A Associação apoia a Greve Geral de 22 de Março

A “Associação Conquistas da Revolução”, face à gravidade do momento que se vive no nosso país, declara total solidariedade com as lutas entretanto desenvolvidas pelos trabalhadores, pela juventude, pelos homens e mulheres de Abril, manifesta o seu total apoio à greve geral convocada para 22 de Março e apela à participação dos seus associados e de todos os democratas em defesa das conquistas soberanas do povo português na construção dum futuro melhor, livre de ingerências e imposições estrangeiras.

A concretização do pacto de agressão, nestes últimos dez meses, tem tido efeitos devastadores: as famílias estão cada vez mais pobres, regressa-se ao flagelo dos salários por receber, encerram milhares de empresas, multiplica-se o desemprego e a sua taxa atinge números, nunca vistos, afectando mais de um milhão e duzentos mil trabalhadores.

O ataque aos serviços públicos, com o intuito do seu encerramento ou privatização, é escandaloso. São os transportes públicos, com aumentos brutais nos seus preços e redução de serviços. São os ataques ao direito da Educação desviando-a para o sector privado.Com a Lei das rendas e Lei dos despejos, o conquistado direito à Habitação, atira para a rua milhares de familiares. E se já tudo isto, não fosse gravíssimo, o ataque ao Serviço Nacional de Saúde, é pura e simplesmente cruel, ao colocar centenas de milhares de portugueses sob a guilhotina do agravamento das suas doenças e/ou da morte antecipada.

O ataque ao Poder Local, justificado por um rol de excentricidades, não é mais do que um ataque ao enfraquecimento das condições de vida das populações, à sua apneia financeira e
quebra da participação democrática e acentuando, ainda mais, o abandono e desertificação de vastas áreas do território.

O pacote que configura o ataque ao Código de Trabalho, no seguimento do vergonhoso “acordo” UGT/Associações Patronais/Governo, a que se associa um pacote semelhante aos trabalhadores da Administração Pública, são peças fulcrais do pacto de agressão. Mecanismos diversos de eliminação de direitos, cortes de feriados, de dias de descanso e de férias, entre outras prepotências, mais não são que o concretizar do corte de remunerações aos trabalhadores. Todo um conjunto de medidas autoritárias, a mando dos interesses apátridas, produzindo menos emprego, mais despedimentos, precariedade, cortes nos salários e pensões, degradação das condições de vida e de trabalho, constituem efectivamente um impensável retrocesso social e civilizacional.

De facto o que este governo está a fazer, em conluio com a “troika”, é destruir a capacidade produtiva, de emprego e de produção de riqueza e de entrega das mais rentáveis empresas às multinacionais e ao estrangeiro, endeusando a austeridade e desprezando, sem vergonha, o empobrecimento das populações e de Portugal. Os cortes nos salários, nos subsídios, nas pensões, nos abonos às crianças e jovens, nos serviços de saúde e na educação têm um fim: engordar o grande capital enquanto o endividamento e dependência continuam a crescer.

A progressiva destruição das conquistas de Abril é inaceitável e obriga a recorrer às formas de luta adequadas no quadro constitucional. Impõe-se, assim, fazer deste dia - de greve geral contra o pacote de exploração e empobrecimento - uma grande demonstração de repúdio ao violento e injusto ataque à dignidade e independência dos portugueses e demonstrar a unidade dos trabalhadores e do povo.
Defender Abril. Conquistar o Futuro.