A ESQUERDA E AS ELEIÇÕES
Manuel Begonha
Presidente da Assembleia Geral
Relativamente às próximas eleições tem-se verificado que a direita e a extrema-direita fascizante, serão tentadas a unir-se, com o objectivo de tomar o poder.
Tal significaria, um forte ataque à Constituição da República Portuguesa,(CRP) ou seja, a reversão das principais conquistas da revolução nela integradas e a instituição de uma política de mais deveres e menos direitos.
É por isto que a esquerda deve encontrar uma estratégia centrada na defesa do essencial que é a CRP e no honrar um passado de luta anti - fascista que não pode renegar, cedendo a cantos de sereia europeístas, ou por sentir ameaçados os seus interesses.
Os partidos políticos não são todos iguais.
Não basta proclamar-se de esquerda senão transportarem um forte ideal motivador e transformador.
A esquerda tem de ser motora de uma sociedade nova, onde cesse a exploração do homem, subsista a dignidade humana e se lute pela paz entre os povos.
Um partido de esquerda não pode coexistir com situações intoleráveis que estão a corroer a nossa sociedade, devendo ser implacável no combate à corrupção, à desigualdade social e à ineficácia da justiça.
Um partido de esquerda jamais poderá alienar a soberanía nacional, vendendo a grupos estrangeiros sectores básicos da nossa economia, nem vergar-se acriticamente aos ditames da UE.
E é por isto que os seus partidos devem ter extremo rigor, na selecção dos seus representantes para cargos públicos.
Os partidos de esquerda devem preservar a respectiva independência não recorrendo ao voto útil na primeira volta em quaisquer eleições.
Nem deverá haver contemplações, com o oportunismo político e o taticismo calculista na Assembleia da República ou nas Autarquias.
Pelo contrário, os partidos de esquerda devem lutar denodadamente por defender e divulgar os seus programas e conquistar novos eleitores.
Se não garantirmos o presente, o futuro nunca abandonará o nosso penoso passado. O presente, não é o nosso único tempo.