.
O
governo acolheu ainda uma atitude punitiva, submetendo-se aos ditames
da Europa do Norte, nomeadamente da Alemanha que parece apenas querer
lavar o passado.
É
inegável que na Alemanha seriam inadmissíveis os ataques e pressões
que aqui se exercem sobre o Tribunal Constitucional. O governo tem
enveredado por um caminho de provocação, porque lhe falta a vontade
de encontrar medidas alternativas à austeridade que afrontem o
grande capital ou eventualmente também para atribuir ao T.C. as
culpas de uma possível demissão.
Curiosamente
o governo faz por ignorar que as dúvidas constitucionais remetidas
para o Tribunal Constitucional também têm partido do Presidente da
República. Seria muito interessante que fossem divulgadas as
fundamentações dos pedidos de verificação de constitucionalidade
sobre as medidas do governo, saídas de Belém. Apesar de tudo,
poderia constituir uma surpresa para muita gente a considerada
apreciável qualidade jurídica dessas fundamentações cuja
pertinência tem sido embaraçosa para o governo.
Porque
não culpa este então, o Presidente da República que é responsável
pelo desencadear do processo e tenta desviar as atenções para o
Tribunal Constitucional?
Talvez
a água da vida política do nosso país, corresse mais limpa.
Manuel
Begonha,presidente da ACR