A COMISSÃO EXECUTIVA PERMANENTE DA COMISSÃO NACIONAL DE EMPREGO E O PROFESSOR MÁRIO MURTEIRA | Manuel Begonha | sócio da ACR

 

A COMISSÃO EXECUTIVA PERMANENTE DA COMISSÃO NACIONAL DE EMPREGO E O PROFESSOR MÁRIO MURTEIRA
Manuel Begonha | sócio da ACR

Esta Comissão funcionava na Avenida Dom Carlos I em Lisboa, tendo iniciado a respectiva actividade após Outubro de 1974.
Possuía uma equipa com numerosos economistas, presidida pelo Professor Mário Murteira que nas reuniões era assessorado pelos professores Aurora Murteira e Américo Ramos dos Santos, tendo eu sido integrado como representante do MFA.
A correspondente missão era acompanhar a forma como os Ministérios mais ligados aos sectores económico e financeiro, davam andamento ao Orçamento de Estado, pelo que periodicamente cada Ministro acompanhado pelos Secretários de Estado, era convocado para se deslocar a esta Comissão. 
Não me competiam funções na parte técnica, mas uma eventual arbitragem na parte política que raramente ocorreu. 
Assisti a discussões muito frutuosas , mas também a desempenhos patéticos de quem menos seria de esperar. 
É bom não esquecer e enaltecer o relevante trabalho desta comissão, especialmente durante os governos do General Vasco Gonçalves, por quem o professor Mário Murteira tinha uma especial consideração. 
Este insigne professor vai sendo progressivamente esquecido pelo que para o recordar junto um texto por ele publicado. 

" Além de Vasco Gonçalves, muito poucos actores civis e militares estiveram à altura do excepcional momento histórico que Portugal viveu entre Abril de 74 e Novembro de 75. 
Foi como se o processo histórico mundial tivesse por instantes concentrado a sua dinâmica e as suas tensões neste canto da Europa, para rapidamente se deslocar algures, deixando de novo Portugal marginalizado, submetido e humilhado. Até quando? 
A resposta têm - na os tralhadores deste País que com Vasco Gonçalves despertaram para novas perspectivas depois de Abril de 74 e que não se submeterão facilmente à condição de sub - proletariado do capitalismo europeu que lhe é proposta pelos actuais governantes em nome de certa democracia ". 

Manuel Begonha