A PARTE OCULTA DAS GUERRAS
Manuel Begonha | sócio da ACR
No passado próximo tem sido prática corrente os EUA não honrarem os compromissos assumidos. Fomentaram uma guerra com a Rússia, através da Ucrânia que Trump garantia terminar de um dia para o outro.
Agora abandona a Ucrânia à sua sorte, sem querer saber das suas responsabilidades criminosas.
Mas como estão do outro lado do Atlântico, a patética UE é que paga a conta.
No recente dia 6 de Agosto, comemoraram-se 80 anos do lançamento de bombas atómicas sobre Hiroxima e Nagasaki.
A propósito deste assunto, tem ocorrido uma intensa controvérsia entre vários estudiosos.
Das várias teses em discussão, vou apresentar a que julgo ser menos conhecida.
Os EUA pretendiam que Stalin declarasse guerra
ao Japão, antes da capitulação da Alemanha, com o fim de dividir e enfraquecer o exército soviético.
Embora o Japão já estivesse militarmente derrotado, exigia que para a sua rendição incondicional, a garantia que o Imperador Hirohito, não fosse julgado por crimes de guerra.
Perante o impasse criado, os EUA impuseram a rendição imediata do Japão, antes que Stalin lhe declarasse guerra. Temiam que a URSS, tal como sucedera na Alemanha , com a fragmentação do seu território, reivindicasse alguma partilha decorrente da derrota do Japão.
Assim sendo e também para intimidar a URSS, o Presidente H. Truman, ordenou o lançamento da primeira bomba atómica sobre Hiroxima a 6 de Agosto de 1945.
Stalin retalia declarando guerra ao Japão, o que teria provocado o lançamento da segunda bomba sobre Nagasaki a 9 de Agosto do mesmo ano.
Esta prática destruidora já tinha sido executada pelos EUA sobre Dresden, uma cidade alemã até então não bombardeada que foi completamente arrasada, também para ameaçar a URSS e tentar demovê - la de ganhos territoriais, numa Alemanha agonizante.
Com estes acontecimentos, começou a guerra fria e o império, dos a partir de agora, Estados Unidos da Guerra.
Em 1974 estive em Dresden, ainda RDA que estava perfeitamente recuperada e conservada.
Foi - me relatado por sobreviventes, o horror que foi aquele bombardeamento.
Em 15 de Agosto de 1945, o Japão aceitou a Declaração de Potsdam e anunciou a sua rendição incondicional.
Reza a história que o Imperador Hirohito nunca chegou a ser julgado, perante o Tribunal de Crimes de Guerra de Tóquio, reunido a 3 de Maio de 1946 e encerrado a 12 de Novembro de 1948, por pressão do General Mac Arthur, a bem das futuras relações comerciais e estratégicas entre os EUA e o Japão